RETRATO DA SEMANA

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terça-feira, 27 de setembro de 2016

REPONTANDO DATAS / 27 SETEMBRO


Num dia 27 de setembro, do ano de 1736, o Primeiro Tropeiro Gaúcho, Cristóvão Pereira de Abreu, funda a cidade de Rio Grande.
 
Mas que tal saber um pouco mais sobre esta figura tão importante e, ao mesmo tempo, tão desconhecida para a maioria dos gaúchos? Então vamos lá.
 

Farol Cristóvão Pereira de Abreu, construído em 1886 
na Lagoa dos Patos, em homenagem ao tropeiro

 
CRISTÓVÃO PEREIRA DE ABREU

Era um coronel das forças imperiais, a serviço do vice-rei. Foi considerado o Primeiro Tropeiro do Rio Grande.

Quando as forças imperiais decidiram levantar um forte na barra do Rio Grande de São Pedro, armaram uma pequena frota a mando do brigadeiro José da Silva Pais. Esta ficou aguardando em Santo Antônio dos Anjos de Laguna, que uma força por terra fizesse o reconhecimento da barra.   Esta tarefa coube ao coronel Cristóvão Pereira de Abreu, que era "vaqueano" daquelas paragens, pois seguido efetuava por terra a viagem desde Laguna a Colônia de Sacramento. Após efetuar o levantamento da barra, fazer uma "carta" da mesma e duas atalaias, enviou um "próprio" a Laguna, por terra, levando as informações a Silva Pais. No dia 19 de fevereiro de 1.737, a frota adentrou a famigerada barra sem maiores dificuldades.

A frota:
Nau capitã : Leão Dourado - galera
Bicha Cadela - bergantin
N.S.da Conceição - balandra
Bonita - galera

Cristóvão Pereira de Abreu, seguidamente trazia muares de Sacramento, no fim do Ciclo da Prata, para repassá-los em Sorocaba. Numa destas viagens resolveu cortar caminhos e, de Palmares, subiu a Serra Geral, indo ter na região que hoje é São Francisco de Paula. Vários povoamentos surgiram, então devido a esta novo rota dos tropeiros.
  
Simão Pereira de Sá, cronista dos primeiros tempos do nosso Rio Grande, deu-nos esta transcrição de um relato do feito"...não foi menos útil para guia dos navegantes levantar nos pontais da barra dois madeiros de extrema ordinária grandeza com cata-ventos nos remates para conhecimento dos rumos e facilitar com estas balizas o perigoso e cotidiano ingresso das embarcações ligeiras..."

Ergueram então o forte Jesus Maria José, na margem direita, atual cidade de Rio Grande. Cristóvão Pereira andava por aqui desde 1.731, levando gado "alçado" para Curitiba, para as forças imperiais. Escreveu alguns "roteiros" do trajeto, conhecidos na época como "práticas". A tática para cruzar a barra do Rio Grande era embarcar o "sinuelo" numa jangada e forçar o resto da tropa a segui-lo.

Cristóvão requereu e ganhou a sesmaria da área que ficou conhecida como Rincão do Cristóvão Pereira, que é basicamente a ponta aonde se localiza o farol, estabeleceu uma estância de criação de gado (bovino, cavalar e muar) com intuito de fornecer ao império. Daí o nome de Lagoa do Rincão. Quando a marinha resolveu erigir os faróis da Lagoa, batizou-os com o nome do local aonde foram erguidos: Itapuâ, Cristóvão Pereira, Bujuru e Estreito. Capão da Marca foi construído mais tarde.  Desta forma indireta ficou registrado para a posteridade o nome deste pioneiro do Rio Grande, muito pouco conhecido dos gaúchos.