Num dia 11 de março, do ano de 1682, foi fundado o município de São Borja.
Primeira Igreja Matriz de São Borja
São Borja
- A cidade foi fundada pelos padres jesuítas, a primeira cidade dos
Sete Povos das Missões. São Borja tem a civilização mais antiga do estado, e
uma das mais antigas do Brasil, sendo povoada ininterruptamente desde sua
fundação. Situa-se na fronteira oeste do estado, sendo banhada pelo rio
Uruguai, que é a fronteira natural com a cidade de Santo Tomé localizada na
província de Corrientes, na Argentina.
A lei estadual 13.041/2009
declarou oficialmente São Borja "Terra dos Presidentes", por ser
cidade natal de dois ex-presidentes do Brasil:Getúlio Vargas e João Goulart.
Antigamente a cidade foi
conhecida também como a Capital do Linho, devido ao forte cultivo da planta no
município nas décadas do início do século XX, além disso, o município é um dos
maiores produtores de arroz da região sul.
Em meados do século XVII, São
Borja foi o primeiro dos chamados Sete Povos das Missões da Companhia de Jesus,
que abrigou em seu seio a nação guarani e foi o lar de Sepé Tiaraju.
São Borja foi fundada pelos
padres jesuítas espanhóis. O nome é homenagem a São Francisco de Borja, que foi
o 3º geral ("general") da ordem dos jesuítas. Por estes motivos é que
o brasão da cidade ostenta, em campo vermelho (evocativo da terra vermelha das
Missões e do sangue guarani), uma Cruz de Lorena em ouro.
A adoção a Cruz de Caravaca,
também conhecida como Cruz de Lorena e Cruz de Borgonha, é uma relíquia cristã
de origem espanhola utilizada pelos jesuítas. Nas Missões pode ser vista em
vários locais da região missioneira, inclusive nas Ruínas de São Miguel das
Missões, principal sítio histórico dos Sete Povos das Missões.
Barbosa Lessa em seu sítio, em Camaquã
Também num dia 11 de março, do ano de 2002, relembramos o falecimento do folclorista Barbosa Lessa, ocorrido na cidade de Camaquã.
Nasceu em 13 de
dezembro de 1929, nas imediações da histórica vila de Piratini. Devido à dificuldade para cursar uma escola regular,
teve de aprender as primeiras letras e quatro operações com sua própria mãe, a
qual, ao se improvisar de professora, também lhe ensinou teoria musical, um
pouco de piano e, inclusive, uma novidade na época chamada datilografia.
Indo cursar o ginásio
na cidade de Pelotas (Ginásio Gonzaga), aos doze anos fundou um jornal escolar
("O Gonzagueano"), em que publicou seus primeiros contos regionais ou
de fundo histórico. E também fundou o conjunto musical significativamente
denominado "Os Minuanos" (uma das tribos indígenas no velho Rio
Grande do Sul), que pretendia se especializar em música regional gaúcha mas
que, por inexistência de repertório àquela época, teve de se conformar com o
gênero sertanejo e um tanto de música urbana brasileira.
Para cursar o 2o grau colegial,
transferiu-se para Porto Alegre, ingressando no Colégio Júlio de Castilhos. Aos
dezesseis anos de idade já colaborava para uma das principais revistas
brasileiras de cultura ("Província de São Pedro") e obteve seu
primeiro emprego como revisor e repórter da "Revista do Globo".
No ano seguinte
participou da primeira Ronda Crioula/Semana Farroupilha e, munido de um caderno
de aula para coletar assinaturas de eventuais jovens que se interessassem pelo
assunto, tomou a iniciativa para a fundação do primeiro Centro de Tradições
Gaúchas (CTG), o "35".
Nesta agremiação ele
retomou seu interesse pela música regional e, na falta de repertório, foi
criando suas primeiras canções, tais como a toada "Negrinho do
Pastoreio" - hoje um clássico da música regional gaúcha.
Bacharel pela Faculdade
de Direito de Porto Alegre (UFRGS), 1952.
Formando com seu amigo
Paixão Côrtes uma abnegada dupla de pesquisadores, de 1950 a 1952, realizou o
levantamento de resquícios de danças regionais e produziu a recriação de danças
tradicionalistas. Resultado dessa pesquisa da dupla foi o livro didático "Manual
de Danças Gaúchas" e o disco long-play (o terceiro LP produzido no Brasil)
"Danças Gaúchas", na voz da cantora paulista Inezita Barroso.
Incentivou a realização
do Primeiro Congresso Tradicionalista do Rio Grande do Sul, levado a efeito na
cidade de Santa Maria, em 1954, quando apresentou e viu aprovada sua tese de
base socióloga "O Sentido e o Valor do Tradicionalismo", definidora
dos objetivos desse movimentos.
Em 1956 montou um grupo
teatral para apresentação de sua comédia musical "Não te assusta,
Zacaria!", e saiu divulgando as danças e os costumes gauchescos por todas
as regiões do Rio Grande do Sul, colhendo aplausos também nas cidades de
Curitiba e São Paulo.
Residiu na capital
paulista até 1954, envolvido com produção de rádio, televisão, teatro e cinema,
detendo-se finalmente na área de propaganda e relações públicas. Chefe de
grupo-de-criação da Jr. Walter Thompson Publicidade e chefe de
relações-públicas do Banco Crefisul de Investimentos.
Voltou a Porto Alegre
em 1974, já como especialista em Comunicação Social, tendo trabalhado na Mercur
Publicidade e Companhia Riograndense de Saneamento, CORSAN. Aposentou-se como
jornalista em 1987.
Entrementes, na
administração de Amaral de Souza, foi Secretário Estadual da Cultura, tendo
então idealizado para Porto Alegre um centro oficial de cultura acadêmica, que
veio a pré-inaugurar em março de 1983: a Casa de Cultura Mário Quintana.
Mantinha pequena
reserva ecológica no município de Camaquã, onde residia com sua esposa Nilza,
dedicada à produção artesanal de erva-mate e plantas medicinais. Filhos:
Guilherme, analista de sistemas, residente em Porto Alegre e Valéria, casada
com norte-americano e residente no estado de New Jersey, USA.
Teve destacado nome na
música popular e na literatura. Dentre suas músicas, sempre de cunho gauchesco,
destacam-se "Negrinho do Pastoreio", "Quero-Quero",
"Balseiros do Rio Uruguai", Levanta, Gaúcho!",
"Despedida", bem como as danças tradicionalistas em parceria com Paixão
Côrtes.
E numa bibliografia de
cerca de cinqüenta títulos, destacam-se os romances "República das
Carretas" e "Os Guaxos" (prêmio 1959 da Academia Brasileira de
Letras), os contos e crônicas de "Rodeio dos Ventos", o ensaio
indigenista "Era de Aré", a tese pioneira "O sentido e o Valor
do Tradicionalismo", o ensaio "Nativismo, um fenômeno social
gaúcho", "Mão Gaúcha, introdução ao artesanato
sul-rio-grandense", o álbum em quadrinhos "O Continente do Rio
Grande" (com desenhos de FLávio Colin) e os didáticos "Problemas
brasileiros, uma perspectiva histórica"", "Rio Grande do Sul,
prazer em conhecê-lo", e "Primeiras Noções de Teatro". Também os
dois volumes do Almanaque do Gaúcho.
Foi Conselheiro
Honorário do MTG - Movimento Tradicionalista Brasileiro.
Faleceu em onze de
março de 2002
Fonte: Página do Gaúcho
Colaboração: Hilton Araldi
Colaboração: Hilton Araldi