Sei que esta matéria não tem muito a ver com o propósito deste blog, isto é, a cultura gaúcha. Contudo, gostaria de dividir um pouco de minhas emoções com vocês, meu amigos.
Acho que já falei aqui que minha mãe foi costureira. Fez seu primeiro vestido com 15 anos de idade e até os 83 não parou nunca. Costurando sob luz de velas, nas madrugadas frias dos invernos serranos, educou dois filhos.
Quando ela faleceu, há mais de 10 anos, a única coisa de bem material de seus pertences que ficou comigo foi sua tesoura, instrumento de trabalho, simbologia de uma vida de labutas e dificuldades mas de muito amor. Até pouco tempo eu não sabia porque fiquei com aquele objeto guardado em minha gaveta. Mas tudo tem um por que.
Sexta feira a noite minha filha Mariana formou-se em... Design de Moda. Herdou da avó o gosto por lidar com roupas.
Alguns dias antes, mandei emoldurar a tesoura e na noite da formatura (foto abaixo), em meio aos seus amigos, sob um ambiente de grande emoção, repassei a ela dizendo: - Quanto te sentires cansada, desiludida, olhe para esta tesoura, lembre de tua avó, levante a cabeça e siga em frente.
Ah.... e para completar a noitada que quase derrubou-me de vez, meus filhos Thiago e Lucas chegaram, de surpresa, em meio à formatura, diretos da.... Austrália.
Querem matar o véio!
