RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Pinheiro Machado, ao centro, sentado, e seu estado maior - Revolução Federalista -

domingo, 10 de janeiro de 2016

REVIRANDO AS GAVETAS


DA HISTÓRIA MUSICAL RIOGRANDENSE

“MANOELÃO” UM GRANDE GAITEIRO GAÚCHO 
 
 
MANOEL SILVEIRA: Nasceu em 3 de abril de 1937 em Santo Antônio da Patrulha – Rio Grande do Sul. 
 
Oriundo de uma família de músicos, começou como pandeirista. Seu pai,  José (Zéquinha) Caetano Silveira, caboclo guarani, tocava violino e rabeca: os filhos  Joaquim (Sadi) Silveira, gaiteiro,  era compositor e letrista: Ari (Dico) Silveira, grande gaiteiro; e sua mãe Dona Jovelina Maria da Conceição, tocava gaita de boca.
 
Formou-se músico na Academia de Musica Mascarenhas de Moraes, onde tornou-se Professor de Acordeon.
 
Com Mario Mascarenhas de Moraes,  um ícone da musica popular brasileira, juntamente com sua troupe de Bailarinas profissionais, nos ambientes mais requintados, abrilhantaram as noitadas porto-alegrenses por mais de uma década.  
 
Integrou a Orquestra Continental de Porto Alegre.
 
 
 
Formou um trio “Os Tapejaras”, com os músicos, Clóvis Duarte e Beto (sobrenome ?),  nos violões e voz, e Manoel na Gaita.
 
Tocaram muitos anos, com sucesso, na La Cabaña, no Fogão Gaúcho, e na Pitzaria Tatu, apresentando  repertório gaúcho e Latino Americano.
 
Deixou um único tango, gravado, com  Os Mirins.
 
Quando “Sivuca” vinha a Porto Alegre, reuniam-se com o Manoelão, como o chamavam, Albino Manique e Edson Dutra, e passavam horas e noite adentro, os quatro tocando.
 
Na La Cabaña, tive  a honra de ver os três amigos, Os Tapejaras, indo de mesa em mesa, o cliente solicitava, e eles executavam a musica pedida, sem pestanejar.
 
Na Tatu, no aniversário de Albino Manique, dos Mirins,  os três virtuosos do acordeon, Albino, Edson, dos Serranos, e Manoel, nos propiciaram uma noite inesquecível.
 
Pelas fotos deixadas, vê-se que gostava e participava das Cantorias dos Ternos de Reis; das festas e Bailes Caipiras; das Batucadas Carnavalescas, e sobretudo dos Centros de Tradições Gaúchas 35 e Rincão Amigo,  e da música gauchesca, da qual tornou-se um exímio executante.
 
 
 
Seguidamente era convidado para participar das festividades do Consulado Americano em Porto Alegre, pelo simples fato de ser um virtuoso do acordeon, passeando por todos os gêneros musicais, tendo por diversas oportunidades sido convidado pelo Secretário Particular do Cônsul, Odilo Gollmann,  para se transferir de mala e cuia para os EUA. 
 
Como testemunha ocular, testifico que no CTG. Lalau Miranda de Passo Fundo, na presença do então  Prefeito Dr. Firmino da Silva Duro, Manoel Silveira, numa noite memorável da visita Oficial ao Município, brindou o Cônsul Francês Louiz Panier com um poutpourri de músicas francesas.

 Manoel Silveira, descansa em paz, no campo santo de Cachoeirinha – RS, desde março de 2004.

Um CD é a regravação de uma fita cacete, que foi presenteada ao seu cunhado Odilon Garcez Ayres,  no ano 1978, cuja divulgação foi autorizada por Zelir, Ronaldo e Andréa Silveira. Algumas, são de autoria de Manoel Silveira, as quais identifico com um “MS” e as outras são de seus colegas músicos.

 1 – Sarapico (MS).
 2 – Chotis da Sogra (MS).
 3 – Baile em Santa Cruz do Sul (MS).
 4 – La Cunparsita.
 5 – Bugiu do Sadi (MS).
 6 – Desde L'alma.
 7 – Asa Branca.
 8 – Mate amargo. (Argentino).
 9 – Bugiu do Papai Zéquinha (MS).
 10 – Tema de Lara.
 11 – Limpa Banco.
 12 – La Punhalada.
 13 – Saudades de Matão.
 14 – Chotis Rapadura (MS).
 15 – Rancheira Bertussi.

 Crônica de: 

Odilon Garcez Ayres
Membro da Academia Passo-fundense de Letras