Num dia 22 de novembro de 1755, há 260 anos, morria aquele que foi
o primeiro tropeiro do Rio Grande do Sul.
Cristóvão Pereira de Abreu.
Em
13 de julho de 1678, em Ponte de Lima, Portugal, nasceu Cristóvão Pereira de
Abreu. Este ilustre desconhecido para a maioria dos gaúchos, era um coronel das
forças imperiais, a serviço do vice-rei.
Chegou
no Brasil (Rio de Janeiro) aos 24 anos.
Aos 42 anos arrematou em um leilão promovido pelo Rei, o monopólio de
couros do Sul do Brasil mediante o compromisso de pagar à Fazenda Real 70.000
cruzados por ano. Pelo seu dinamismo de empresário a Colônia de Sacramento se
tornou o maior empório mundial do comércio e contrabando de couros no início do
século XVIII, chegando a exportar 500.000 couros por ano. Estes 500 mil bois
eram caçados por índios Minuanos ou comprados às estâncias jesuíticas, para
aproveitamento exclusivo do couro, ficando a carne à mercê dos corvos e a
apodrecer no chão das vacarias.
Apaixonado
pelo Rio Grande do Sul, na época sem nenhuma povoação fixa, foi um dos
primeiros a estabelecer estância entre o canal de Rio Grande e Quintão. Em
carta ao Padre Diogo Soares escreveu “ o Rio Grande é uma das mais vistosas
coisas que a natureza criou. ”.
Na
época a ligação entre o Sul e o Centro do país era feita exclusivamente por
navios, seu sonho em integrar o Continente do Rio Grande ao restante do Brasil.
Por tornou- se contratador de couros na Colônia do Sacramento, abriu o caminho terrestre entre os pampas
gaúchos e o planalto paulista, inaugurando a primeira grande estrada do Brasil
continental.
Fundou
a vila do Rio Grande de São Pedro em 27 de setembro de 1736.
Em
seu livro, Sinval Medina escreve a primeira biografia sobre Cristóvão Pereira
de Abreu nos dá visão geral da vida do cavaleiro e coronel-de-ordenanças do
Exército português. À página 431:
“...parece-me justo atribuir a dom Cristóvão Pereira de Abreu o título de
protofundador da capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul. Dando o devido
crédito ao brigadeiro José da Silva Paes, que nos idos de 1737, tomou posse da
Terra de Ninguém em nome d’El Rei de Portugal, é de justiça reconhecer que sem
a ação pretérita de nosso Cid campeador (alusão a El Cid, libertador da
Espanha), a tarefa teria sido bem mais difícil, se não de todo impossível”.
Cristóvão
era estrategista político e militar, homem de confiança do tenente-general
Gomes Freire de Andrada, a maior autoridade militar do Brasil colônia em seu
tempo, depois vice-rei do Brasil; e do governador Francisco de Castro Morais
para quem negociou o resgate da cidade do Rio de Janeiro tomada pelo corsário
francês Du Guay Trouin. Como coronel, é o fundador das vilas do Rio Grande de
São Pedro, em 1736, e de Porto Alegre, com o assentamento dos casais açorianos,
origem da nossa capital, em 1752. Seu último feito pelo Rio Grande do Sul foi a
demarcação de limites nas fronteiras gaúchas, serviço realizado já no ocaso de
suas forças pouco antes de morrer, convocado que fora pelo general Gomes
Freire. Em meio a esse episódio, opôs-se ao lendário índio Sepé Tiaraju.
Cristóvão Pereira de Abreu foi um militar
português e como sertanista é considerado o mais importante tropeiro do
Brasil, o homem que colocou o Rio Grande
do Sul no mapa econômico do Brasil.
Não se pode falar no povoamento inicial do Rio
Grande do Sul sem referência à atuação do "civil" Coronel de Ordenanças
Cristóvão Pereira de Abreu.
Lamentavelmente, se você perguntar a qualquer
pessoa quem foi Cristóvão Pereira, ninguém, ou poucos sabem, talvez nem mesmo
muitos professores de história.
Não
vemos seu nome em nenhuma rua ou praça. A ele não foi erigido nenhuma estátua,
lembrando o fundador do Rio Grande
Colaboração: Hilton
Araldi