Tenho visto e ouvido muito sobre
o que seja “boa” música e lhes conto: - é o debate mais improdutivo que existe.
Pior até do que um colorado e um gremista, fanáticos, discutindo futebol. Cada
qual tem suas razões e ninguém convence o outro. Pior. Tornam-se chatos.
Não adianta perguntarem a mim ou
ao crítico musical mais renomado do mundo o que é boa música pois eu vou ter a
minha opinião influenciada pelo ambiente em que fui criado, e ele vai ter a
dele. A minha boa música dificilmente será igual a boa música do meu amigo Juarez Fonseca, por exemplo, pois reconheço que sou meio ufanista.
Eu detesto rap, funk, pagode,
sertanejo universitário (acho que neste ponto Juarez e eu concordamos). Agora perguntem a qualquer um adepto destes ritmos o
que pensa da música gaúcha. Talvez nem conheça. Isto é normal.
Trazendo isto para o nosso
ambiente riograndense, as divisões também existem e isto se reflete nos bailes,
nos shows, nos festivais, nos programas de rádio...
Nem todos gostam de tudo e, entre o nativismo e o regionalismo, hay fortes divisores de águas.
Pela experiência que eu tenho,
quando a organização de algum Festival compõe a mesa avaliadora, já sei que
tipo de música será a predominante. Nem é uma questão de desonestidade, ou
relações de amizades dos jurados, é uma questão de gosto musical.
O que lamento disto tudo é que,
tirando um ou dois festivais que ainda resistem, a música campeira do Rio Grande foi para o
brejo com soga e tudo (e isto também vale para os festivais de poesia onde os
versos rimados não tem mais vez).