O capitão Laureano Medeiros, principal idealizador da homenagem aos
heróis da Revolução Farroupilha, junto ao Obelisco na cidade de
Piratini. (Foto: Acervo de Ademar Campos Bindé)
Foi um acontecimento histórico do
tradicionalismo gaúcho chamado de “Marcha Cívica a Piratini”, congregando
dezenas de representações dos Centros de Tradições Gaúchas na antiga
capital dos Farrapos, nos dias 19 e 20 de setembro de 1963.
A ideia da implantação de um Obelisco em homenagem aos heróis da
Revolução Farroupilha, na cidade de Piratini, teve origem de uma
proposição da delegação do CTG Clube Farroupilha, de Ijuí, liderada pelo
capitão Laureano Medeiros, aprovada por ocasião do IX Congresso
Tradicionalista realizado no início de 1963 na cidade de Carazinho.
Ijuí se fez representar por uma delegação de tradicionalistas,
chefiada pelo capitão Laureano Medeiros, na época patrão do Clube
Farroupilha e presidente da Comissão Organizadora da “Marcha Cívica a
Piratini” e também pela Banda Municipal Carlos Gomes, liderada pelo
maestro Olívio Hermes.
Essa iniciativa cívico-tradicionalista foi oficializada pelo Governo
do Estado, através do decreto nº 15.255, assinado pelo governador Ildo
Meneghetti e foi prestigiada, entre outros, pelos dr. José Maria
Silveira, representando o governador do Estado, Guilherme Schultz Filho,
diretor do Serviço Estadual de Turismo (Setur), José Paim Brites,
assessor tradicionalista do Governo do Estado, representantes da
Estância da Poesia Crioula, dr. Vasco de Mello Leiria, presidente do IX
Congresso Tradicionalista e autoridades municipais de Piratini e
municípios vizinhos.
Além do CTG Clube Farroupilha, de Ijuí, estiveram presentes
delegações e representantes do CTG 20 de Setembro, anfitrião de
Piratini; Mate Amargo, de Rio Grande; Poncho Verde, de Santa Maria;
Júlio de Castilhos, de Júlio de Castilhos; Joaquim Paulo de Freitas, de
Canguçu; Fogo de Chão, de Arroio do Meio; Legalistas, de Santo Ângelo;
Lila Abreu, de Pinheiro Machado; União Gaúcha J, Simões Lopes, de
Pelotas; Veteranos da Tradição, de Frederico Westphalen; Sepé Tiaraju,
de São Lourenço do Sul; Rodeio Crioulo, de São Francisco de Paula; “35”,
de Porto Alegre; Sentinela dos Pampas, de Candelária; Rincão da
Fronteira, de Jaguarão; Felipe Portinho, de Marau, entre outros.
Integrando uma extensa programação, na tarde do dia 19 foi aberto o
Museu Histórico Farroupilha, instalado no prédio do antigo Palácio do
Governo da República Riograndense. O ponto culminante das festividades,
no dia 20, foi a inauguração do Obelisco, presente dos CTGs do Rio
Grande do Sul a Piratini, na Avenida Bento Gonçalves, o desfile dos
cavalarianos e o plantio do “Bosque da Fraternidade”, em área do CTG
local.
Ao regressar de Piratini, em emocionado depoimento ao jornal Correio
Serrano”, o capitão Laureano Medeiros declarou: “Meus amigos, agora
posso morrer tranquilo, porque sei que a minha causa não morrerá
jamais”. Vale registrar que ele veio a falecer quatro anos depois, no
dia 27 de setembro de 1967.
Nesta foto colhida na frente da antiga sede do “Correio
Serrano” aparecem os integrantes da delegação do CTG Clube Farroupilha
antes da viagem a Piratini: Paulo Pudwell, capitão Laureano Medeiros,
dr. José Reginaldo Krieger e o então tenente Aldo Patrocínio de
Azambuja, ladeados pelos jornalistas Ademar Campos Bindé e Lothar
Friedrich e o contador do jornal Carlos César Panichi Lopes (Foto:
Acervo do MADP)