RETRATO DA SEMANA

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Identidade Visual dos Festejos Farroupilha 2024 / Cintia Matte Ruschel

terça-feira, 24 de novembro de 2015

EDITORIAL DO PRESIDENTE DO MTG


O Chefe é o responsável 

O chefe é o responsável. Esta é uma afirmação muito ouvida, sempre repetida, correta, me parece. Existe o chefe porque é necessário que alguém tenha a última palavra, que possa responder, que corporifique a instituição.

No MTG não é diferente do restante da sociedade. O responsável pelo que ocorre no CTG é o Patrão. Na Região é o Coordenador. No MTG é o Presidente. Em última análise é isso. De pouco ou de nada adianta mostrar que tal fato ou determinada falha não foi cometida pelo chefe. Pouco importa se foi a cozinheira que deixou o feijão queimar, se foi o capataz que não cumpriu o regulamento, se foi uma empresa contatada que errou a soma das planilhas. O responsável será o chefe.

Quem se dispõe a ser o primeiro da fila, o chefe, sabe que está sujeito a responder por coisas que ele não fez, mas que algum subordinado ou vinculado a ele fez. A chefia é para o bem e para o mal, para os elogios e para as críticas, para a fotografia e para o isolamento. Aliás, na escola da caserna se aprende que a função de comandante é solitária e que as decisões que ele adota repercutem e atingem a toda a corporação.

Claro que na cadeia de comando, há, normalmente, o exercício de chefias intermediárias e que cada chefe responde no seu nível de responsabilidade, mas sempre será o chefe maior o responsável. Em razão disso há, direta ou indiretamente, o deseja de que o chefe maior seja afastado. Aparentemente isso é injusto, mas esse conceito está cristalizado na sociedade e, portanto, deve ser entendido como uma coisa necessária para acalmar os ânimos, para purgar os “pecados”, para dar esperança e nova vida às instituições.

Neste último ENART, o de número trinta, comemorativo, ocorreu um erro que não podia ter ocorrido. Foi um fato que será lembrado por muito tempo. Foi um equivoco simplesmente lamentável e inadmissível para as condições tecnológicas modernas e investimentos que realizamos para contar com uma condição confiável e isenta de erros. Quem errou? Para a sociedade pouco importa. Para os tradicionalistas, também pouco importa. O que interessa? Houve um erro no ENART, o evento é de responsabilidade do MTG, e o presidente do MTG é o responsável. Simples assim. Pois assumo a responsabilidade. Assumo a culpa.

Não era essa a forma que eu tinha imaginado me despedir da direção do MTG. Não era isso que eu queria quando assumi pela sétima vez a chefia do Movimento. Não era isso que eu queria para a imagem do ENART. Não era por isso que eu queria ser lembrado.

Peço desculpas aos meus amigos. Peço desculpas à diretoria do Movimento. Peço desculpas à minha família. Agradeço a todos que estivaram ao meu lado neste momento de desconforto e digo a todos que ofenderam, que agrediram, que destilaram seu fel contra o Movimento e contra mim: não sejam injustos com o MTG (que somos todos), agridam somente a mim e quando forem chefes tenham a felicidade de não precisar responder por aquilo que não fizeram.

Em 10 de janeiro de 2016, no final do Congresso, em Bento Gonçalves, deixo a chefia e voltarei a ser somente um peão apaixonado pela tradição gaúcha, comprometido com o Movimento, disponível para ajudar. O novo presidente do Movimento é um amigo, um homem de bem, um homem honesto, o que não o livrará de passar por situações que só cabem ao chefe.

Manoelito Carlos Savaris
Presidente