RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Recuerdos da companheirada e do velho parceiro (Mouro Negro).

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

A VIDA MAÇÔNICA DE GARIBALDI




As fontes sobre a sua iniciação e percurso maçônico são algo contraditórias: segundo alguns, foi iniciado em Itália, filiando-se depois (1837) na loja irregular "Asilo (ou Refúgio) da Virtude", do Rio de Janeiro; outros defendem que teria sido iniciado numa loja do Rio Grande do Sul, com o mesmo nome da loja do Rio de Janeiro (a loja "Asilo da Virtude", do Rio Grande do Sul, é fundada em 1833 e regularizada em 1840); outros, ainda, consideram que foi iniciado (1844) em Motevidéu, na loja "Asilo de la Virtud", loja irregular criada por norte-americanos exilados, sendo depois regularizado (18 de Agosto de 1844) na loja francesa "Les Amies de la Patrie" (fundada em 1827, loja de RF, regularizada pelo GODF em 1844 e depois integrada no Grande Oriente do Uruguai); em 1850, está filiado na loja "Tompkins" (nº 471 de Stepleton, New York); improvável será o seu putativo contacto oficial (ou reconhecimento) com a maçonaria da UGLE, dado a sua matriz conservadora. Em Março de 1862, surge como Soberano Grande Comendador do REAA do Grande Oriente de Palermo e depois, pela unificação dos três Orientes existentes em Itália (Nápoles, Turim e Palermo), é nomeado Grão-mestre do Grande Oriente de Itália (na reunião de Florença, dos dias 21 a 24 de Maio de 1864). Em 1872 é nomeado Grão Mestre Honorário "Ad Vitam" do Grande Oriente de Itália. Em 1877 a Loja "Garibaldi" de Buenos Aires nomeia-o Venerável Mestre "Ad Vitam" e, na sequência [1837-1840] da sua participação na revolução Farroupilha do Rio Grande do Sul [iniciada em 1835  - levado a cabo pelo coronel Bento Gonçalves da Silva [importante maçom, da loja de Porto Alegre, "Filantropia e Liberdade", Domingos José de Almeida, Antônio de Souza Neto, David Canabarro e outros maçons – integra a construção da jovem República Rio-grandense [que precede o triunfal movimento republicano brasileiro], recebendo a "carta de corso" e assume-se "guerrilheiro".
 
Depois da epopéia Riograndense veio o Uruguai e o retorno a Itália, de onde partiu, como "Carbonário", uma Sociedade Secreta ao estilo da maçonaria.    
 
Em Montevidéu, lugar para onde vai residir [1841], participa na defesa da cidade, organizando a "Legião Italiana" ou "Camisas Vermelhas".  Em 1848 regressa a Itália com o intuito de fundar a República e unificar a Itália. Após relativos insucessos da sua ação militar e consequente exílio (Suíça e Nice), volta a Roma (onde, então, se proclama a República) como deputado republicano, mas rapidamente tem de a abandonar, depois da sua queda, sendo perseguido na fuga por exércitos de diferentes países, pelo que se retira para Tanger (1849), partindo, depois, para Staten Island (Estados Unidos). Retoma o seu trabalho nos navios mercantes, percorrendo de novo cidades e mares, restabelecendo a sua rede de amizades e cumplicidades. Em 1854 volta a Itália, participando, como comandante das forças sardo-piemontesas (do rei Vítor Emanuel II), na conquista da Lombardia  (1859) aos austríacos. Determinado a não perder a ocasião, Garibaldi avança para o do sul de Itália, conquistando a Sicília, Sardenha e Nápoles. O reino de Itália está assim unificado (faltaria Roma), após proclamação (em 1861) de Vítos Emanuel II como rei. Garibaldi tenta, ainda, a anexação de Veneza (1866), a conquista de Trento, a invasão de Roma (onde obtêm um enorme desaire). Organiza a Assembleia de Livres-Pensadores, em Nápoles (1869). Morre a 2 de Junho de 1882, em Capri.