As fontes sobre a sua iniciação e percurso maçônico são algo
contraditórias: segundo alguns, foi iniciado em Itália, filiando-se depois
(1837) na loja irregular "Asilo (ou Refúgio) da Virtude", do Rio de
Janeiro; outros defendem que teria sido iniciado numa loja do Rio Grande do
Sul, com o mesmo nome da loja do Rio de Janeiro (a loja "Asilo da
Virtude", do Rio Grande do Sul, é fundada em 1833 e regularizada em 1840);
outros, ainda, consideram que foi iniciado (1844) em Motevidéu, na loja
"Asilo de la Virtud", loja irregular criada por norte-americanos
exilados, sendo depois regularizado (18 de Agosto de 1844) na loja francesa
"Les Amies de la Patrie" (fundada em 1827, loja de RF, regularizada
pelo GODF em 1844 e depois integrada no Grande Oriente do Uruguai); em 1850,
está filiado na loja "Tompkins" (nº 471 de Stepleton, New York);
improvável será o seu putativo contacto oficial (ou reconhecimento) com a
maçonaria da UGLE, dado a sua matriz conservadora. Em Março de 1862, surge como
Soberano Grande Comendador do REAA do Grande Oriente de Palermo e depois, pela
unificação dos três Orientes existentes em Itália (Nápoles, Turim e Palermo), é
nomeado Grão-mestre do Grande Oriente de Itália (na reunião de Florença, dos
dias 21 a 24 de Maio de 1864). Em 1872 é nomeado Grão Mestre Honorário "Ad
Vitam" do Grande Oriente de Itália. Em 1877 a Loja "Garibaldi"
de Buenos Aires nomeia-o Venerável Mestre "Ad Vitam" e, na sequência
[1837-1840] da sua participação na revolução Farroupilha do Rio Grande do Sul
[iniciada em 1835 - levado a cabo pelo
coronel Bento Gonçalves da Silva [importante maçom, da loja de Porto Alegre,
"Filantropia e Liberdade", Domingos José de Almeida, Antônio de Souza
Neto, David Canabarro e outros maçons – integra a construção da jovem República
Rio-grandense [que precede o triunfal movimento republicano brasileiro],
recebendo a "carta de corso" e assume-se "guerrilheiro".
Depois da epopéia Riograndense veio o Uruguai e o retorno a
Itália, de onde partiu, como "Carbonário", uma Sociedade Secreta ao
estilo da maçonaria.
Em Montevidéu, lugar para onde vai residir [1841], participa
na defesa da cidade, organizando a "Legião Italiana" ou "Camisas
Vermelhas". Em 1848 regressa a
Itália com o intuito de fundar a República e unificar a Itália. Após relativos
insucessos da sua ação militar e consequente exílio (Suíça e Nice), volta a
Roma (onde, então, se proclama a República) como deputado republicano, mas
rapidamente tem de a abandonar, depois da sua queda, sendo perseguido na fuga
por exércitos de diferentes países, pelo que se retira para Tanger (1849),
partindo, depois, para Staten Island (Estados Unidos). Retoma o seu trabalho
nos navios mercantes, percorrendo de novo cidades e mares, restabelecendo a sua
rede de amizades e cumplicidades. Em 1854 volta a Itália, participando, como
comandante das forças sardo-piemontesas (do rei Vítor Emanuel II), na conquista
da Lombardia (1859) aos austríacos.
Determinado a não perder a ocasião, Garibaldi avança para o do sul de Itália,
conquistando a Sicília, Sardenha e Nápoles. O reino de Itália está assim
unificado (faltaria Roma), após proclamação (em 1861) de Vítos Emanuel II como
rei. Garibaldi tenta, ainda, a anexação de Veneza (1866), a conquista de
Trento, a invasão de Roma (onde obtêm um enorme desaire). Organiza a Assembleia
de Livres-Pensadores, em Nápoles (1869). Morre a 2 de Junho de 1882, em Capri.