RETRATO DA SEMANA

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Recuerdos da companheirada e do velho parceiro (Mouro Negro).

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

LEI DO ARTISTA DE RUA É DEBATIDA


Após repercussão negativa da minuta que regulamentava as atividades dos artistas de rua em Porto Alegre, com verdadeiros absurdos, o poder executivo, através da Secretaria de Cultura, resolveu ouvir os reais interessados no tema, ou seja, os próprios artistas.


 Prefeitura recebe propostas de artistas de rua em audiência pública
Foto: Júlio Cordeiro / Agencia RBS

Por: Felipe Martini / 
Via Conselho Municipal de Cultura

Mais de 300 pessoas lotaram o Teatro Renascença em uma audiência pública convocada pela Secretaria da Cultura para discutir as mudanças e a regulamentação da lei dos artistas de rua de Porto Alegre. Mais de 42 coletivos, além de entidades como Sindicato dos Artistas e Técnicos de Espetáculos de Diversões do Rio Grande do Sul, Associação de Músicos da Cidade Baixa e Associação dos Expositores do Brique da Redenção compareceram ao evento.

"Desconsiderem o texto", diz vice-prefeito da Capital sobre regulamentação de artistas de rua — A minuta polêmica não existe mais. Esse evento é um marco zero na discussão sobre a regulamentação da lei. Essa audiência é o primeiro encontro para discutir um novo formato de forma harmônica a lei do artista de rua — explicou Vinícius Cáurio, secretário-adjunto da Cultura, que comandou a audiência.

Também estavam presentes as vereadoras Fernanda Melchionna e Sofia Cavedon que foram articuladores na criação da lei nº 11.586, de 5 de março de 2014. As duas se manifestaram sobre a regulamentação.
— A lei foi feita de forma coletiva e traduz a atividade do artista. A cidade está acolhendo, aplaudindo e assistindo. Esse é o resultado da aplicação da lei. Não vejo a necessidade de regulamentação — afirma Sofia.

Artistas de rua têm em comum a relação com a música ainda na infância
— Não aceitaremos retrocessos na lei, apenas avanços — pontuou Fernanda.

No evento, entidades, coletivos e autônomos apresentaram propostas por escrito e defenderam suas ideias. Diversos pontos da lei foram questionados, como a necessidade de informar à prefeitura o dia e hora da apresentação e a questão do artista poder receber apenas uma doação espontânea sem poder estabelecer um preço por seu produto. Muitos representantes também se posicionaram contra a regulamentação.

Durante as apresentações, a extinção da minuta, que se tornou polêmica na última semana, foi muito questionada.
— A minuta está descartada, mas não está descartada a visão de cidade que essa gestão do governo tem — afirmou Ricardo Bordin, da Associação dos Músicos da Cidade Baixa.
— Temos que agradecer a minuta, pois graças a ela os artistas de rua estão unidos de uma forma nunca antes vista — pontuou Márcio Petraco, do Conjunto Bluegrass Porto-Alegrense.

Ao fim do evento, um grupo de trabalho foi formado para redigir um calendário e marcar os próximos debates. Nos encontros futuros, também serão envolvidos o Sindilojas, Federasul e algumas associações de moradores. As vereadoras afirmaram que vão acompanhar de perto as negociações.