Ontem, dia 16 de maio, estive no aniversário do meu grande amigo Marco Aurélio, o Zoreia, um dos homens mais campeiros deste Rio Grande. São 52 anos de cavalgadas, de gauchismo e de uma dedicação especial ao tropeirismo. O Marco Aurélio tem ministrado dezenas de palestras sobre esta atividade tão importante na formação histórica do nosso Estado.
O Zoreia e sua esposa Beti são proprietários de um sítio ali no Açoita Cavalo, entre Taquara e Rolante, que é um verdadeiro museu a beira da estrada. Um acervo que não se encontra igual em qualquer memorial. Canastras, cangalhas, bruacas... Vale a pena conhecer.
Por ali revi amigos como o Sérgio Gaudério Barbosa, o Jorginho das facas Milongas, o Genilson, a Luciana, a mãe do Zoreia que, com mais de 80 anos tem uma visão e uma memória de causar inveja aos Léos Ribeiros da vida, enfim, foram momentos prazerosos que passamos junto com estes parceiros.
Mas eu tinha uma curiosidade. No convite que eu recebi compunha o cardápio uma Sopa de Bolas. Imaginei que fosse algum prato gastronômico a base de bolas de touro. Mas não. A receita que vem da tataravó do Zoreia é a base de miúdos de galinha.
Como hoje é domingo e ainda dá tempo do amigo leitor preparar uma Sopa de Bolas, vamos a receita.
É o seguinte: Se moe todos os miúdos (coração, moela, fígado), tempero a gosto (aí tem algum segredo do cozinheiro), um pouco do peito da penosa para dar a liga, e prepara-se as "bolas" tipo almôndegas.
Depois, mistura-se com o resto da galinha (de preferência caipira) num panelão e deixa ferver e engrossar. É coisa para levantar até defunto.
Sei que é um prato que vem de geração para geração mas eu apelidei de "Sopa de Bolas do Zoreia."
