PARA O ROL DE MEUS ÍDOLOS
Se tem uma profissão que admiro, é a de palhaço. A pessoa que tem esse dom é um virtuoso, é um predestinado que veio ao mundo para trazer alegria aos outros.
Para a maioria das pessoas não importa o estado de espírito daquele rosto que está por detrás das pinturas de um palhaço. Não querem saber se ele tem mágoas, família, contas a pagar. Aos nossos olhos o palhaço não pode ter sentimentos de tristeza. Tem que estar sempre de prontidão para espantar as nossas desventuras.
Muitos utilizam a terminologia "palhaço" para denegrir alguém, para adjetivar ofensivamente outrem. De minha parte, quando me chamam de palhaço, embora eu saiba que desejam humilhar-me, eu me sinto feliz. Que bom se eu tivesse o contentamento, o bom humor de um palhaço. Que ótimo seria para mim levar a vida dando gargalhadas deste mundo imundo, violento, injusto.
De todos os palhaços que me fizeram rir não esqueço do Ping-pong, um artista multifuncional (equilibrista, mágico, cantor...) e que também era o dono de um velho circo mambembe que seguidamente aparecia com suas lonas rotas lá para as bandas da Aratinga, onde fui criança. Lembro que os habitantes do povoado reculutavam alimentos para que aqueles artistas não passassem fome...
Outro que marcou minha infância, aí já por motivo da televisão, foi o Carequinha.
Relembrando que Jader Moreci Teixeira, o Leonardo, compositor e cantor de sucesso, autor de Céu, Sol, Sul, Terra e Cor, começou sua carreira como palhaço de circo, venho nesta postagem saudar um grande amigo, escritor, radialista, poeta de enorme sensibilidade, Presidente da Estância da Poesia Crioula e, sobretudo, um grande ser humano, Wilson Tubino (fotos acima), por sua louvável iniciativa de frequentar um curso para formação de palhaços.
Sua missão? Voluntariamente, levar um pouco de alegria aos enfermos nos hospitais.
Que alma grande, meu mano velho!
SOBRE O TEMA ACIMA, VEJAM O QUE NOS SINTETIZOU O TUBINO
Meu bom Irmão e amigo Léo, boa tarde!
A Universidade Federal de
Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPOA) tem um programa chamado
"Operação Palha-Assada" que recruta voluntários, através de uma seleção
rigorosa, para realizarem um curso de "clown" (palhaços) que irão atuar
junto à crianças hospitalizadas. O curso de estende por vários meses,
com uma profundidade extraordinária preparando os "clowns" para as mais
diversas situações que possam ser vividas dentro de um hospital.Ao final
do curso os alunos aprovados, são divididos em grupos e passam a atuar,
levando alegria aos pequenos pacientes que muitas vezes nem sequer
recebem visitas de familiares, que moram no interior. É um trabalho
maravilhoso que tem nos encantado a cada aula. Os professores são jovens
voluntários que já atuam há muito tempo e que, de uma forma humana e
altamente profissional, nos passam preciosas informações, nos tornando
aptos para esse mistér. Tive a felicidade de ser aprovado na seleção
deste ano, junto com os meus filhos caçulas, o Anderson e a Cibele.
Nosso curso encerra-se nos primeiros dias do mês de julho. A partir de
então estarei recebendo o maior galardão que a vida pode me oferecer
nestes 69 anos de existência. Espero me tornar um excelente PALHAÇO e
poder levar uma pitada de alegria e uma mala de garupa cheia de amor a
toda essa piazada. Que assim DEUS me assista!
E... como dizem os palhaços: Um beijo na ponta do nariz!
Wilson Tubino
