O maior e real valor deste bonito
encontro campeiro promovido pelo MTG, talvez não esteja somente na alegria de
erguer o troféu, pois vai além de ter-se um Braço de Diamante.
Andeja pela satisfação de um avô
laçar ao lado do filho e do neto, rega a semente de futuros gaúchos (falo da
piazada laçando vaca parada), inclui a mulher nas lides campeiras, traz o
divertimento de um taura “cantando flor” num jogo de truco.
A Festa Campeira, que aconteceu na
cidade de Santa Cruz do Sul, em sua 27ª edição, é marcada por encontros e
reencontros de pessoas “das antigas” embora moços na idade. Neste evento de
resgate e preservação das lides campeiras, jovens criados em apartamentos
compartilham democraticamente do mesmo gosto pelas coisas da terra gaúcha com àqueles
forjados no meio rural.
O acampamento, a
confraternização, os seminários culturais (foto abaixo), são provas vivas de que nossa
tradição é perene, embora muita coisa ainda possa ser feita.
Mas de tudo o que foi citado,
o que mais dou valor neste reviver campesino é o desapego ao dinheiro, é o
amadorismo (no bom sentido), é o participar por prazer. Ali, nenhum laçador
está caçando camionetes, motos, valores monetários. Ali é o cerne, a raiz, o
esteio da autêntica cultura regional de nosso pago crioulo tentando chinchar, na presilha do laço, os costumes mais puros que tentam fugir.
Sei que sou um saudosista mas nos
rodeios de hoje pouco eu enxergo do Rio Grande de antanho. Sei, também, que pensando assim, nunca alcançaremos a projeção de um Rodeio de Barretos, por exemplo, onde a "pataca" impera. Mas prefiro viver assim, meio esquecido, mas de consciência tranquila.
Por isso, longa vida a nossa
Festa Campeira.
Fotos: Rogério Bastos