É impressionante como uma poesia singela, simples, sem ambição, feita exclusivamente para menininhas declamarem, pode cair no gosto das prendinhas.
Uns versos aparentemente primários, por vezes, nos trazem mais prazer que muitos poemas rebuscados, pesquisados, metrificados. Ouvir diversas crianças recitarem um poema de nossa marca traz uma alegria enorme.
É o que acontece seguidamente com o poemeto Boneca de Pano, de minha lavra. Um beijo no coraçãozinho de cada uma destas Grandes declamadoras.
BONECA DE PANO
(Léo Ribeiro)
(Léo Ribeiro)
"Dorme filhinha
que a Cuca já vem.
Papai foi a caça
e a mamãe logo vem".
E a boneca de pano
e palha picada,
cabelo de milho,
bochecha encarnada,
cochila em meus braços.
A minha boneca de pano.
Amiga nas horas
que cruzam mansinhas
nas tardes de inverno
a brincar de casinha.
Amiga nas noites
de grande tormentas
ouvindo as histórias
da Dona Siá Benta.
A minha boneca de pano.
Aonde me levam
eu levo a Juquinha
nem ela, nem eu,
andamos sozinhas.
E quando estou triste
ela chora também.
Eu sinto que ela
me quer muito bem...
A minha boneca de pano.