A sensação que existe hoje, passados 179 anos da Guerra dos Farrapos, é a de que as
motivações daquele movimento não foram superadas. Por um lado, o Estado continua em situação de mando político dependente, com uma economia pouco
beneficiada no processo de acumulação capitalista que se reproduz no Brasil.
Por outro, o Rio Grande do Sul não consegue enxergar o próprio umbigo e
compreender que suas dificuldades resultam da forma como tem sido realizada sua
inserção como sócio menor no sistema econômico brasileiro. Expressando-se de
forma figurativa, o Rio Grande do Sul continua produzindo e vendendo "charque",
ajudando a subsidiar o funcionamento do mercado exportador e sem o
cacife no processo político-decisório nacional. Como não se aproxima nenhuma guerra com países vizinhos e não precisam dos gaúchos para pegar em armas, vai continuar assim por muitos e muitos anos, até que apareça algum Antônio de Souza Netto por estas bandas...