RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA

terça-feira, 29 de julho de 2014

NÓS E OS FESTIVAIS!




(é bem por aí, meu amigo Paulo Ricardo Costa)

Tchê! Eu duvido caras mais sem vergonha do que NÓS que queremos participar de festivais. Passei a tarde inteira envolvido com música para festival. Copiando letra, gravando CD. Ainda, os festivais, para nos ajudar querem uma música em cada CD (só para terem mais lixo para serem jogados na natureza) tive que sair para comprar CD, depois sair para tirar cópias e colocar no correio, para depois acontecer que nem na Coxilha que a Comissão avaliou 800 músicas em 2 dias, ou seja, nem escutam direito.

Mas NÓS, como todo sem vergonha, estamos mandando. Mas tudo bem e vai lá que passa. Ai viajamos 5 machos (sempre tem um gordo no meio) dentro de um golzinho ou um pálio que são mais econômicos, com violões, gaita, contrabaixo, pratos e mais as malas de verdade... Ai vão-se para aquele hotel, mais barato, sem ar condicionado, porque a ajuda de custo de mil reais, para dividir por 7, com 600 km de ida e volta, e ainda alguém esqueceu o poncho em casa e lá só tem duas mantinhas. A metade da ajuda fica no hotel e a outra metade em cachaça, por que para aturar esse inverno com duas mantinhas só na canha.

Mas o pior ainda está por vir, o violeiro com suas unhas da mão direita bem cuidadas, parecem duas garras, vai no banheiro e naquela hora, rasga o papel higiênico e a unha passa levando tudo por diante, e não adianta lavar que o fedor não sai, fica ali entranhado embaixo daquela unha preta....só metendo um canivete e cortando as unhas a canivete. Sobe no palco puto da cara e mete rachando, uma batida nas cordas e uma olhada pras unhas, disfarça e dá uma cheirada, tudo bem a música vem redondinha, mataram à pau, descem se escondendo dos artistas e se vão lá pra copa bebemorar. 

Mas antes, lá nas rádios tem os Rogério Ayres que não escrevem um bilhete pra um bolicheiro, não assobiam o parabéns pra você, é desafinado até para caminhar, mas pegam os microfones só para falar bobagem e baixam o pau:
- Não gostei... Não é bem o estilo do festival, tu vês nosso festival é campeiro e essa letra é muito urbana, acho que a melodia não casou com a letra, e os rapazes dos violões não se acertaram, o cantor desafina, para mim essa música não passa.

Pronto, em 2 minutos, já julgou e condenou um trabalho que foi feito com muito esforço e carinho, muito trabalho a afinco, sem ao menos se importar que aquela música é a realização de quem a faz com amor.

Mas que nada, semana que vem tem outro, depois tem mais outro...E vamos indo...somo que nem massa, tem que apanhar para crescer.

Blog: Entre Mates e Guitarra - Paulo Ricardo Costa