Gravura: Vasco Machado
Tem um ditado que diz: - Acerta uma no cravo e outra na ferradura.
O ditado faz referência a uma pessoa ferrando o cavalo. O correto seria acertar todas as marteladas no cravo (tipo de prego que firma o ferro no casco). Contudo, por vezes a gente erra e acaba acertando na ferradura.... Na vida é assim, a gente acerta e erra, o que é uma coisa natural.
O ditado faz referência a uma pessoa ferrando o cavalo. O correto seria acertar todas as marteladas no cravo (tipo de prego que firma o ferro no casco). Contudo, por vezes a gente erra e acaba acertando na ferradura.... Na vida é assim, a gente acerta e erra, o que é uma coisa natural.
Toquei neste ditado porque penso que ontem acertei no cravo ao postar em nosso blog sobre os laçadores e a tentativa de ludibriar o MTG. O título da postagem foi DRIBLANDO O MTG.
Pois bueno. Quase sempre faço uma breve chamada no facebook sobre algumas postagens que produzimos no blog. E foi aí (no facebook) que pude perceber que acertei no cravo com tal postagem pois da matéria derivou-se um debate de alto nível, como há tempos eu não via no face (mesmo que fugindo um pouco do tema Tiro de Laço).
Pessoas educadas, com conhecimento de causa, ordeiras, manifestaram-se pró e contra os rumos do Movimento e que servem até para mim que defendo o MTG como instituição (mesmo que privada) embora seja contrario a muitas de suas decisões (que são tomadas em colegiado).
Pessoas educadas, com conhecimento de causa, ordeiras, manifestaram-se pró e contra os rumos do Movimento e que servem até para mim que defendo o MTG como instituição (mesmo que privada) embora seja contrario a muitas de suas decisões (que são tomadas em colegiado).
Carlinhos Lima Não é a primeira e nem a última "crise de identidade" vivida por (supostos)tradicionalistas. Quem não entende cultura como tal que siga o caminho
efêmero do momento, enquanto durar. A história nos mostra: todo os
modismos passam; e a essência continua preservada para a posteridade.
Felizmente ainda temos o MTG, cujas qualidades ainda são infinitamente
superiores aos defeitos propalados pelos interesses pessoais.
- Jeandro Garcia é Cleinton, eu embora na casa dos 30 não entrei no tradicionalismo motivado pela invernada ou concursos... venho de um pensamento mais de agregar pessoas para fazer um churrasco, do que formar campeões. Fui vice-patrão de um CTG que restavam apenas 5 pessoas lá dentro, fechado pela justiça após as 22h... quando chegamos lá a situação era preocupante, mas começamos a agregar mais e mais amigos para entidade e em 6 meses tínhamos feito diversas atividades, multiplicado o caixa, e principalmente aumentado o numero de sócios e frequentadores... era tudo que eu imaginava para reerguermos a casa, e este ano começaríamos de fato a pensar em invernadas artísticas sustentáveis, procurei campeiros e queríamos fazer um grupo folclórico. Vi que realmente com esforço é possível sonhar em algo melhor para a tradição, algo baseado na união, e não na competição... estar lá apenas por estar, apenas por comer uma carne, e conversar na volta do fogão... Infelizmente saímos por ciumes de membros antigos, que deixaram a casa cair, e se melindraram com o trabalho feito em menos de 1 ano quando reerguemos. E só porque era uma patronagem nepotista que resolvi sair, se não fosse isso teria ficado por tudo que havíamos feito, e por tantas pessoas que estávamos levando para a entidade. É uma pena, mas a marcha ré já foi engatada 1 dia após a nossa saída. E a previsão de futuro é nenhuma, pelo que todos comentam por aí.

- Cleiton Santos Eu aprendi a caminhar dentro de um CTG, Jeandro... Meu pai foi fundador de dois deles lá em Cachoeira do Sul, ainda nos anos 50/60. Fiz todo o processo de invernada, diretoria, até o final dos anos 80. Depois não vi mais sentido. Minha primeira faculdade foi de estudos sociais. Aí comecei a estudar História e a me opor a muitas coisas que via, ouvia e percebia tornadas regras sem direito ao contraditório nas entidades. Depois, ingressei no jornalismo. Dai ferrou de vez, me tornei mais crítico, mais criterioso. Hoje me sinto bem participando de um ou outro festival, ou numa lida com os amigos ou familiares campo afora do que num CTG. Não gosto de gente me analisando pelo que visto, porque me criei respeitando gente que andava esfarrapada, mas tinha no cerne o respeito, o conhecimento do campo e que sabia lidar com gente e com bicho melhor do que muito engravatado de gabinete. Não reconheço a legitimidade de uma entidade que mede as pessoas por comprimento de lenço, tamanho de armada (que no serviço não se mede isso) e regrinhas que não levam a nada. Acho que o MTG teve sua relevância. Hoje se perdeu na poeira e está difícil encontrar seu rumo. Talvez falte isso. Juntarem-se os dirigentes aos amigos e aos que ainda restam no movimento, ouvir o que pensam com flexibilidade e humildade para saber que é preciso mudar. Como dizia o "Romance do João da Gaita": "Ver a querência irmanada, sem que falte nenhum. Num grande baile comum, à sombra de uma ramada". Sonho impossível, claro. Hoje, eles lá. Eu cá! Abraço!
- Sergio Barbosa Achei de muito fundamento o que o Cleiton escreveu, acho que o MTG se afastou demais dos seus sinuelos, as regrinhas de hoje engessam muita coisa. Exemplo, ao fixar a medida das bombachas excluem a bombacha serrana, demonstrando, inclusive desconhecimento dos usos e costumes de todo o nosso Rio Grande que tem suas peculiaridades regionais. Outro exemplo, quando um campeiro lida com laço não vai de rabo-de-tatu, ou rebenque, vai com o arreiador. Acho que começamos a retroceder com a militarização do MTG, nada contra os militares, que têm no quartel o seu lugar específico, hoje é necessário curso para tudo, a maioria das vezes ministrado por urbanos que pouco entendem do assunto, por sorte não preciso do MTG para encilhar minha mula e ganhar as coxilhas...