RETRATO DA SEMANA

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quarta-feira, 25 de junho de 2014

FOI O NYT QUEM DISSE...


- Atualizado em

NYT analisa o RS e vê futebol gaúcho mais "guerreiro" que o do resto do país

Reportagem do jornal americano destaca o estilo platino dos gaúchos e avalia que Rio Grande do Sul tem cultura diferenciada frente ao típico "jogo bonito" brasileiro.

Por Porto Alegre

Uma cultura distinta à filosofia típica do “jogo bonito” em um estado onde a população encara o rigor do inverno e vê o futebol com um olhar mais platino do que brasileiro. Assim o New York Times analisou os gaúchos em reportagem publicada neste sábado pelo periódico americano.

- Porto Alegre e seus dois clubes grandes, Grêmio e o arquirrival Sport Club Internacional, tem uma reputação de jogar no estilo uruguaio e argentino: duro e sem constrangimento. Essa é uma cultura guerreira, um patrimônio dos gaúchos. Eles chamam de "ter raça" ou coragem - afirma o jornal.

Reportagem do NYT mostra torcedora se aquecendo na Fan Fest em dia gelado no RS (Foto: Reprodução) 
Reportagem do NYT mostra torcedora se aquecendo na Fan Fest em dia gelado no RS
 
O New York Times diz ainda que o estado carrega a crença de que, "pela proximidade com o Rio da Prata", o futebol teria sido jogado primeiro aqui do que em São Paulo. Uma possível referência a quem fundou o primeiro clube do Brasil: a Ponte Preta ou o Rio Grande, de Rio Grande-RS.
- Esse não é um Brasil do imaginário do samba subtropical, mas a dura realidade do inverno no estado mais ao sul do país, o Rio Grande do Sul - diz o NYT ao avaliar as distinções climáticas e culturais entre os gaúchos e os demais brasileiros. 

O histórico amistoso no Beira-Rio em 1972, entre a Seleção Brasileira e um combinado de jogadores que atuavam no Rio Grande do Sul, quando o estádio teria recebido 110 mil torcedores, também é citado como referência para resquícios de rixa futebolística dos gaúchos com o estilo típico canarinho.
- No fervor regional, o hino nacional foi vaiado e a torcida local queimou uma bandeira nacional. Sempre que os "brasileiros" tinham a bola, eram vaiados por 110 mil espectadores -, ressalta a reportagem.

A desconfiança de alguns gaúchos consultados pelo NYT com o desempenho brasileiro no mundial deste ano também é mencionada. Ao citar o próximo jogo no Beira-Rio, entre Argentina e Nigéria, os americanos avaliaram que a população do país vizinho estará "em casa" na capital gaúcha em uma situação considerada inusitada pelo jornal.
- Os torcedores argentinos, e, sem dúvida, os hooligans conhecidos como barras bravas, vão encontrar uma casa longe de casa. Para os moradores locais, no entanto, pode ser apenas um pouco chato assistir à marca de futebol platino sendo desempenhada em campo pela própria seleção argentina.