Meu Pai Bernardino Souza
Foto: Restaurada por Paulo Ricardo Costa
Num dia 05 de maio, do ano de 1994, portanto a exatamente vinte anos, falecia meu pai Bernardino Souza, um gaúcho sem cavalo, um peão da "boléia" do caminhão.
Lembro que, quando ao seu lado num leito do Hospital de Caridade de São Francisco de Paula a televisão noticiou a morte de Ayrton Senna, ele saiu-se com esta tirada: - Mas é ligeiro este Senna. Vai chegar primeiro que eu no céu...
Realmente, o mundo preocupava-se com a morte deste grande piloto brasileiro, mas eu não. Eu me entristecia com a morte de meu melhor amigo. Chorava o falecimento de um "piloto" que passou sua existência dirigindo caminhões e ônibus pelo meio do mato, por estradas barrentas e daí tirou o sustento de nossa família.
Passados vinte anos ainda sinto muito a sua falta. Queria dizer-lhe palavras que não disse, fazer coisas que não fiz e que só após a sua morte me dei conta. Mas a vida é assim e, apesar de tudo, acho que fui um bom filho.
Mas meu maior ídolo na direção de um veículo, tenham certeza, não foi Ayrton Senna.