Grupo se apresentou na televisão no final de abril
Foto:
TV / Reprodução
Os dois responsáveis por colocarem a apresentação da banda Putinhas
Aborteiras na internet foram demitidos da TV Educativa de Porto Alegre,
mais conhecida como TVE.
Ambos eram funcionários de confiança (CCs) e trabalhavam na área de marketing e redes sociais.
Segundo o presidente da Fundação Cultural Piratini, Pedro Osório, as
demissões ocorreram por "uma questão de coerência" — a banda foi
entrevistada em um horário em que o conteúdo das músicas não poderia ser
veiculado. A apresentação foi ao ar alguns dias depois durante a
madrugada:
— Eu acho que esse tipo de conteúdo não poderia ter subido pela
inadequação da linguagem e exposição a crianças. Inclusive tiramos o
vídeos do ar.
Osório disse também que a conduta dos funcionários já estava sob
avaliação por erros anteriores e a publicação da apresentação da banda
no Youtube foi o ápice do problema.
Os nomes, que serão divulgados no Diário Oficial, não foram identificados pela TVE.
Entenda o caso:
Os nomes, que serão divulgados no Diário Oficial, não foram identificados pela TVE.
Entenda o caso:
O vídeo atingiu um grande número de visualizações e repercutiu a
música da banda, conhecida pelo discurso feminista, de defesa do direito
ao aborto e críticas ao machismo, à Igreja Católica.
Na Câmara de Vereadores de Porto Alegre,
a bancada do Partido Progressista (PP) protocolou requerimento de moção
de repúdio à emissora por ter apresentado o grupo autointitulado
"anarcafeminista" e divulgado uma música com palavrões.
No requerimento assinado pelos vereadores Mônica Leal e Guilherme
Socias Villela, a TV educativa é criticada por exibir a manifestação que
se utiliza de "linguajar chulo e de baixo nível" e que "fere a moral e
os bons costumes do povo brasileiro."
Em nota publicada na página oficial no Facebook, a banda critica "os
preconceitos e opressões sofridos diariamente pelas mulheres, e as
reações violentas de pessoas conservadoras só confirmam o incômodo que
isso causa. Ainda é um tabu falar sobre aborto, embora a letra que
cantamos no Radar - "o corpo é da mulher e a decisão também" — seja uma
reivindicação do movimento feminista há décadas".
Procuradas por Zero Hora, integrantes do grupo afirmaram que estão
sofrendo ameaças após a exibição do programa e preferem não falar à
imprensa.
Click RBS