CONTRA PESSOAS ENVOLVIDAS EM FESTIVAL NATIVISTA
Está na justiça federal, em Santana do Livramento, a denúncia do Ministério Público Federal contra três pessoas por supostos desvios em verbas federais utilizadas no festival nativista Um Canto Para Martin Fierro, realizado na cidade em 2009. Carlos Fernandes, atual secretário de Agricultura de Livramento, além de Anomar Danúbio Vieira, presidente do festival, e ainda o empresário Jeferson Dariva, de Osório, foram denunciados por estelionato.
Ex-secretário de Agricultura de Livramento, Carlos está entre os indiciados. Foto: blog Ronda dos Festivais
A acusação tem por base inquérito realizado pela Polícia Federal a
partir de denúncia feita por um produtor rural de Dom Pedrito, que
teria recebido cheques (sem fundos) do Centro de Cultura Um Canto Para Martin Fierro,
em troca de gado. Embora o Centro de Cultura fosse da responsabilidade
de Danúbio, Carlos foi indiciado porque, segundo o MPF, ele “geria a
entidade e fazia pagamentos e contratações”. Já o empresário Dariva foi
responsabilizado por ter emprestado uma nota fiscal de R$ 72 mil aos
responsáveis pelo festival, sem prestar os serviços, como ele próprio
admitiu, em depoimento.
Depoimento de Adair embasou acusação. Foto: arquivo pessoal
Para a Polícia Federal, são fortes os indícios de que grande parte dos R$ 353.780,00 liberados pelo ministério da Cultura para o festival, foi” desviada”, uma vez que “pelo menos dois
prestadores de serviços declararam não ter recebido os valores cujas
notas foram juntadas para justificar os gastos com o projeto”. Além de
Jeferson Dariva, o músico Adair de Freitas disse, em
depoimento à PF, que entregava dois recibos de igual valor quando era
contratado como jurado do festival. Ele foi ouvido como testemunha
durante a investigação e não foi denunciado.
Procurado pelo Repórter Farroupilha, Carlos Fernandes
afirmou, via mensagem de texto, às 11h06min desta quinta-feira, que
estaria em uma reunião e que retornaria a ligação, o que não aconteceu
até o momento. Já Anomar Danúbio, disse que não foi ouvido na Polícia
Federal, e que não sabe do que está sendo acusado. Declarou também que
os cheques foram usados por Carlos sem o conhecimento do Centro de
Cultura, do qual era presidente. Jeferson Dariva ainda não foi
localizado.
Fonte: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/reporter-farroupilha/platb/
