Na imagem da minha saudosa Mãe Doralice Ribeiro de Souza
(foto) deixo um beijo no coração de todas as Mães do mundo,
especialmente na minha esposa e Mãe de meus filhos, Miriam Asmuz Vallim de Souza.
Se viva
estivesse, minha Mãe, no dia 09 de maio, sexta-feira, estaria completando
91 anos. Criou-se na lida rude, nas intempéries de um tempo sem os confortos de
agora. Mesmo assim, através de sua velha máquina de costura criou, educou e
deixou dois cidadãos de bem para este Rio Grande Velho. Meu irmão Luis e eu. Varando
noites sob a luz de lamparinas para enfeitar corpos alheios através de lindos
vestidos, alinhavou o rumo destes dois gaúchos que hoje sentem uma saudade
imensa de seus carinhos, de sua preocupação. Você, amigo, que tem Mãe viva.
Abrace-a, beije-a, peça perdão por suas falhas e perdoe as falhas desta
pessoa que só pensa no bem de seus filhos.
Parabéns Mães gaúchas, brasileiras e de
todo este mundão sem fronteiras.
Abaixo da foto de minha Mãe Doralice, um poema de minha lavra. Só não me peçam rimas com a palavra MÃE pois está é única e nada se compara.
Os meus sonhos se avivaram
de luzes, povo e distância
quando deixei minhas ânsias
seguirem seu rumo em frente.
No lugar onde nasci
ficaram restos de mim
e uma tristeza sem fim
nos olhos de minha gente.
Busquei horizontes largos,
cruzei fronteiras e serras,
na solidão das taperas
me fiz homem ainda guri.
Fui braço nas semeaduras,
fui folha ao sopro do vento
e pra contar falta tempo
histórias que já vivi.
Eu vi milênios de fé
nos arcanjos dos vitrais,
nas portas das catedrais
vi orgulho e vi pobreza.
Tive mulheres formosas,
razões de perder a calma,
tive outras que na alma
guardavam sua beleza.
De tudo, o que mais recordo
é alguém de cabelos brancos,
pureza de flor-do-campo,
ternura sempre ao dispor.
Minha Mãe, quanta saudade,
que trago tempos após....
Ainda escuto tua voz
falando coisas de amor.