Neste sétimo dia da morte do Xiruzinho, como homenagem, postamos uma prosa que tivemos algum tempo atrás:
João Darlan e a capa de seu novo CD
Mas a prosa que tive com o Xiruzinho me deixou triste. E conto o por quê.
Como disse no parágrafo anterior, aprendi a gostar das canções do
Xiruzinho ouvindo o retrechar costeiro, com cheiro de terra vermelha das
missões. Contudo, desiludido com os rumos da musicalidade gaúcha, com a
falta de perspectivas, com o mercado em baixa, o cantor está seguindo
novos rumos e bem diferentes do gauchismo, o que é uma gande pena.
O CD Aquarelas do Amor com que fui presenteado deixou de ser do
Xiruzinho e foi renomeado para João Darlan, seu nome de batismo. Mas não
foi só o nome que mudou. Como vocês podem observar na capa do Trabalho
(acima) as bombachas, o pala, o lenço e a inseparável boina foram
deixados de lado. O repertório também mudou. É uma obra que foge de tudo
que ele já fez... Composições como Dublê de Amor; A Pensionista Eterna;
Refém do Amor; Dia de Zoar; Meu Amor Não é Negócio e outras similares,
compõe o CD.
Xiruzinho (para mim será sempre o Xiruzinho) tem um argumento muito forte. Hay que trabalhar!
- Qualquer dupla sertaneja que desça em Caxias (cidade onde mora) por
mais desconhecida que seja - ma fala o cantor - não cobra menos que R$
60 mil para uma apresentação em uma noite (no meio da semana). Mandam um
vídeo com seu "espetáculo" para alguns músicos da cidade dias antes,
pagam R$ 2 mil a estes músicos, e levam, limpo, R$ 58 mil, valores que
um artista gaúcho precisa de 10 shows para arrecadar.
Alguém aí tem um contra-argumento?
Eu não tenho... Mas que é uma pena, ah, isto é!
João Darlan, o “Xiruzinho”,
meu afilhado e parceiro;
por cantor e guitarreiro,
o meu verso com carinho.
Que Deus “alumbre” o caminho,
que tomastes, sem dizer.
Quando puderes me ver,
ouvirás meu coração,
repetindo a saudação,
que se faz Entre Colunas:
“en noche de sol y luna”,
numa eterna comunhão.
Por: Don Arabi Rodrigues
Xiruzinho, á moda antiga, no galpão do Fraternidade Gaúcha
João Darlan, o “Xiruzinho”,
meu afilhado e parceiro;
por cantor e guitarreiro,
o meu verso com carinho.
Que Deus “alumbre” o caminho,
que tomastes, sem dizer.
Quando puderes me ver,
ouvirás meu coração,
repetindo a saudação,
que se faz Entre Colunas:
“en noche de sol y luna”,
numa eterna comunhão.
Por: Don Arabi Rodrigues

