RETRATO DA SEMANA

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O MELHOR LUGAR DO MUNDO É AONDE VOCÊ ENCONTRA A PAZ - Gravura: Aldo Chiappe

terça-feira, 22 de abril de 2014

AMIGOS DESPEDEM-SE DE XIRUZINHO


Foto: Diogo Sallaberry / Agência RBS

Segundo o Jornal Pioneiro A capela A do Memorial São José, em Caxias do Sul, recebeu um grande número de pessoas desde a noite de domingo. Familiares, amigos e fãs de João Darlan Bettanin, o Xiruzinho, de 48 anos, que aproveitaram as últimas horas para prestar homenagens e reverenciar um dos principais nomes da música nativista.

Xiruzinho morava em Caxias desde 1978 e morreu na madruga deste domingo em um acidente de carro na ERS-020, em São Francisco de Paula. Por problemas de comunicação entre os órgãos responsáveis, familiares do músico amargaram 18 horas de espera até a liberação do corpo pelo Departamento Médico Legal (DML) de Taquara.

— Como se não bastasse a dor da perda, ficamos ainda mais consternados com a demora para o registro da morte. A funerária teve que viajar para Gramado com o corpo, a 1h da madrugada, porque em São Chico não tinha plantão da Polícia Civil para registrar a morte. E, quando chegaram lá, disseram a eles que o sistema estava fora e não tinha como registrar — conta o primo de Xiruzinho, Arlei Ferreira Velho, 45.

Como alternativa, a funerária buscou a delegacia de Taquara, distante 40 quilômetros. Com isso, o caso só pode ser oficializado às 14h30 deste domingo. Somente após o registro é que o DML de Taquara pode iniciar os exames para determinar a causa da morte.

No DML, a falta de pessoal também foi motivo de espera, segundo os familiares. O médico plantonista só chegou ao posto no final da tarde. Com três servidores desde o final de 2012, os dois legistas e o único auxiliar de perícias trabalham em um regime de sobreaviso permanente. O posto de Taquara atende a 10 municípios da região.

Com sobressaltos, a liberação do corpo de Xiruzinho para o velório aconteceu por volta das 19h de domingo. Desde então, símbolos gaudérios como o chapéu, o lenço e a bandeira do Estado adornam o caixão do músico.

— Conheço Xiruzinho há mais de 30 anos. Começamos a tocar juntos na antiga Churrascaria Chimarrão, aqui em Caxias. Depois, partimos para carreiras solo sem deixarmos de estabelecer contato. Era um irmão pra mim. Infelizmente, ele partiu durante sua melhor fase de criação. É uma perda lastimável pra cultura gaúcha — comenta o músico Daniel Barros, 49.