RETRATO DA SEMANA

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MTC Desenhos

segunda-feira, 24 de março de 2014

UMA FAMÍLIA E TANTO!



Neste fim de semana ocorreu a 15ª edição do Encontro da Família Almeida Vallim. A festividade já começou na sexta-feira e foi até a boca da noite de domingo, no ótimo Hotel Figueiras, em Imbé. Veio gente do Mato Grosso, Florianópolis, São Paulo, Ijui, Gravatai, Porto Alegre, da região serrana, enfim, de diversos lugares, principalmente de São Francisco de Paula onde os Almeidas Valins tem suas raízes. 

O divertimento, o matar de saudades, a emoção, foram grandes especialmente no sábado a noite, no Galpão Crioulo. 

A família Almeida Vallim, tem nos saudosos avós Almerinda e Portácio Vallim a fonte que irriga estas sementes de filhos, netos, bisnetos e tataranetos. São eles que, mesmo distantes fisicamente, motivam estes saudáveis encontros. Foi a partir da lendária Mangueira da Ilha que esta saga começou e, graças a juventude que não esquece suas origens, há de continuar por longos tempos.

Dou muito valor a estes encontros familiares que ocorrem em nossa terra. É uma característica do Rio Grande do Sul, pois envolve tradição, repasse de bons valores. É uma forma de manter vivo, ao menos em nossa memória, um passado de lutas e dificuldades mas, ao mesmo tempo, de muitas glórias e alegrias.    

Eu, sou um enxerto, um agregado, pois a Miriam é que é Vallim. Mesmo assim, após longos anos de intrometido, já me considero um membro desta sensacional família e a mim, na hora das homenagens, coube recitar um poema e que dizia mais ou menos assim:  

UMA CANTIGA AOS ALMEIDAS VAL(L)INS
(Léo Ribeiro)
A gente andeja a la cria,
cada qual com seu destino,
do varzedo ao campo fino,
do mar brabo a calmaria...
Não se vê, por longos dias,
e isto aumenta a saudade.
Mesmo longe essa vontade 
de se rever permanece
pois... saudade não envelhece
e o amor não tem idade.

Por isso não é surpresa
nos reunirmos novamente!
Somos água de vertente
que não aceita represa.
E se a raiz ficou presa
lá nos píncaros da serra
tal qual vento nas tigüeras
vamos tocando as sementes
que brotarão mais na frente
pra refazer primaveras.

Ser Vallim é ser paixão
janeiro atrás de janeiro.
É o alimento, é o tempero,
é a casa-grande, é o galpão.
É não frouxar o garrão
para os traiçoeiros caminhos
que nos arrancam dos ninhos
gente que nos é querida
que vão lutar pela vida
e nós ficamos sozinhos.

Eu, sou um destes, pelo meio,
mas depois de tanto tempo
neste cerne eu me sustento
me sinto bem, escarceio,
e hoje em verso me apeio
pra dizer: - Muito obrigado!
Tendo vocês ao meu lado
eu vôo sem bater asas...
Vocês pra mim são as brasas
onde amanheço acordado.

E os tios e avós são o espelho,
exemplos de retidão,
preparando o nosso chão,  
mostrando, dando conselhos.
Se todos pegam parelho
na tristeza ou na alegria
é porque os tios e as tias
nos ensinaram assim
aos Almeidas Val(l)ins
dedico minha poesia.

Parabéns, também, a moçada
que organizou esta festa!
Amizade é o que nos resta,
de flores é a nossa estrada.
E repito uma pajada
que vive dentro de mim
e sei decor o seu fim:
“...e por mais que o tempo ande
não morrerá o Rio Grande
enquanto houver um Vallim”.