RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA

terça-feira, 17 de setembro de 2013

POEMA PRA UM FIM DE TARDE





ALMA DE CAMPO
Lauro Antônio Correia Simões

Fui me enfurnando...
Como fazem os olhares nas distâncias longas!
Como fazem as almas guitarreiras, junto as brasas.
Depois que as porteiras tombam e as milongas
vão se esparramando, igualitas as tropas
em pouso de estrada, distante das casas!

Então...
Sou fogo: - Um aqui, que ataca
ao virar cabeças p'ra o sem fim do rumo
e, acolá - alumiando na restinga quieta -
namorando a aguada, sou fogão ponteiro
a clarear sovéus e tisnar estacas!

E, quantos...
São tantos e tantos, ainda piazitos, ao redor do fogo.
Repassando cuias e a lotar cambonas!
Oiga-lê Rio Grande!
Quando desencilha - para fazer muda - tem fletes de sobra.
Porque traz tropilhas de almas gavionas!