Uma das coisas mais perigosas que
existem é o improviso. Sou contra o improviso e admiro os tribunos, os
pajadores, os trovadores que sabem sair de uma situação usando o dom da
palavra.
Uma frase, uma palavra mal
empregada num contexto, principalmente num momento de emoção, pode jogar tudo para o beleléu, isto é, prejudicar todo
um trabalho.
Mas não é só para quem se
pronuncia de improviso que ocorre a traição das palavras. Para quem escreve
também. Hay que acontecer a reflexão antes de levar nossos escritos ao público,
porque, depois, já era...
E isto não acontece só conosco,
meros mortais formadores de opiniões. Os consagrados também cometem suas
falhas. Como o jornalista Paulo Santana que utilizou uma coluna inteira para
pregar a demolição do histórico Mercado Público de Porto Alegre e construir em
seu lugar um moderno shopping. Ou então seu colega de empresa (mas desafeto) David
Coimbra que relacionou o atraso de nosso Estado a Érico Veríssimo e Paixão
Côrtes.
Falo tudo isto porque fiquei
matutando sobre o que disse o Diretor do IGTF Luiz Cláudio Knierim sobre o Acampamento
Farroupilha comparando-o a um “Favelão Gaudério”.
Creio que, no fundo, ele não
pense assim ou talvez tenha colocado tal expressão para reforçar alguma tese
sua, pois vejo-o trabalhando muito em prol do Acampamento. É o chamado momento
infeliz. A palavra ou frase mal colocada e, por vezes, retirada (propositadamente) de um contexto.
Por isto, minha gente, vamos
pensar bem antes de falar ou escrever alguma coisa!