O inverno das fotos é coisa bonita. Paisagens bucólicas que dão ao Rio Grande do Sul ares europeus, como estas, de São José dos Ausentes e Cambará do Sul. Contudo, por detrás das fotografias há uma vida que segue e, longe das lareiras, dos chocolates quentes, dos vinhos de marca, das cobertas de pura lã, existe a labuta dos que tem que trabalhar independentemente da temperatura. A criação tem que comer, o leite tem que ser tirado, a obrigação tem que ser cumprida...
Pior ainda, são aqueles que não tem uma criação para tratar, o leite para ser tirado, uma obrigação para ser cumprida. Me refiro a quem nem rancho tem.
Nestas noites frias, fico pensando nestas pessoas. Repito: Fico "pensando" pois pouco, ou nada faço para ajudar a quem precisa, a quem tem por colchão um papelão. Já contei aqui mesmo, neste espaço, que por algum tempo, aos sábados de madrugada, levava chocolate quente e pão aos moradores de rua de Porto Alegre. Aquilo me satisfazia. Sabia que estava sendo produtivo e útil. Hoje, fico a frente da lareira "pensando" naquilo que eu fazia. E a idade não é desculpa, pois tenho saúde...
É, meus amigos, hay vida por detrás das fotografias...