RETRATO DA SEMANA


sábado, 20 de julho de 2013

CHASQUE DO XIRU


Pois é Caro Léo,

enquanto alguns fecham a cancela,  apequenando ainda mais o nosso, já pouco, espaço, outros nos abraçam e nos dão condições de participar, em igualdade de condições - aliás como deve ser qualquer concurso.

Estou falando do Concurso de Poemas nos Ônibus.

O referido concurso já existe há mais de vinte anos em Porto Alegre e, em menos tempo em outras cidades como Esteio, Gravataí e Santo Ângelo.

Em todas as cidades são escolhidos os melhores que, adesivados nos coletivos, serão veiculados em cada uma destas cidades.

A concorrência é bastante acirrada, chegando a ter próximo de mil concorrentes, como acontece em Porto Alegre e mais de duas centenas nas demais.

Como não poderia deixar de ser, a temática é urbana, já que os poemas serão veiculados no perímetro urbano.

Não obstante, continuei insistindo e para minha alegria, este ano inscrevi dois poemas no concurso organizado na cidade de Gravataí. Ambos foram classificados. Uma das poesias, "desdita" é um poema com linguagem urbana, já "Cambicheiro" - como se pode notar no título - é um poema de conotação gauchesca.

Acredito que dessa forma se abre uma nova e grande oportunidade para a cultura terrunha, por isso penso que devemos empilhar a lenha na fogueira dos poetas que se expressam por meio da poesia gaúcha, para que eles se enfiem galpão adentro, visto que a tramela, agora, está aberta.

Se assim fizermos, estaremos nós  - e não aqueles que se dizem responsáveis - cumprindo com dignidade o papel de levar, cada vez mais longe, uma as formas mais autenticas da expressão da cultura gaúcha: o poema xucro.

Tomo a liberdade e tem enviar, em primeira mão, o poema (!?) que eu considero a tramela que foi aberta.

CAMBICHEIRO

 Hoje eu vim dum retovo
Fui visitar meu cambicho,
Que agora vive no povo,
E changueia num bolicho.

Báh tchê, nem te conto,
Da minha infelicidade:
Índio cuera, fiquei tonto,
E me perdi na tal cidade.

Jururu, sem saber donde
Achava a ponta do enleio,
Vi que eu tava meio mal.

Me enfiei no tal de bonde,
Que saiu num corcoveio:
Quase me mata, o bagual!!

Com as mais gaudérias saudações e um fraternal abraço,

Juarez (O Xirú)