O gaúcho Clóvis Fernandes, tornou-se torcedor símbolo da Copa das Confederações após ficar por longos segundos nos telões da Fonte Nova no jogo Brasil x Itália, flagrado pelas câmaras da FIFA. O site terra, o mais visto do País, no dia de hoje, traz uma longa reportagem sobre este personagem já tão conhecido de todos nós. Ver matéria abaixo.
Clóvis Fernandes, 58 anos, faz sucesso com o público na Copa
das Confederações / Terra
Por: Henrique Moretti
Direto de Salvador (BA)
Um senhor de chapéu, bigode e camisa verde e amarela
apareceu no telão da Arena Fonte Nova no último sábado ao lado da réplica da
taça Copa do Mundo Fifa, beijando-a. O torcedor brasileiro mais fanático
certamente já havia visto aquele homem em algum dos 140 jogos da Seleção a que
ele assistiu do estádio, em 66 países diferentes. Ele é o corretor de imóveis
Clóvis Fernandes, 58 anos, o “Gaúcho da Copa”.
Clóvis calcula que sua aparição na transmissão oficial da
vitória por 4 a 2 do Brasil sobre a Itália durou 17s. Ele fez sucesso no campo
e também no hotel onde a Seleção ficou hospedada em Salvador, na Praia de
Stella Maris, onde tirou fotos ao lado de torcedores neste domingo, logo após a
equipe ter deixado o local com destino a Belo Horizonte.
O “Gaúcho da Copa” também vai à capital mineira, mas lá só
chega na próxima terça-feira pela tarde. Ele fará os 1.400 km da viagem de
carro ao lado do cunhado (o advogado Alexandre Damasceno, 58 anos), do filho (o
consultor de turismo Frank Damasceno, 34) e de um amigo (o industrial José
Carlos Lorenci, 62).
O quarteto calcula uma parada para passar a noite de
segunda-feira, provavelmente em Vitória da Conquista, antes de chegar à cidade
que recebe a primeira semifinal da Copa das Confederações, entre Brasil e
Uruguai, na próxima quarta-feira. Eles ficarão hospedados na casa do pai do
atacante Fred, Juarez, com o qual Clóvis fez amizade em uma de suas viagens
seguindo a Seleção – na Copa América da Venezuela, em 2007.
A primeira dessas viagens foi para a Itália, na Copa do
Mundo de 1990, e desde então ele assistiu dos estádios a outros cinco Mundiais,
além de seis Copas Américas, quatro Copas das Confederações e uma Olimpíada.
Com saudosismo, lembra-se do “calor de 40º C” na final do Mundial de 1994, em
Los Angeles; e de “toda a dificuldade” para acompanhar a Seleção em dois
países, Coreia do Sul e Japão, até a decisão de 2002, em Yokohama.
As duas campanhas terminaram com títulos mundiais para a
equipe verde e amarela, assim como Clóvis espera que vá acontecer no ano que
vem. “Passei a vida inteira convidando as pessoas para conhecer o Brasil, e
agora chegou a hora. Quero convocar toda a torcida, porque ela pode ser o 12º
jogador e fazer a diferença. Vamos ser 12 jogadores aguerridos, vamos nos
apaixonar pela Seleção!”, exclama.
Para 2014, Clóvis lançou a campanha “Na Estrada com
Chimarrão”, defendendo ser possível – e até econômico – seguir de perto a
Seleção viajando de carro pelo País. Sua prova está em 2013, quando o quarteto
iniciou viagem em Porto Alegre, em 10 de junho, passando por Brasília,
Fortaleza e Salvador. Até aqui foram quase R$ 3 mil em gastos, sendo R$ 1.861
em combustível, segundo o banco de dados de Alexandre Damasceno.
Gastos com pedágio estão na casa de R$ 100, enquanto que
eles se hospedam em hotéis ou em casas de amigos – como será o caso com o pai
de Fred em Belo Horizonte. Os ingresos foram cedidos pelo presidente da
Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin. De acordo com
Alexandre, a viagem mais “perigosa” até agora foi de Brasília a Fortaleza,
passando por “muitos jegues e bodes” na pista na altura do Piauí.
O carro do quarteto tem adesivos com referência ao site e à
conta no Facebook no nome do “Gaúcho na Copa”, a qual acumula mais de 5 mil
"curtidas". Com a experiência de seis Mundiais anteriores, Clóvis
angariou apoiadores que bancam aproximadamente 50% dos custos da aventura pelo
Brasil que totalizará cerca de 15 mil km percorridos. Esta o gremista espera
que passe ainda pelo Rio de Janeiro, palco da final da Copa das Confederações no
próximo domingo, antes de terminar com o retorno a Porto Alegre.