RETRATO DA SEMANA

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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

DUAS LEGENDAS DE OITENTA ANOS


Nesta semana que passou, duas legendas do Rio Grande completaram 80 anos! Com diferença de apenas dois dias, Telmo de Lima Freitas (13/02/1933) e Adelar Bertussi (15/02/1933) deram hô de casa ao mundo gaúcho para trazer alegria e autenticidade através da música terrunha, mas com cheiro de maçanilhas aflorando pelos campos.

Um missioneiro de São Borja, outro, serrano de São Francisco de Paula. Ambos trazendo na alma o sentimento nativo da terra vermelha dos sete povos e dos campos dobrados de cima da serra. Um com a musicalidade da querência guarani, rebuscada, verdadeira, de forte apelo social. Outro, com o ritmo galponeiro, despachado, bailável, criado e expandido por ele e seu irmão Honeyde Bertussi. Ambos, gaúchos de fato, que não se dobraram aos modismos musicais. É a milonga e o bugio, na essência, completando aniversário.   

Se fosse falar da importância que estas duas criaturas tiveram e tem na musicalidade gaúcha faltariam-me tempo e espaço.

E o povo reconhece isto. Não esqueço de duas passagens. Na festa dos 40 anos do Festival Barranca, aqui no tearo da URGS, em Porto Alegre, dentre todas as estrelas que se apresentaram Telmo de Lima Freitas (na foto acima com este blogueiro)  foi o único aplaudido de pé antes mesmo de começar a tocar. Eu nunca tinha visto isto! Da mesma forma, Adelar Bertussi é ovacionado em todos os lugares que se apresenta, como no Ronco do Bugio (foto abaixo).

Contudo, a mídia parece não dar o mesmo valor a estas duas lendas vivas do Rio Grande.

O Jornal O Pioneiro, de Caxias do Sul, sábado passado, além de trazer na capa a foto gigante de Adelar Bertussi, fez um caderno especial de várias páginas sobre a vida artística do gaiteiro serrano. Hoje, na página três do Jornal Zero Hora, nova foto e a referência ao seu aniversário. Tudo muito justo.

Já em relação ao natalício de Telmo de Lima Freitas, não vi uma nota sequer na imprensa escrita e falada. É algo injusto para com esse inigualável cantor e compositor missioneiro (se algum amigo aí de São Borja me informar o contrário, faço a retificação). 

Nossos resquícios de um tempo bueno da cultura musical rio-grandense devem ser, todos, reverenciados.