Tupanciretã-Tempo de (In)Confidências
Poeta e escritor Moisés Menezes
Dia 21 de Dezembro à noite entre outras atividades
comemorativas dos 84 anos de Tupanciretã aconteceu o lançamento do Livro
Tupanciretã-Tempo de (In)Confidências.
A obra que era aguardada com muita expectativa surgiu do Projeto Raízes de Tupanciretã,
protagonizado pela Prefeitura Municipal através do Prefeito Luis Adolfo
Bitencourt Dias, da Secretária de Educação Ana Genro e da Dirigente Cultural
Luciana Brum, através de reuniões para contação de estórias com vários
convidados da nossa sociedade. A primeira dessas reuniões, aconteceu em 6 de
maio de 2011 - 9ª Semana Nacional de Museus - Museu Municipal Dr. Hélio Franco
Fernandes. Municipal Dr. Hélio Franco Fernandes. A 27 de junho de 2011, foi na
real-izada a segunda reunião na sede da Multirural por deferência de seu
proprietário Pedro Luiz Herter, outras foram realizadas na sede da entidade
Nativista Taquarembó, dia 14 de setembro de 2011 durante a Semana Farroupilha e
a derradeira no Museu Municipal Dr. Hélio Fernandez no dia 10 de maio de 2012
por ocasião da 10ª Semana Nacional de Museus.
Segundo o Prefeito Municipal Dr. Luís Adolfo Bittencourt
Dias:
-Revivenciar estes momentos e memorizá-los em livro é,
certamente, uma forma de homenagem e de contribuição ao conceito forte de
cultura, no dizer de Zigmunt Bauman. A história da vida privada, não oficial,
aquela que não consta em estatísticas e documentos oficiais, é preciosa e,
talvez, o que tenhamos de imprescindível e que deve ser legado às novas
gerações. Dizem os
africanos que “quando morre um velho da tribo, incendeia-se uma biblioteca.”
Pois o Moisés Menezes contribui para que a biblioteca permaneça viva, à prova
do fogo e do tempo.
Para o Prof. Pedro Brum da UFSM:
- Além de resgatar o valor histórico e cultural do torrão
comum, o amigo Moisés Menezes nos alcança, com a presente obra, um poderoso
instrumento de afirmação da memória coletiva. Coletiva porque construída através da soma de muitas vozes.
O próprio autor registra a participação que teve nos encontros chama¬dos e
realizados em diferentes ocasiões – todos eles abertos à comunidade em geral
-, com o objetivo de reunir testemunhas, memorialistas e mesmo protagonistas de
histórias ricas em façanhas as mais pitorescas e inusitadas. A essa recolha de
matéria viva de dimensão oral da nossa Tupanciretã, Moisés cuidou de
acrescentar – nas suas próprias palavras, como forma de reconhecimento e
homenagem – os registros de livros que, antes dele, já haviam se debruçado
sobre o tema, a demonstrar o quanto nossa terra tem sido zelosa na preservação
das experiências cotidianas e familiares – estas que muitas vezes atravessam os
tempos sem alcançarem o benefício da palavra impressa.
Memória coletiva, também, pela amplitude, posto que é
multiplicador o gesto de incorporar gentes, tempos e lugares de tudo quanto é
jeito e matiz: de casa, de fora, da campanha, da cidade, da gauchada, do
futebol, da política, do rico, do pobre, da ordem, da desordem, da mocidade, da
velhice, de hoje e de ontem. Incorpora¬ção que, na obra que se apresenta, se
desdobra na riqueza de detalhes, tramas e desfechos; no pitoresco de
personagens, ambientes e paisagens e no bom tom da voz do narrador/organizador,
qualidades literárias desse conjunto, através do qual somos levados por
verdadeiros painéis da querência, num resgate que é, ao mesmo tempo,
escoadouro e fonte de um sentimento de pertença e identificação. E esse é mais
um sentido para o aspecto coletivo do presente texto: ao alimentar-se dos casos
ouvidos e recolhidos, serve de inspiração para que outros tantos casos sigam
sendo recolhidos – e contados.