Não era
idéia do blog dar continuidade a este tema sobre Os Monarcas e sua nova forma de
atuação nos palcos. Primeiro porque, com a publicação de uma critica feita ao
Grupo em um site regionalista e a Nota de Esclarecimento enviada a nosso blog
pela Assessoria de Imprensa do conjunto, pensávamos ter concluído o processo.
Contudo, nos
chega um segundo e-mail (o primeiro não publicamos) do tradicionalista Hilton
Luiz Araldi, de Passo Fundo, e para que não fique a imagem de que estamos puxando brasas
para o lado do conjunto, pelo qual tenho profundo apreço e, ao lado do Porca
Véia, considero o melhor grupo de baile do Estado, resolvemos postar sua
opinião.
Nota: o e-mail veio todo em letra maiúscula. Como na linguagem da internet o maiúsculo significa GRITO, tivemos o trabalho de refazer o chasque (com toda a fidedignidade).
Che Léo
Ribeiro
Vou escolher bem as palavras para não me queimar contigo, a
quem tenho profundo apreço.
Esta nota não esclareceu nada, pelo menos para mim, por isso
não vou repassá-la, como me pediste.
VC pelo vínculo que tem com eles por terem gravado músicas
com letras suas, ve com outros olhos, de outro ângulo.
Vou “rebater” as clocações, se me permite. Não estou pedindo
que publique, fica a seu critério.
Deixa lhe dizer que quando eu morava em Campinas do Sul, nos
idos dos anos 70, meu pai tinha um DKW e ia uma ou duas vezes por semana para
Erechim. Me largava no Clube Comercial as 13.00 hrs para que eu pudesse
assistir ao programa ao vivo, “Onde Canta o Rio Grande” (se não me engano) e ía me buscar no final do programa, tamanha
a admiração que eu tinha por eles (eu disse – eu tinha).
Então com isso quero dizer que não estou buscando agressão
gratuita.
A primeira vez que fiquei me tapando de nojo deles, foi
quando fizeram aquela música cuja letra
diz “Não Sou Cachorro Que Late em Troco de Osso (ou de bóia)”, tentando dizer
que não tocam por poucos pilas.
Veja bem, um dos conjuntos que mais cobra pra tocar
fandango, achei uma afronta.
Agora tentando fazer do palco de um CTG um circo, está
demais. Os Tches também tentaram inovar e agora “estão voltando às raizes” como
dizem. Com quem tenho falado, ninguém aprovou este novo show. Fazer macaquice
pra piazada e dizer que tá agradando ... ora... convenhamos.
Critico e condeno qualquer invencionice!
Tradição:
costumes que vêm do passado: uma tradição familiar
fato de transmitir e
conservar os costumes: respeitar a tradição.
Então não me venham com esta de valorizar a música
tradicionalista como foi respondido na nota dos Monarcas.
Hilton Luiz Araldi
Passo Fundo
Nota do Blog: Como fui citado no e-mail (com muita educação e respeito, por sinal), quero fazer algumas colocações.
1. Em princípio não gosto muito de encenações que fujam ao gauchismo autêntico e lembro sempre quando o Edgar, baterista do Honeyde Bertussi, resolvia fazer alguns floreios com as baquetas, o Cancioneiro das Coxilhas (Honeyde) só dava uma olhadinha para trás e o pobre do Edgar tinha que maneirar na "batera". Eram duas gaitas, um violão bem campeiro ponteado pelo Genézio e a bateria só marcando o ritmo. Nem contra-baixo havia. Bons tempos áqueles... Contudo, em relação ao caso exposto (Os Monarcas), não posso opinar porque simplesmente não vi e não vou deitar falação sobre algo contado pelos outros. Pode ser que vendo eu até goste... ou não! ....ah! E não tem nada a ver terem gravado letras minhas. Sou sincero com todos, principalmente com meus amigos.
2. Sobre se tapar de nojo dos Monarcas por causa de uma frase em uma música, me desculpe amigo Hilton, mas penso ser um exagero. A letra, se não me engano do Dionísio Costa, retrata um fato qualquer. Uma fanfarronada tão comum aos gaúchos. Não é um retrato falado, um documentário sobre os Monarcas. Nenhum compositor, cantor, artista, faz tudo aquilo que escreve! Eu nunca domei um cavalo e já escrevi diversas letras sobre o tema. Vocês acham que o Jayme Caetano Braun participou do "Bochincho"?
3. Sobre o preço que cobram, que não sei e não me interessa saber quanto é, penso que é a lei da oferta e da procura. Quem pode, paga (e terá garantia de retorno na bilheteria). Não vivemos reclamando do cachê absurdo que os sertanejos cobram para descer até o Sul? Então, vamos nos valorizar. Como eles vão manter sua grande estrutura? Além disto, sei de diversas apresentações 0800 (grátis) dos Monarcas, principalmente quando é para dar uma mão a um parceiro de música.
Amigo Hilton Araldi. Continue me querendo bem que não te custa nada e saiba que, mesmo que não rengueemos da mesma perna neste assunto (simplesmente porque ainda não vi tal fato), respeito tua opinião.
Fraterno Abraço
Léo Ribeiro
1.