Placa mostra local de nascimento de Luiz Gonzaga, que hoje faria 100 anos
Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu numa sexta-feira no dia 13
de dezembro de 1912, numa casa de barro batido na Fazenda Caiçara, povoado do
Araripe à 12 km de Exu (extremo oeste do Estado de Pernambuco, a 700Km do
Recife), segundo filho de Ana Batista de Jesus (Mãe Santana) e oitavo de
Januário José dos Santos. Foi batizado na matriz de Exu no dia 05 de janeiro de
1913, pelo Pe. José Fernandes de Medeiros.
Ele deveria ter o mesmo nome do pai, mas na madrugada em que
nasceu, seu pai foi para o terreiro da casa e viu uma estrela cadente e mudou
de ideia, era o dia de São Luís Gonzaga no mês que se comemora o Natal, o que
explica a adoção do sobrenome "Nascimento".
O lugar no nascimento era no sopé da Serra do Araripe, e
inspiraria uma de suas primeiras composições denominada "Pé de Serra".
Seu pai trabalhava na roça, num latifúndio, e nas horas vagas tocava acordeão
(também consertava o instrumento). Foi com ele que Luiz Gonzaga aprendeu a
tocá-lo. Não era nem adolescente ainda, quando passou a se apresentar em
bailes, forrós e feiras, de início acompanhando seu pai. Autêntico
representante da cultura nordestina, manteve-se fiel às suas origens mesmo
seguindo carreira musical no sudeste do Brasil. O gênero musical que o
consagrou foi o baião. A canção emblemática de sua carreira foi Asa Branca,
que compôs em 1947, em parceria com o advogado cearense Humberto Teixeira.
Foi uma das mais completas, importantes e inventivas figuras
da música popular brasileira. Cantando acompanhado de sua sanfona, zabumba e
triângulo, levou a alegria das festas juninas e dos forrós pé-de-serra, bem
como a pobreza, as tristezas e as injustiças de sua árida terra, o sertão
nordestino, para o resto do país, numa época em que a maioria das pessoas
desconhecia o baião, o xote e o xaxado. Admirado por grandes músicos, como
Dorival Caymmi, Gilberto Gil, Raul Seixas, Caetano Veloso, entre outros, o
genial instrumentista e sofisticado inventor de melodia e harmonias, ganhou
notoriedade com as antológicas canções "Baião" (1946), "Asa Branca"
(1947), "Siridó" (1948), "Juazeiro" (1948), "Qui Nem
Jiló" (1949) e "Baião de Dois" (1950).