Por vezes, aqui neste blog, recebemos palavras de carinho que nos incentivam a seguir neste embate em defesa da cultura regionalista gaúcha. Quantas e quantas vezes já pensamos em desistir de pesquisar, preservar e difundir nossos costumes por enfrentar, em nossas próprias trincheiras, "amigos" incomodados. Contudo, em contraponto, de quando em vez nos chegam estes chasques, iguais ao descrito abaixo, do grande pajador rio-grandense Paulo de Freitas Mendonça, que nos servem de escudo nesta peleia. Mil gracias, meu amigo Paulo.
Caro amigo Leo
Hoje, ao invés das minhas leituras diárias costumeiras, inicio com o trabalho de fazer a clipagem do que sai sobre o Encontro de Trovadores nos diversos sites e jornais e deparo-me, em primeiro plano com o teu blog, como sempre.
Antes de chegar no meu objetivo que é verificar a postagem da sugestão de pauta do meu trabalho de assessoria de imprensa, vou me deliciando com teus escritos...
Em Campeiro e Cantor vislumbro a belíssima imagem poética "eu sou o soneto escrito no chão", verso que areja minh'alma com uma sensação de paz e de regozijo. Independente de toda letra ser uma bela obra, este verso vale pelo todo. Ele abre um leque sensorial no leitor/ouvinte, inclusive transporta-me à lembrança aprendida na infância sobre o hábito de José de Anchieta escrever sobre a areia das praias brasileiras, imagem, que hoje sei, é imortalizada em óleo pelo grande pintor brasileiro Benedito Calixto. Em fração de segundo, analiso o paradoxo de um país rústico nascer com o privilégio de ter um poeta e um incentivador da cultura autóctone brasileira da estatura de Anchieta. Um canário, espanhol, que estuda em Portugal e vem viver nas terras inóspitas do Brasil. Quantos versos são lavados pelas águas do atlântico, quantos sonetos se tornam ilegíveis pelas travessuras do vento e quanto conhecimento deixa de ser apreendido pelo fato do ouvinte não estar preparado para absorvê-lo.
E, antes que algum radical de plantão venha dizer que soneto não é gaúcho, meu pensamento cruza os campos de batalhas farroupilhas onde os sonetos são fartamente declamados e muitas vezes improvisados. Sabemos que sonetos são os poemas de preferência de Bento Gonçalves...
Enfim, sem alongar-me, digo que a imagem poética que descreve universo maior do que o seu é a verdadeira poesia, por isso, parabenizo a tua felicidade poética e tua inspiração de grande vate, construtor de estros desta estatura nos quais cabem a vida admirável de um José de Anchieta e o lirismo de um Bento Gonçalves.
Voltando ao tema do meu passeio por teu sítio, gracias pela divulgação do Encontro de Trovadores ao qual presto assessoria de imprensa..
Sucesso
abraço, amigo.
Paulo