Afora aquelas que trago na memória (e no coração), tenho poucas imagens de meu falecido Pai. Naquele tempo, não existia os recursos de agora. Quando aparecia um retratista lá fora, era motivo de muita festa. As pessoas corriam para botar a melhor roupa para o futuro registro. As máquinas, a cada chapa, pareciam que iam pegar fogo devido a fumaceira que saia.
Uma destas poucas recordações de meu Pai, sempre andou comigo na guaiaca, na carteira, ao meu alcance. Por seu uso e tempo de vida, a foto ficou parda e judiada. Mesmo assim, no domingo, Dia dos Pais, fiz uma postagem no blog utilizando-me desse retrato, velho e alquebrado.
Pois o Paulo Ricardo Costa, um dos melhores compositores terrunhos deste Rio Grande, e proprietário do blog Entre Mates e Guitarra, o qual acesso diariamente por seus conteúdos de fundamento, utilizando-se de mais um dom que Deus lhe deu (vaqueano no fotoshop) e que eu desconhecia, viu minha postagem e resolveu reformar a velha estampa de meu saudoso Bernadino Souza.
Num de seus dois trabalhos ele "apenas" tirou os sinais de amassado da foto, mas na outra ele foi mais fundo e coloriu o retrato. Ficou bonito uma coisa por demais. Confesso que cheguei a me emocionar pois parece que o Paulo conhecia até os trens (mobília) lá de casa pois as cadeiras de nossa cozinha eram de palha com madeira azul, bem como ele fez. Perfeito.
Paulo velho de guerra. Eu já te admirava por teus escritos e por tuas opiniões firmes em relação ao tradicionalismo. Agora, depois deste belíssimo regalo, mais me aguça a vontade de conhecer este filho ilustre de São Francisco de Assis. Mas não há de faltar uma vasa, meu mano velho. Mil gracias!
A foto antiga de meu Pai, que carrego sempre comigo (acima) e o retrato restaurado pelo compositor Paulo Ricardo Costa (abaixo).
