Foto: Josimar Gonçalves
AS MARGARIDAS (Vaine Darde)
Quando cheguei naquele acaso vago
e já te fora sem dizer adeus,
não foi a vida que me fez amargo
nem a tristeza do que se perdeu.
Não doeu tanto encontrar tapera
aquele rancho que sonhei pra nós,
nem retornar, após a longa espera,
e abrir a porta sem ouvir-te a voz.
Não doeu tanto a solidão do mate
nem o silêncio em volta do fogão
nem o perfume que ficou no catre.
A dor maior, das dores que senti
foi ver morrerem sem chegar-te as mãos,
as margaridas que colhi pra ti.