RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA

terça-feira, 24 de abril de 2012

CINQÜENTENÁRIO DO "JUCA DA RATA"

Laçadores do Piquete Juca da Rata, nos áureos tempos, atravessando a Rua da Praia, bem à moda serrana. Da esquerda para a direita: Eron Pinto dos Santos, Dirceu Santos, Peri Fogaça e Adelino Santos. Desta forma foi forjado nosso São "Chico" de Paula!

Quando falamos em Zé Alberto Andrade os desportistas do Rio Grande do Sul, como um todo, sabem de quem se trata. Repórter, comentarista, radialista, enfim, um coringa na manga da Rádio Gaúcha. Competente e minucioso naquilo que se propõe o Zé Alberto é um vaqueano do mundo. Conhece este planeta até do lado avesso e com um detalhe importantíssimo: nunca esqueceu de suas origens! Meu conterrâneo lá de riba da serra (São Francisco de Paula) o Zé Alberto Andrade vem de família de grandes gaúchos, na acepção da palavra, autênticos, puros, terrunhos, poéticos, e faz disto seu orgulho. É um embaixador serrano que carrega flocos de neve na alma, folhas secas de hortências na carteira e a tradição de sua gente no coração.

Desculpe Zé Alberto, mas fui obrigado a postar teu e-mail, pois o mesmo muito me honrou e gostaria de dividir minha alegria com meus leitores.

O Zé Alberto Andrade me escreve para lembrar do cinquentenário do Piquete Juca da Rata, um dos mais tradicionais de nossa terra. São laçadores do tempo em que se atirava um doze braças por prazer, por diversão, por um singelo troféu de madeira, por desculpa para estar entre os amigos. Não existia o mercantilismo que hoje assola os rodeios.

O Piquete Juca da Rata foi (e é) um orgulho dos pagos de cima da serra. Nos campeonatos municipais, onde ocorresse uma rodada de laço,  em cada cancha desparelha dos píncaros da serrania, ele era o "inimigo" a ser batido, como um grande time que todos desejam vencer. Nestes áureos tempos as tardes eram mais gaúchas, os matizes eram mais telúricos, a vida tinha mais graça. Torcidas frenéticas, foguetório tapando o céu e os homens de braços de ouro laçando, laçando, laçando por amor às cores de sua entidade. Tempo bueno, não é verdade meu amigo Raul Andrade?

Eis o e-mail do Zé Alberto Andrade:       

Tchê, Leo.  Como estão as coisas.

Ontem tive a felicidade de comparecer na Estância para pegar com o Cândido as antologias que estavam imperdíveis. Entre uma prosa e outra falei um pouco da minha família para ele, contei das proezas na declamação do tio Dirceu, da mãe e da mana e falei da origem campeira da turma. Foi quando cheguei ao fato do Piquete da Rata ter completado 50 anos no último domingo. O Cândido me atentou – com total propriedade – para mandar algo para ti para ser citado no “blog número um do gauchismo”. Por isto, segue uma pequena lembrança para um eventual registro. Certamente terás como enriquecer este modesto relato.

O “Juca da Rata” completou 50 anos de fundação no último domingo, 15 de abril, tendo sido um dos pioneiros entre os quadros organizados de laçadores na região e, por conseqüência, sendo dos mais antigos em atividade. Com sua sede na beira do Arroio Dizimeiro, naquela que se tornou famosa como a melhor e mais bonita cancha de São Chico, no Distrito do Lageado Grande, o “Piquete da Rata”, como é conhecido, fez fama com campeões do Laço no Rodeio de Vacaria desde as primeiras edições da grande festa. Foram peões como Eron Santos, Oscar Teixeira, “Bilo” Fogaça, Cléber Fogaça, Peri Fogaça e outros tantos que com suas armadas certeiras levaram o nome da entidade e de São Chico além fronteiras, tendo outros integrantes participado de eventos também na área artística. “Com laço na mão, honramos a tradição” é nosso lema. Nossas cores: Camisa branca, bombacha azul escura, lenço azul com bolinhas brancas.

Um abraço do bisneto do Juca da Rata e teu fã.

Zé Alberto Andrade