RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
MTC Desenhos

domingo, 1 de janeiro de 2012

UM MUNDO EM CADEIA DE UNIÃO

O dia primeiro do ano nasceu de cara enrugada. Que tempinho, minha gente! Foi assim (chuva guasqueada) desde ontem aqui pelas bandas da praia (o Lagoão Salgado, como dizia meu saudoso amigo Nilson Gonçalves, o Monarca).

Nem assim, com vento e chuva, o foguetório foi menor. Como gostam de estourar foguetes a gringalhada (tenho rancho em Curumim, balneário tapado de gringo). Eu entrava no mercado para comprar carvão e carne, eles entravam para arrematar as últimas caixas de foguete.

Para o mal dos pecados, faltou luz até a boca da madrugada. É assim todo o ano. Mas passamos uma virada de ano felizes por estarmos juntos e com saúde.

Acabei de chegar de Atlântida, a 20 km daqui, para buscar minha gurizada e não deixar eles dirigirem com sono (e com algumas espumantes pelo interior do lombo).

Mas bueno! Não podia deixar vir ao blog e dar um abraço "virtual" em todos os meus amigos e desejar que nosso 2012 seja um espelho da foto abaixo, ou seja, ajuda mútua entre as pessoas e os povos. Uma "Cadeia de União" universal, em fraternal comunhão.

Que 2012 seja uma pajada de métrica perfeita, redonda e bem rimada como uns versos que deixo aos nossos leitores de autoria dos pajadores Jayme Caetano Braun e Paulo de Freitas Mendonça

Pajada do Ano Novo
(Jayme Caetano Braun)

Feliz Ano Novo - indiada,
Feliz Ano Novo - gente,
é a maneira reverente
de iniciar esta payada,
nesta hora iluminada
de pátria e de melodia
e o payador se arrepia
de tradição campesina
na primeira sabatina
do ano que principia!

Cerimônia não preciso
para cantar - quando falo,
porque nasci de a cavalo
no lombo de um improviso.
Canto até o dia do juízo
no estilo missioneiro
e o meu verso galponeiro
dispensa qualquer prefácio,
tanto entra num palácio
como num rancho posteiro!

O Ano Novo - parido,
anda aí - fazendo as suas,
pelos campos - pelas ruas,
potrilho recém lambido.
Inda não tem apelido
porque é meio bagualão,
difícil de dar a mão
e bombeando desconfiado
como china de soldado
em tempo de "prontidão"!


Partindo o Tempo no Meio
(Paulo de Freitas Mendonça)

Está partindo, já mouro
o tal de dois mil e onze
que foi um ano de bronze
pro doze ser um de ouro.
É uma briga de touro
partindo o tempo no meio –
- tempo lindo e tempo feio
quando aproxima a passagem:
um abandona a pastagem,
outro é dono do rodeio.

É também um contrapunto
dos pajadores do povo,
um velhote eu um novo
pondo todo mundo junto,
cada qual com seu assunto
- o ano que hora finda
e o que não veio ainda:
- um, desfecho da poesia -
e o outro que principia
abre nova estrofe linda.

Contudo eles são hermanos,
ano que vai e que vem.
é o melhor que o tempo tem,
pra oferecer aos humanos
lado a lado, muitos anos
prometem prosperidade
reunido a irmandade
ante aos ensinos cristãos
como família de irmãos,
paz, amor e liberdade.

As pajadas completas os leitores poderão visualizar (e se deliciar) nos blogs: Prosa Galponeira, do meu amigo Ítalo Dorneles e Jornal do Nativismo, do meu também amigo Paulo de Freitas Mendonça, no link "Parceiros Culturais" de nosso blog.

Foto: Site Inema