Nem assim, com vento e chuva, o foguetório foi menor. Como gostam de estourar foguetes a gringalhada (tenho rancho em Curumim, balneário tapado de gringo). Eu entrava no mercado para comprar carvão e carne, eles entravam para arrematar as últimas caixas de foguete.
Para o mal dos pecados, faltou luz até a boca da madrugada. É assim todo o ano. Mas passamos uma virada de ano felizes por estarmos juntos e com saúde.
Acabei de chegar de Atlântida, a 20 km daqui, para buscar minha gurizada e não deixar eles dirigirem com sono (e com algumas espumantes pelo interior do lombo).
Mas bueno! Não podia deixar vir ao blog e dar um abraço "virtual" em todos os meus amigos e desejar que nosso 2012 seja um espelho da foto abaixo, ou seja, ajuda mútua entre as pessoas e os povos. Uma "Cadeia de União" universal, em fraternal comunhão.
Que 2012 seja uma pajada de métrica perfeita, redonda e bem rimada como uns versos que deixo aos nossos leitores de autoria dos pajadores Jayme Caetano Braun e Paulo de Freitas Mendonça

Pajada do Ano Novo
(Jayme Caetano Braun)
Feliz Ano Novo - indiada,
Feliz Ano Novo - gente,
é a maneira reverente
de iniciar esta payada,
nesta hora iluminada
de pátria e de melodia
e o payador se arrepia
de tradição campesina
na primeira sabatina
do ano que principia!
Cerimônia não preciso
para cantar - quando falo,
porque nasci de a cavalo
no lombo de um improviso.
Canto até o dia do juízo
no estilo missioneiro
e o meu verso galponeiro
dispensa qualquer prefácio,
tanto entra num palácio
como num rancho posteiro!
O Ano Novo - parido,
anda aí - fazendo as suas,
pelos campos - pelas ruas,
potrilho recém lambido.
Inda não tem apelido
porque é meio bagualão,
difícil de dar a mão
e bombeando desconfiado
como china de soldado
em tempo de "prontidão"!
Partindo o Tempo no Meio
(Paulo de Freitas Mendonça)
Está partindo, já mouro
o tal de dois mil e onze
que foi um ano de bronze
pro doze ser um de ouro.
É uma briga de touro
partindo o tempo no meio –
- tempo lindo e tempo feio
quando aproxima a passagem:
um abandona a pastagem,
outro é dono do rodeio.
É também um contrapunto
dos pajadores do povo,
um velhote eu um novo
pondo todo mundo junto,
cada qual com seu assunto
- o ano que hora finda
e o que não veio ainda:
- um, desfecho da poesia -
e o outro que principia
abre nova estrofe linda.
Contudo eles são hermanos,
ano que vai e que vem.
é o melhor que o tempo tem,
pra oferecer aos humanos
lado a lado, muitos anos
prometem prosperidade
reunido a irmandade
ante aos ensinos cristãos
como família de irmãos,
paz, amor e liberdade.
As pajadas completas os leitores poderão visualizar (e se deliciar) nos blogs: Prosa Galponeira, do meu amigo Ítalo Dorneles e Jornal do Nativismo, do meu também amigo Paulo de Freitas Mendonça, no link "Parceiros Culturais" de nosso blog.
Foto: Site Inema