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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

UMA INJUSTIÇA A SER REPARADA!

Na minha opinião e creio que na maioria dos riograndenses, o personagem mais importante da revolução Farroupilha, logo depois do grande líder Bento Gonçalves foi Antônio de Sousa Netto.

Netto, após a Batalha do Seival, proclamou a República Rio-Grandense, no Campo dos Menezes, a 11 de setembro de 1836. Lutou em diversas batalhas pelos republicanos, tendo comandado o cerco a Porto Alegre, durante vários meses, e a retomada de Rio Pardo, que estava nas mãos dos imperiais.

Em abril de 1837 comandou a conquista de Caçapava, recebendo a adesão dos novecentos homens da guarnição imperial ali comandada por João Crisóstomo da Silva, apoderando-se de quinze peças de artilharia, quatro mil armas de infantaria e farta munição de boca e de guerra. Esses recursos possibilitaram a subsequente conquista de Rio Pardo, a 30 do mesmo mês, levando a que o comandante militar da Província, marechal Barreto, respondesse a um Conselho de Guerra.

Abolicionista ferrenho, não participou das tratativas do Tratado de Paz de Ponche Verde e foi morar no Uruguai após a guerra, com os negros que o acompanharam por livre vontade e onde continuou com a criação de gado.

Retornou à luta em 1851, na Guerra contra Rosas, com sua cavalaria na brigada de Voluntários Rio-Grandenses, organizada inteiramente à sua custa, o que lhe valeu a promoção a brigadeiro Honorário do exército, e a transformação de sua brigada em Brigada de Cavalaria Ligeira.

Voltou ao combate na Guerra contra Aguirre e depois, juntamente com seu exército pessoal, na Guerra do Paraguai. No comando em brigada ligeira fez a vanguarda de Osório na invasão do Paraguai, no Passo da Pátria, em 16 de abril de 1866. Sua brigada ostentava sempre, ao lado da bandeira do Brasil Imperial, o pavilhão tricolor da República Rio-Grandense. Na batalha de Tuiuti, foi importante na defesa do flanco da tropa brasileira, mas foi ferido a bala e mandado para um hospital em Corrientes, Argentina, onde morreu e foi inicialmente sepultado. Em 1966, no centenário de sua morte, seu corpo foi exumado e transferido para um mausoléu em Bagé.

Pois com tudo isto que protagonizou Antônio de Sousa Netto, o Rio Grande lhe é ingrato. Temos, Estado a fora, nome de ruas, avenidas, praças e monumentos e até cidades homenageando os envolvidos no conflito (Bento Gonçalves, Garibaldi, Caxias, David Canabarro, Farroupilha, etc) e, com exceção de um CTG em Povo Novo, distrito do município de Rio Grande, onde nasceu, não me vem a mente mais nada que perpetue o nome de Sousa Netto (há uma rua em Porto Alegre chamada Gen. Neto. Seria para ele?).

É uma injustiça que nós, gaúchos, de alguma forma, devemos reparar.

Twitter: @tcheleoribeiro