Meus amigos: Como eu esperava, a pegada foi feia lá para as bandas de Curitiba. Saí meio escondido porque, senão, ainda estaria por lá. É impressionante o carinho e a devoção ao tradicionalismo gaúcho daquele povo paranaense.
Fui como “atração” da primeira Sessão Maçônica de Curitiba em louvor a Revolução Farroupilha. Foi de arrepiar ver gaúchos, filhos de gaúchos, paranaenses e gente de todo o Brasil como Belém do Pará, Rondônia, Pernambuco, enfim, filhos da pátria verde e amarela, pilchados e cultuando nossos costumes com respeito e admiração. Ver nosso pendão riograndino entrar no templo sob o hino de nossa terra. Ali, ouvi por diversas vezes a frase de que “rio-grandense é quem nasce no Rio Grande. Gaúcho? É um estado de espírito!”
Confesso a vocês que estava meio nervoso pois peguei a pensar assim:
Não sou cantor, pois não quero ferir os ouvidos de ninguém. Não sou músico. Nunca participei de um concurso de declamação. Então, o que faz a cúpula da maçonaria paranaense me trazer, pagando avião, hotel dos bem buenos e me tratar com os cuidados de um grande artista? O que faz o Grão-mestre, o número um da Ordem me levar à sua casa, apresentar-me a toda sua família e, vejam o absurdo, tirar um quadro em entalhe de madeira da parede de seu rancho e dar-me de presente só porque eu gostei da obra de arte? O que faz um irmão (Ademar) , ao fim da sessão dizer-me o seguinte: - Léo. Cuida da tua saúde. Não é por ti que peço. É por mim. Quero ter o prazer de te ouvir mais vezes!
O que faz, meus irmãos, sem ser cantor, músico ou declamador de qualidade, ser colocado em lugar de honra e aplaudido de pé, em 4 oportunidades, por duas centenas de maçons acotovelados no Templo Nobre do Estado do Paraná e, ao fim, receber as mais diversas manifestações de carinho de um povo que eu estava vendo pela primeira vez?
Sinceramente não sei. Talvez por eu dizer uns versos no lugar certo. Meus poemas tem cunho gauchesco/maçônico e este público alvo seleto, que pratica a Arte Real, gosta de ouvi-los.
Um beijo no coração, meu Irmão João Krainsck, ao lado do nosso grande Juracy Villela de Sousa, uma das pessoas mais impressionantes que conheci na Ordem Maçônica.
E como faço sempre, agradeço ao Supremo, pela pequena virtude que tenho de encordoar uma rimas na forma de poesia falando de meu chão e da minha gente. Muito Obrigado, Grande Arquiteto do Universo.