RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Recuerdos da companheirada e do velho parceiro (Mouro Negro).

terça-feira, 22 de março de 2011

PRA QUEM NÃO NASCEU DE BOMBACHAS

Mário Santos, João Batista e este blogueiro, aos 13 anos de idade, na primeira vez em que botei uma bombacha

Ontem, quando fizemos a postagem sobre a data de nascimento de Cesar Passarinho, recebemos uma correspondência de Uruguaiana, do leitor Miguel Zorzeto, complementando aquilo que escrevemos sobre este saudoso e imortal intérprete nativista e dizendo que Passarinho, antes de consagrar-se e tornar-se conhecido no Estado através da Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana, era baterista de banda de rock e sambista, puxador da “Rouxinóis” uma das escolas de samba mais tradicionais daquela cidade fronteiriça.

Assim como César Passarinho, são inúmeros os artistas nativistas e tradicionalistas em geral que enveredaram para o gauchismo depois de “velhos”. Nem todos nasceram de bombachas. Não são poucos os músicos e compositores terrunhos, que primam pela autenticidade, que não brotaram no campo ou que não tiveram a vivência pastoril que alguns, mal informados, acham que é requisito para ser tradicionalista. Isto vem do amor ás coisas da terra, do trabalho de conhecimento, da pesquisa e da vontade de cultuar as nossas tradições.

Eu, por exemplo, não nasci filho de estancieiros. Meu pai era motorista e minha mãe costureira. Fui vestir minha primeira bombacha aos 13 anos de idade (foto). Nem era minha. Pertencia ao meu avô Maneco Ribeiro, este sim capataz de fazenda. Era larga na cintura e minha mãe teve que fazer umas “pregas” para que a mesma não caísse. Hoje, perdi a conta das bombachas que já me serviram de pêlo.

Conto isto para que sirva de incentivo e não se use a desculpa: - Não ando pilchado porque não nasci no campo. Venha para o tradicionalismo, conheça sobre nossa cultura e nossa gente. Lembre-se desta frase: Só poderei gostar de mim mesmo, na hora em que me conhecer.