RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Recuerdos da companheirada e do velho parceiro (Mouro Negro).

sábado, 26 de março de 2011

PORTO ALEGRE DOS GAUDÉRIOS

Gurizada medonha. Demorei a postar no dia de hoje (deve de ser mais de 18h pois está passando Araguaia na TV) por uma justa causa. Estava comemorando os 239 anos da nossa capital. Verdade que a minha maneira, sem participar das dezenas de belas festividades oficiais, todas homenageando lindamente e com louvor a "velerosa" Porto Alegre, a cidade dos meus encantos.

De manhã, encilhei o mouro e, juntamente com o João, o Aldo e o Giovane, fomos bater casco pela zona sul da cidade, lá onde pontilha dezenas de hospedarias de cavalos, Belém Velho, Bélem Novo, a Zona Rural do município.

De tarde deixei o campeirismo de lado e fui aflorar o lado poético da alma ouvindo belíssimos poemas de Cristiano Ferreira, Luciano Salermo, Adriana Braun, Wilson Tubino, Beatriz de Castro, Luiz Alberto Ibarra e tantos outros, amadrinhados pelo violão e pelo serrote de Paulinho Pires, na reunião cultural da Estância da Poesia Crioula. Que fim de tarde telúrico. Parabéns meu presidente Cândido Brasil.

Esta é a nossa Porto Alegre. A Porto Alegre das cavalgadas, a Porto Alegre das poesias.

Por aqui começou a história da revolução farroupilha quando, a 19 de setembro de 1835, a capital foi invadida pelas tropas de Bento. Também por aqui começou a história mais recente do tradicionalismo quando Paixão Côrtes e o Grupo dos Oito fizeram a primeira Ronda Crioula e quando ergueu-se o primeiro CTG do Rio Grande do Sul (35).

Na entrada norte desta cidade gaudéria está o monumento ao Laçador, símbolo de todos os gaúchos. Na entrada leste a ponte do guaiba dando passagem aos nosso irmãos fronteireiços que vem fazer morada na capital (esta cidade é um reduto de artistas gaudérios de todos os portes e quadrantes). Ao leste nos bandeamos para o litoral onde a colonização portuguesa se faz presente, com seus cânticos, suas festas religiosas e sua cultura própria. Ao norte nos congrassamos com os imigrantes alemães e italianos, onde nosso Estado prospera fortemente.

Por aqui, ao por do sol do guaiba, pelas praças e recantos, a gurizada gaudéria, de bombacha, boina e alpargata sorve um mate amargo, ponteia um violão e recita uns versos de Jayme. Por aqui, se faz o grande acampamento farroupilha no Parque da Harmonia. Por aqui, estão as sedes das entidades que coordenam o tradicionalismo gaúcho como o MTG e o IGTF.

Este, é um lado de Porto Alegre que me fascina: a Porto Alegre gaudéria. Parabéns pelos 239 anos, cidade sorriso, cidade gaúcha.