Recebemos e postamos esta correspondência abaixo, oriunda do compositor Dionísio Costa (foto), um letrista preocupado com a autêntica música gauchesca e os novos rumos melódicos do sul do país. Antecipo que concordo com o autor pois, hoje em dia, quase não se escuta mais uma valsa, uma rancheira, um bugio, um chotes... A coisa está virada em vaneira e milonga, arrastada e cansativa.
É natural, que de tempos em tempos, o gosto da gente vá mudando e valorizando coisas que até ontem não nos interessava!
Tenho observado que nos últimos anos, a música gaúcha vem passando por um momento meio esquisito e isso me deixa um pouco preocupado. Não sei se é saudavel para nossa cultura (que é tão rica e diversa) o aparecimento de certos modismos.
Infelizmente essas coisas são comuns em qualquer outra cultura. A música caipira (ou sertaneja), ao longo de sua história vem sempre atravessando momentos de modismo e enriquecendo os "inventores" de moda. Começou com a simplicidade das modas de viola, cururus, cateretês...etc. Depois era só canção rancheira (inspirada ou copiada dos mexicanos). Dali à pouco só se ouvia guarânia (importada do Paraguai). Mais tarde vieram as "baladinhas" românticas e por fim passou a valer tudo, pagode, axé, rock...qualquer "coisa" que é cantada em dupla virou música sertaneja! Depois de tudo isso os artistas deste cenário voltaram à abraçar a viola e já existe uma infinidade de jovens duplas fazendo a música caipira e estufando os bolsos!
No Rio Grande do Sul, as coisas caminham com o mesmo tranco! Primeiro a nossa música era totalmente regional e era bem mais abrangente. Em qualquer lugar do Brasil se entendia a linguagem sulina. Depois a música de baile se firmou no estilo serrano dos Bertussi. Vieram os festivais e despertou um certo modismo, adotado até por jovens urbanos. Nesta época existia duas tendências, a fandangueira e a nativista.
Aí começaram aparecer denominações específicas para cada tipo de manifestação, galponeira, crioula, missioneira, maxixe, tchê music e por aí se vai!
Hoje acontece o seguinte: A nossa música segue três rumos.
01-Os grandes conjuntos de baile, com o chamado "tranco do gauchão".
É natural, que de tempos em tempos, o gosto da gente vá mudando e valorizando coisas que até ontem não nos interessava!
Tenho observado que nos últimos anos, a música gaúcha vem passando por um momento meio esquisito e isso me deixa um pouco preocupado. Não sei se é saudavel para nossa cultura (que é tão rica e diversa) o aparecimento de certos modismos.
Infelizmente essas coisas são comuns em qualquer outra cultura. A música caipira (ou sertaneja), ao longo de sua história vem sempre atravessando momentos de modismo e enriquecendo os "inventores" de moda. Começou com a simplicidade das modas de viola, cururus, cateretês...etc. Depois era só canção rancheira (inspirada ou copiada dos mexicanos). Dali à pouco só se ouvia guarânia (importada do Paraguai). Mais tarde vieram as "baladinhas" românticas e por fim passou a valer tudo, pagode, axé, rock...qualquer "coisa" que é cantada em dupla virou música sertaneja! Depois de tudo isso os artistas deste cenário voltaram à abraçar a viola e já existe uma infinidade de jovens duplas fazendo a música caipira e estufando os bolsos!
No Rio Grande do Sul, as coisas caminham com o mesmo tranco! Primeiro a nossa música era totalmente regional e era bem mais abrangente. Em qualquer lugar do Brasil se entendia a linguagem sulina. Depois a música de baile se firmou no estilo serrano dos Bertussi. Vieram os festivais e despertou um certo modismo, adotado até por jovens urbanos. Nesta época existia duas tendências, a fandangueira e a nativista.
Aí começaram aparecer denominações específicas para cada tipo de manifestação, galponeira, crioula, missioneira, maxixe, tchê music e por aí se vai!
Hoje acontece o seguinte: A nossa música segue três rumos.
01-Os grandes conjuntos de baile, com o chamado "tranco do gauchão".
02-Os conjuntos "de calça", que tocam qualquer coisa.
03-Os artistas da música fronteiriça e missioneira.
Estamos perdendo a raiz de nossa cultura. Um guri de cima da serra ao pegar o violão pela primeira vez, já se atraca num milongão, em vez de um bugio! Um gaiteiro prefere um chamamé, em vez de um contra-passo! Os contratantes buscam os "milongueiros" e os "chamameceiros", em vez dos "regionais"!
Não vou nem falar de pilcha, porque não sou um estudioso e por consequência, meu conhecimento é limitado neste assunto, mas tem muito modismo na "bombachinha estreita".
Bueno! Pergunto: A música do Rio Grande do Sul, é só um "trancão de vanera" e um "milongão?
Não critico, mas observo!
Dionísio Clarindo Costa