RETRATO DA SEMANA

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quarta-feira, 7 de julho de 2010

O GAÚCHO QUE LAÇOU O AVIÃO

Meu piá Lucas Vallim de Souza, com a bandeira do Rio Grande (e do grêmio) no deserto de Marrocos.

Parceirada do Blog!

Demorei a postar porque estava esperando meu filho no aeroporto. O piá chegava de umas andanças por este mundo velho de Deus.

Lá no "campo de aviação", naquele sobe e dece de "aeroplanos", peguei a pensar na ciência e no progresso dos tempos de agora. Antes, era tudo a pata de cavalo. Agora, se cruza os sete mares ao cabo de poucas horas.

Sou muito homem com os pés no chão e me pelo de medo do tal de avião, mas tenho que reconhecer sua importância.

Mas aí, peguei a matutar na história do gaúcho que laçou um avião. O fato é verídico e está lavrado no livro de atas da história da humanidade.

O acontecido ocorreu á 58 anos e faz parte da nossa memória comunitária, se confundindo com mito, pois o episódio mistura o anedótico com o inverosímel.

Este fato ocorreu em 1952, no município de Santa Maria.

O piloto do avião, o Sr. Irineu Noal, não tenho certeza se ainda vive, mas continuava morando, até pouco tempo, em Santa Maria. O peão, já falecido, se chamava Euclides Guterres.

Pois o sr. Noal tinha uma namorada na região e, no mês de janeiro de 1952, havia brigado com a moça. Mas com o tempo, sentiu saudades e foi usar o avião, um teco-teco paulistinha, prefixo PP-HFP, para tentar chamar a atenção da prenda e reatar o namoro.

Partindo do aeroclube de Santa Maria, fêz diversas manobras sobre os campos, próximos de onde morava a antiga namorada, no domingo de 20 de janeiro.

Nos campos encontrava-se o peão Guterres.

Depois de admirar por algum tempo as manobras de Noal, ele resolveu ver se conseguiria "laçar" o avião, já que era um xirú “enjoado” na lida com o 12 braças. Na terceira tentativa ele conseguiu laçar o avião, que balançou, e só não caiu porque a hélice do motor cortou os tentos de couro. Mesmo assim, o avião foi danificado e o sr. Noal teve que reembolsar o aeroclube pelos danos ao avião.

Três dias depois do evento, o jornal Correio do Povo promoveu um encontro entre os protagonistas do episódio sui-generis. O fato chegou a ser relatado na revista norte-americana Time.

A hélice do avião e parte do laço de Guterres estão expostos na ferragem da família Noal, em Santa Maria.