RETRATO DA SEMANA

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Gênero musical Bugio é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul

segunda-feira, 5 de julho de 2010

NOSSA TERRA - URUGUAIANA


Uruguaiana é um município, situado no extremo ocidental do estado do Rio Grande do Sul, junto à fronteira fluvial com a Argentina e Uruguai. É o único município brasileiro que forma a tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Uruguai. Sua sede está localizada 66 metros ao nível do mar. A cidade tem grande importância estratégica comercial internacional, tendo em vista que está localizada equidistante de Porto Alegre, Montevidéu, Buenos Aires e Assunção; bem como a importância na produção agropecuária nacional, ostentando a liderança na produção do grão de arroz

A história inicial do município remonta ao início do século XIX, a 30 quilômetros de Uruguaiana, uma localidade chamada Santana Velha, onde no local funcionava um posto fiscal, um acampamento militar e onde existiam alguns ranchos com moradores. O local estava onde as tropas e comerciantes atravessavam o rio Uruguai. No ano de 1840 o povoado foi destruído por uma violenta inundação.

Pelos motivos da inundação e procurando um local melhor para estabelecer-se, em 24 de fevereiro de 1843 foi estabelecida em outra localidade foi fundada, onde atualmente se encontra, emancipando-se mais tarde em 29 de maio de 1846 quando desvinculou-se do município de Alegrete, ao qual anteriormente pertencia. Perto de sua emancipação, alguns viajantes da época relatam ter encontrado no local não uma cidade brasileira, mas sim uma hispano-francesa em suas relações de vida e comércio, apoiada naquele tempo mais em Buenos Aires e Montevidéu do que Porto Alegre.

Ao emancipar-se e desenvolver-se, do outro lado da costa do rio Uruguai também se emancipa Paso de Los Libres, município localizado na província de Corrientes/Argentina.

Uruguaiana é a maior cidade da região oeste do estado, e o segundo maior município em km² atrás apenas de Alegrete, o maior município do estado em extensão territorial.Com uma área de 5.713 km² (pouco menor que a ilha de Chipre). A zona urbana do município ocupa uma área total de 45,3 km² e está dividida em 36 bairros.

Uruguaiana, como presente no brasão, orgulha-se de ter sido a primeira cidade do Brasil a libertar seus escravos, sendo que em 31 de dezembro de 1884, antecipando-se à proclamação da Lei Áurea (ano de 1888), efetua a abolição da escravidão no território Municipal, conforme Ata da Sessão Extraordinária Comemorativa da Redenção dos Escravos da Cidade e Município de Uruguaiana

Como Uruguaiana é uma cidade encravada entre solos argentino, uruguaio e antigo solo paraguaio, não foi tão fácil estabelecer as fronteiras do Brasil, tampouco manter-se a cidade sobre eterna paz. A cidade foi invadida em 5 de agosto de 1865, a partir da ambição de Francisco Solano Lopes de aumentar o território paraguaio e obter uma saída para o Oceano Atlântico, estoura a Guerra do Paraguai, envolvendo tropas brasileiras, argentinas, uruguaias e paraguaias, tornando Uruguaiana eixo e palco da maior batalha campal que a América tem em seus registros.

O desfecho da guerra foi na própria cidade, que só ocorreu em 18 de setembro, culminando com a rendição dos paraguaios, totalizando 44 dias de sitiamento da cidade. Na época a cidade contava com cerca de 2.500 habitantes, após a invasão e rendição dos paraguaios, a cidade encontrou a maioria das residências e demais estabelecimentos destruídos porém, aos poucos, a cidade foi se recuperando e até 1900a cidade já possuía cerca de 23.194 habitantes.

Em 21 de maio de 1947, foi inaugurada pelos presidentes Eurico Gaspar Dutra, do Brasil, e Juan Domingo Perón, da Argentina, a Ponte Internacional Rodoferroviária Getúlio Vargas/Agustín P. Justo, sobre o rio Uruguai, ligando Uruguaiana à cidade argentina de Paso de los Libres, com ajuda, na parte brasileira, de militares e civis. Na época de sua construção, foi a maior obra de engenharia da América Latina. Hoje a ponte é a porta de entrada e saída para a comercialização de produtos, tornando Uruguaiana o maior porto seco da América Latina e o terceiro maior do mundo.

Uruguaiana é conhecida como o principal palco da Califórnia da Canção Nativa (patrimônio cultural e histórico do estado, criado em 1971), tendo em vista que é em Uruguaiana onde ocorrem as finais deste evento, geralmente no mês dezembro de cada ano. Polêmica quanto à História de sua criação, é constante combustível para intrigas. A maioria dos intelectuais atribui sua fundação a Colmar Duarte e Hugo Ramírez.