RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
MTC Desenhos

quinta-feira, 1 de julho de 2010

COMPOSITORES TERRUNHOS

Chê Zico, um dos letristas á moda antiga

A música gaúcha atravessou, há pouco tempo, por alguns períodos de turbulência. Navegou por mares revoltos na busca de uma nova identidade, perdeu o leme, e ficou meio a deriva. Após o auge dos festivais, onde tivemos em torno de noventa eventos ao ano, aqui no Estado, ocorreu um declínio desta bonita forma de manifestação musical, devido a falta de verbas e patrocínios, motor de popa destes encontros de arte. Apenas os mais estruturados sobreviveram.

Aproveitando-se de tal enfraquecimento, a chamada Tchê Music (não sei nem como se escreve) veio com os dois pés por cima da bola e com um embalo contagiante, mas alheio ao estilo gaúchesco. Alguns grupos que desfilavam com a bandeira do gauchismo, vendo que estavam perdendo o mercado de bailes, enveredaram para as bandas dos gaúchos-pagodeiros.

Os tradicionalistas sentaram o garrão e foi uma briga de foice no escuro com os Tchês meio que batendo em retirada mas deixando uma gurizada maxixando pelos Centros de Tradições do Rio Grande. Alguns daqueles grupos, adesistas de momento, voltaram a ser “gaúchos” de novo...

Alheios a este pega e solta um grupo de compositores terrunhos, dentre os quais, humildemente, me incluo, continuaram firmes como moirões de angico no topete do rodeio. Com o pensamento de que a autenticidade é perene, alguns nomes iam botando no papel a vivência campeira, galponeira, pura, sem floreios, dos costumes de nosso povo.

Não quero, mas por certo cometerei, o pecado do esquecimento, mas também não posso deixar de louvar a estes nomes que com singeleza, com simplicidade, sem muitos rebusques, transmitem o seu modo de ver das tradições rio grandenses. Aos que eu não citar, me perdoem, mas sintam-se homenageados da mesma forma.

Muitas gracias Adair de Freitas, Quide Grande, Chê Zico, Dionísio Costa, Mário Nêne, João Alberto Preto, Telmo de Lima Freitas, Doné Teixeira, Elton Saldanha, João Sampaio, Gujo Teixeira, Oacy Rosenhaim, Rogerio Vijagram, José Carlos Batista de Deus, Erom Vaz Mattos, Andre Soares, Nico Fagundes, Enio Medeiros, Anomar Danubio, Francisco Luzardo, Rogério Ávila, Edilberto Teixeira, Guillherme Collares, André Oliveira, João Fontoura (Cabo João), Walter Severo, Eliezer Tadeu Dias de Souza, Alex Silveira, Juares Machado de Farias, Bruno Leão, Valdo Nóbrega, Nilo Bairros de Brum, Mauro Moraes, Pedro Ortaça, Bonífacio Barros, Martin Cézar Gonçalves, Carlos Alberto Loray, Xirú Missioneiro, Tio Nanato, Paulo Garcia, Elson Lemos, Marcus Morais, Nenito Sarturi, Mauro Ferreira, Mano Lima; Eron Rodrigues, Jose Atanásio Borges Pinto, Sérgio Carvalho Pereira, Osmar Proença, Getulio Silva, João Pantaleão Gonçalves Leite, Adalberto Machado, Lourenço Notargiácomo, Julio Fontella, Renato Mendes, Henrique Abero, Sadi Machado, Luiz Lourenço, Sérgio Gomes, Adão Bráz, Francisco Vargas e tantos outros que escreveram da forma que vivenciaram a lida rude da campanha riograndense.