RETRATO DA SEMANA


Partindo para revolução - Autor desconhecido

domingo, 14 de setembro de 2025

 

O TURISMO GAUDÉRIO ACORDOU?


Grupo Ana Terra, de São Francisco de Paula, recebe 
os visitantes no aeroporto Salgado Filho
Divulgação Setur

O Rio Grande do Sul tem uma das maiores e mais autênticas culturas nativas do país. Isto é um fato. No entanto, nunca foi explorada corretamente como segmento de atração turística. Sempre fizemos cultura para nós mesmos, ao contrário de Estados como Pernambuco e Bahia, por exemplo. Quando desembarcamos nos aeroportos destas localidades logo percebemos aonde estamos chegando. Por aqui, nada a não ser um antigo senhor que, há muitos anos atrás, ficava oferecendo uma cuia de mate aos viajantes. 

Agora, parece que a coisa está mudando. Seria pela troca de Secretário da Cultura aliada a Secretaria de Turismo que enxergam nos costumes regionais a nossa verdadeira identidade? Pode ser. 

A verdade é que estamos notando algumas mudanças nesta direção de valorização das tradições gaúchas. 

Apenas dois exemplos: A segunda cidade mais visitada pelo turismo nacional, Gramado, somente se preocupava com páscoa, natal luz, festival de cinema... Agora, dedica sua famosa rua coberta para apresentações de danças, músicas, gastronomia, tudo voltado para mostrar aos visitantes um pouco da nossa cultura raiz. Isto repercute positiva e nacionalmente como podemos apreciar no Jornal Nacional da Rede Globo na noite de ontem. Da mesma forma, quem desembarca em nosso lindo e remodelado aeroporto Salgado Filho, pode apreciar, no receptivo, um grupo de prendas e peões dando as boas-vindas através da dança e da música numa atividade do projeto O Sul Tchê Espera, da Setur em parceria com a Fraport. 

Sim, eu sei que tudo tem a ver com nosso mês do gaúcho, mas antes nada acontecia mesmo no forte de setembro. 

Esperamos que mais atividades do tipo se realizem porque a indústria do turismo (sem fumaça) é uma das que mais cresce no mundo. Falta, ainda, a conservação de nossos monumentos que estão num desleixo total, uma casa do gaúcho que funcione o ano inteiro com oficinas e atividades artísticas, um museu do gaúcho, um grupo folclórico permanente bancado pelo governo... mas, enfim, parece que demos o primeiro bocejo desta longa letargia.    


      

sábado, 13 de setembro de 2025

 


VIKINGS DE BOMBACHA


 

O Acampamento Farroupilha Mais ao Norte do Mundo reúne mais de 150  gaúchos em Oslo, na Noruega.

Hoje, sábado, dia 13 de setembro, a Noruega receberá mais uma grande celebração da tradição gaúcha. Mais do que uma simples festa, trata-se também de um reencontro de identidades: um momento em que a saudade da terra natal se transforma em alegria coletiva, fazendo ecoar, em plena Escandinávia, o orgulho de ser e pertencer ao estado do Rio Grande do Sul.

O Acampamento Farroupilha Mais ao Norte do Mundo chegará à sua 6ª edição reunindo mais de 150 gaúchos e gaúchas de todas as querências, vindos da Noruega e de diversos países da Europa. O evento será realizado em uma propriedade rural na região metropolitana de Oslo, com uma programação intensa marcada pelo tradicional assado de fogo de chão, música gaúcha e muitas atividades campeiras – recriando o verdadeiro espírito do Acampamento Farroupilha em plena Escandinávia.

Organizado pelo grupo Vikings de Bombacha – formado por amigos gaúchos que vivem na Noruega –, o evento tem caráter 100% comunitário e já se consolidou como um dos mais autênticos encontros tradicionalistas fora do Brasil. Para esta edição, além da expectativa de mais um baita “ajuntamento”, afinal até familiares que moram no RS estão atravessando o mundo para se juntarem à festa, os organizadores sonham em repetir o que ocorreu no ano passado, quando foram surpreendidos com um verdadeiro “presente de Deus”: a visita da aurora boreal, fenômeno natural que frequentemente ilumina os céus do norte do mundo.

Sobre os Vikings de Bombacha

Mantendo viva a chama da tradição gaúcha mesmo a 11.000km de casa, os Vikings de Bombacha reúnem-se desde 2020 e não promovem apenas o Acampamento Farroupilha Mais ao Norte do Mundo, mas realizam diversos outros encontros entre amigos. 

Em 2024, os Vikings de Bombacha foram oficialmente nomeados pelo Governo do Rio Grande do Sul como Embaixadores Honorários do Estado, em reconhecimento aos destacados serviços prestados na difusão do tradicionalismo e da cultura gaúcha além fronteiras.

Compartilhando ativamente o dia a dia e o cotidiano do gaúcho na Noruega, eles mantêm ativo o perfil @vikingsdebombacha, canal oficial do grupo e que já conta com quase 25 mil seguidores no Instagram.

Fonte: Vikings de Bombacha.

e-mail: vikingsdebombacha@gmail.com.





sexta-feira, 12 de setembro de 2025

 

EM MEIO A GUERRA DOS FARRAPOS



Por: Jaime Ribeiro

Parabéns pelo aniversário de fundação de PASO DE LOS LIBRES.  12 de setembro 1843 (182 anos).

Recentemente foi redescoberto o obelisco que retrata o local exato aonde, no dia 31 de março de 1843, 108 soldados correntinos comandados pelo general Joaquin Madariaga, sobreviventes das peleias com o governo de Juan Manuel de Rosas, acamparam ao cruzarem o Rio Uruguai, vindos de volta de Uruguaiana, dando origem ao nome "Paso de Los Libres" que, inicialmente chamava-se Paso dos 108. O obelisco encontra-se nas imediações do aeroporto de Libres.


 

ATA QUE PROCLAMOU A 

REPÚBLICA RIO-GRANDENSE


No dia 12 de setembro de 1836, dois dias após a fulgurante vitória na Batalha do Seival, enquanto ainda enterravam seus mortos e curavam suas feridas, foi redigida a famosa ata que registrou a vontade dos Farrapos em relação a proclamação da República Rio-Grandense. 

Eis uma resenha sobre o tema, extraída do livro de Walter Spalding pelo pesquisador Paulo Mena:   

"Os soldados deliraram de entusiasmo e as aclamações pareciam não terminar mais. Momentos depois, ali no Passo das Pedras, comemorava-se no meio da mais franca cordialidade, com um grande churrasco, a magna data. E não faltaram, também, os improvisos.

Violas e gaitas faziam-se ouvir nas notas da «Tirana....

Mas os versos eram outros: celebravam a data e celebravam o herói: 

Dia 12 de setembro

dia grato e soberano,

em que no Seival soou

o grito republicano! 

Na tarde do mesmo dia 12, enquanto os soldados se distraiam pelo acampamento, reuniram-se os oficiais e comandantes na barraca do coronel Neto, já promovido a general por aclamação unânime de seus companheiros e comandados, para se deliberar definitivamente sobre os sucessos do dia. Dessa reunião e do que nela se tratou foi lavrada a seguinte Ata:

Bravos companheiros da 1ª Brigada de Cavalaria!

 Ontem obtivestes o mais completo triunfo sobre os escravos da Corte do Rio de Janeiro, a qual, invejosa das vantagens locais de nossa província, faz derramar sem piedade o sangue de nossos compatriotas, para deste modo fazê-la presa de suas vistas ambiciosas. Miseráveis! Todas as vezes que seus vis satélites se têm apresentado diante das forças livres, têm sucumbido, sem que este fatal desengano os faça desistir de seus planos infernais. São sem número as injustiças feitas pelo Governo. Seu despotismo é o mais atroz. E sofreremos calados tanta infâmia? Não, nossos companheiros, os rio-grandenses, estão dispostos, como nós, a não sofrer por mais tempo a prepotência de um governo tirânico, arbitrário e cruel, como o atual. Em todos os ângulos da província não soa outro eco que o de independência, república, liberdade ou morte. Este eco, majestoso, que tão constantemente repetis, como uma parte deste solo de homens livres, me faz declarar que proclamemos a nossa independência provincial, para o que nos dão bastante direito nossos trabalhos pela liberdade, e o triunfo que ontem obtivemos, sobre esses miseráveis escravos do poder absoluto.

Camaradas! Nós que compomos a 1ª Brigada do Exército Liberal, devemos ser os primeiros a proclamar, como proclamamos, a independência desta província, a qual fica desligada das demais do Império, e forma um estado livre e independente, com o título de República Rio-grandense, e cujo manifesto às nações civilizadas se fará competentemente.

Campo dos Menezes, 11 de setembro de 1836 – Antônio de Sousa Neto, coronel-comandante da 1ª brigada.”

Então Neto, agora aclamado General, toma a palavra e proclama a república:

                 “Camaradas! Gritemos pela primeira vez: viva a República Rio-grandense! Viva a independência! Viva o exército republicano rio-grandense!”




quinta-feira, 11 de setembro de 2025

 


11 DE SETEMBRO DE 1836

PROCLAMAÇÃO DA 

REPÚBLICA RIO-GRANDENSE 




Destacado por Bento Gonçalves da Silva, Antônio de Souza Neto desloca-se, no início de setembro de 1836 à região de Bagé, onde o imperial João da Silva Tavares, vindo do Uruguai, faz grande alarde. A Primeira Brigada de Neto, com 400 homens atravessa o Arroio Seival e encontra as tropas de Silva Tavares (560 homens) sobre uma coxilha. Era a tarde de 10 de setembro de 1836. Observam-se por minutos, e Silva Tavares desce a coxilha em desabalada carga. Neto ordena também a carga de lança e espada, sem tiros. As forças se encontram em sangrento combate. Silva Tavares foge e seus homens são derrotados. Os farrapos ficam quase intactos, enquanto do outro lado há 180 mortos, 63 feridos e 100 prisioneiros.

Após a flamante vitória os revoltosos resolvem proclamar a república rio-grandense centrada no povo, suas vontades e necessidades, e não na elite governativa. Passaram, então a redigir o documento da Proclamação que seria lida pelo General Antônio de Souza Neto, perante a tropa perfilada, em 11 de setembro.

Após a cerimônia de Proclamação, irrompem todos em gritos de euforia, liberdade, e vivas à República, com tiros para o alto e cantorias. Logo chega à galope o tenente Teixeira Nunes, empunhando pela primeira vez a bandeira tricolor, mandada fazer às pressas em Bagé. Passa então a desfilar por entre seus companheiros com a bandeira verde, vermelha e amarela da República Rio-grandense, comemorando sua independência. Foi adotada uma constituição republicana conclamando as demais províncias brasileiras a unirem-se como entes federados no sistema republicano, um hino nacional e bandeira própria do novo estado, até hoje cultivados pelo Estado do Rio Grande do Sul, também estabelecida a capital na pequena cidade de Piratini, donde surgiu uma nova alcunha, República de Piratini.

A partir deste momento, temos a falência imediata da Revolta Farroupilha, e o início da Guerra dos Farrapos, propriamente dita. A mudança de posicionamento dos Farrapos foi imediata.

Já não desejavam mais substituir o Presidente da Província de São Pedro do Rio Grande por outro, pois agora haveriam de ter um Presidente da república independente.

Os combatentes não era mais revoltosos farroupilhas, mas soldados do Exército Republicano Rio-Grandense.

O pavilhão que defendiam não era mais a bandeira imperial verde-amarela, mas a quadrada bandeira republicana verde, vermelha e amarela em diagonal (sem o brasão no meio).

Não lutavam mais por reconhecimento e atenção, mas pela defesa da independência e soberania de seu país.

Já não era mais a luta de revoltosos em busca de justiça, mas uma guerra de exército defensor (republicano) contra exército agressor (imperial).



quarta-feira, 10 de setembro de 2025

 

ONDE ESTÁ A MALFADADA CARTA???


O episódio mais nebuloso da Guerra dos Farrapos, sem dúvida alguma, foi a Batalha dos Porongos. Deste massacre já em meio a um processo de paz, resultou na prisão de 280 homens de infantaria e na morte de uma centena de soldados negros. Segundo registra a história estes soldados, em sua maioria componentes da 1ª Brigada de Cavalaria, ou seja, os Lanceiros Negros, estavam desarmados de seus cartuchames por ordens do General David Canabarro que temia uma insurreição pelo fato de os imperiais não aceitarem a liberdade dos escravos prometida pelos republicanos.  
 
O que fez aumentar as animosidades e até hoje resulta em graves discussões aonde alguns historiadores chamam tal episódio de "traição" foi uma carta que teria sido escrita pelo então Conde de Caxias a seu comandante Moringue.     

 

Eis o que estaria escrito em tal correspondência: 

“Ilmo. Sr. Regule V. Sa. Suas marchas de maneira que no dia 14 às 2 horas da madrugada possa atacar a força ao mando de Canabarro, que estará nesse dia no cerro dos Porongos. (…) No conflito poupe o sangue brasileiro quanto puder, particularmente da gente branca  da Província ou índios, pois bem sabe que essa pobre gente ainda nos pode ser útil no futuro. (…) Se Canabarro ou Lucas, que são os únicos que sabem de tudo, forem prisioneiros, deve dar-lhes escapula de maneira que ninguém possa nem levemente desconfiar, nem mesmo os outros que eles pedem que não sejam presos, pois V. Sa bem deve conhecer a gravidade deste secreto negócio que nos levará em poucos dias ao fim da revolta desta Província”. 

Há tempos venho buscando os originais desta carta. Passei dias a fio pesquisando no Arquivo Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, sem sucesso. Aquilo é uma tortura. Devia ser informatizado. Tipo Google. Tu clicar num assunto e o computador te mostrar aonde tal matéria está contida. Mas nos tempos em que eu ia lá, atrás desta famosa carta, não era assim (pode ter mudado). Tinha que ler página a página, livro a livro e... nada. Aliás, muito pouco sobre a Guerra dos Farrapos. 

Me repassaram que, talvez, no Museu Imperial no Rio de Janeiro, na documentação completa, inclusive correspondências particulares da vida de Caxias, eu pudesse encontrar. Fui lá e... nada. Nem sabem do que se trata.  

Pois bueno:

Certa feita, na reunião mensal da Academia Maçônica de Letras esteve por lá palestrando o presidente do Arquivo Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul Sr. Miguel Frederico Espíritosanto.

Ao final da palestra, aberta a perguntas, fui o primeiro a me inscrever e adivinhem sobre o que questionei? Sobre a existência da Carta de Caxias a Moringue. 

Ele perguntou meu nome e respondeu: - Léo. Você vai morrer procurando esta carta e não vai encontrar em lugar algum. E sabe por que? Por que ela não existe. Foi uma falsificação distribuída pelos imperialistas na cidade de Piratini após o combate de Ponche Verde, com o intuito de denegrir a imagem de David Canabarro e enfraquece-lo durante o processo de negociação da paz. 

Se for realidade o que este estudioso de nossa história me respondeu podemos questionar uma ideia que anda disseminando-se por aí de que, neste episódio, ocorreu uma traição em relação aos negros.


terça-feira, 9 de setembro de 2025

 

TESTE SEUS CONHECIMENTOS


SOBRE A EPOPEIA FARROUPILHA
 
 
 
Caros leitores de nosso chasqueiro virtual das tradições gaúchas. Estamos adentrando no mês das comemorações farroupilhas. Contudo, tais festividades não devem resumir-se a gastronomia e musicalidade. Temos que preservar nossa história. E como andam nossos conhecimentos sobre a epopeia que hoje festejamos?
 
Por brincadeira, vamos fazer um teste de nossa memória em relação a tais fatos.   
 
Se o leitor acertar de 05 a 06 questões está um pouco informado sobre a Revolução Farroupilha.

Se o leitor acertar de 07 a 08 questões está bem informado sobre a Revolução.

Se o leitor acertar de 09 a 10 questões, parabéns. Está muito bem informado.

Se o leitor acertar menos que 05 questões, estará precisando ler mais sobre nossa história.

REVOLUÇÃO FARROUPILHA

1. Que data teve início a Revolução Farroupilha?
a) ( ) 19 setembro 1835.
b) ( ) 20 setembro 1835.
c) ( ) 21 setembro 1835.
d) ( ) Nenhuma resposta correta

2. Quem proclamou a República Riograndense?
a) ( ) Bento Gonçalves
b) ( ) Antônio de Souza Netto
c) ( ) David Canabarro
d) ( ) Duque de Caxias

3. Aonde Bento Gonçalves esteve escondido, por quase um mês, ao fugir do Forte do Mar, na Bahia?
a) ( ) Em Salvador
b) ( ) Em um navio mercante
c) ( ) Na Ilha de Itaparica
d) ( ) Em Morro de São Paulo

4. Qual o nome dos lanchões que, puxados por cem juntas de boi, sob o comando de Giuseppe Garibaldi, atravessaram os campos gaúchos rumo a foz do Rio Tramandaí para atacar Laguna por mar?
a) ( ) Seival e Farroupilha
b) ( ) Farroupilha e Liberdade
c) ( ) Liberdade e Seival
d) ( ) Nenhuma resposta correta

5. Qual o verdadeiro nome de Anita Garibaldi, a catarinense heroína da Revolução?
a) ( ) Mariana de Jesus
b) ( ) Anita de Moraes Ribeiro
c) ( ) Anita Mello Cerqueira
d) ( ) Ana Maria de Jesus Ribeiro

6. Como se dividiam os partidos políticos na Província de São Pedro, na época em que teve início o conflito?
a) ( ) Farroupilhas / Imperialistas
b) ( ) Conservadores / Imperialistas
c) ( ) Liberais / Conservadores
d) ( ) Liberais / Republicanos

7. Quem escreveu a letra do Hino Riograndense, no ano de 1838?
a) ( ) Antônio Tavares Pinto Real
b) ( ) Francisco Pinto da Fontoura
c) ( ) Maestro Mendanha
d) ( ) Nenhuma resposta correta

8. Qual o quinto e último General Farrapo?
a) ( ) Bento Gonçalves da Silva
b) ( ) José Gomes Vaconcelos Jardim
c) ( ) David Canabarro
d) ( ) José Mariano de Mattos

9. Qual o general farroupilha de maior caráter abolicionista?
a) ( ) Bento Gonçalves
b) ( ) Bento Manuel Ribeiro
c) ( ) Antônio de Souza Netto
d) ( ) David Canabarro

10. Aonde teve origem a terminologia "farroupilha"?
a) ( ) No Rio de Janeiro
b) ( ) Na França
c) ( ) Nos soldados gaúchos da guerra dos farrapos
d) ( ) No Uruguai 



Respostas: 1a. 2b. 3c. 4a. 5d. 6c. 7b. 8c. 9c. 10b.



segunda-feira, 8 de setembro de 2025

 


REPONTANDO DATAS 


No dia 08 de setembro de 1801 o riopardense Borges do Canto e seu imediato Gabriel de Almeida, comandando 200 militares e mais 300 índios retoma as missões dos castelhanos para o Brasil.

Também num dia 08 de setembro mas no ano de 1860 ocorreu atentado a punhal (por um escravo liberto) contra o farroupilha Antônio Vicente da Fontoura, no interior da igreja Nossa Senhora da Conceição, em Cachoeira do Sul.

Em 08 de setembro de 1907 nasce em Quarai o poeta Niterói Ribeiro.

Neste dia e mês, no ano de 1915, no Rio de Janeiro, é assassinado pelas costas o gaúcho, então senador, José Gomes Pinheiro Machado, o Pai da República dos Estados Unidos do Brasil.

Já em 08 de setembro de 1980 morre em Porto Alegre o Grande Poeta João da Cunha Vargas, um dos vates mais autênticos do Rio Grande do Sul. 

Num dia 08 de setembro do ano de 2009 morria José Lewis Bicca, compositor parceiro de Rillo e fundador dos Angueras, de São Borja. 



 ESCOLA DE SAMBA PORTELA 

ASSISTE A CHEGADA DA CHAMA NO ACAMPAMENTO


Cavalarianos levaram a Chama até o Acampamento
Foto: Ricardo Giust

A Chama Crioula chegou no final da manhã de domingo ao Acampamento Farroupilha, no Parque Harmonia, em Porto Alegre, a partir dos cavalarianos, sob clima festivo e olhares atentos do público. Ela permanece guarnecida no Acampamento Farroupilha até o próximo dia 20, quando ocorre a celebração da Revolução Farroupilha. Chamou a atenção, pela primeira vez na histórias do Acampamento na Capital, a presença de uma comitiva de 16 integrantes da escola de samba Portela, do Rio de Janeiro, que, no Carnaval do próximo ano, levará à Marquês de Sapucaí a cultura afro-gaúcha.

A Portela é a maior vencedora do Carnaval da cidade, um dos maiores do mundo. São 22 títulos da agremiação. Segundo a secretária Municipal de Cultura, Liliana Cardoso, este foi um “momento histórico”. “Entregamos a bandeira da Capital de todos os gaúchos, para que eles adentrem à Sapucaí e levem o nome da nossa Porto Alegre, dos nossos lares, da nossa história. As culturas populares são uma cultura só”, destacou ela.

Um dos diretores de Carnaval da Portela, Júnior Schall, disse que a agremiação buscará levar à festa carioca as vozes da cultura gaúcha. “Realmente reafirmamos nossa missão, enquanto escola de samba, de multiplicar a cultura do país através da força que tem nosso Carnaval. Quando a gente vem aqui, vai no Mercado Público de Porto Alegre, a gente é acolhido por tantas representatividades da cultura afro-gaúcha, e realmente entendemos que podemos captar um pouco de tudo isso”, comentou ele.

Para o secretário estadual de Turismo, Ronaldo Santini, o governo trabalha para que a programação do mês Farroupilha seja cada vez mais intensa, atraindo justamente turistas de fora do Rio Grande do Sul. “A ideia é que as pessoas tenham a experiência de viver um pouco da nossa cultura e nossa história. Precisamos fazer com que todos entendam que temos no mundo gaúcho este conceito de união, e o povo do Rio Grande admira a todos que por aqui passam”, disse.

A diretora da GAM3 Parks, concessionária responsável pelo Parque Harmonia, Carla Deboni, disse que, pela primeira vez, o Acampamento pôde ser organizado pela empresa “sem nenhuma intercorrência”. “Conseguimos organizar esta parte de piquetes para aumentar o número e sempre será o trabalho da concessionária conseguir adequá-los cada vez melhor, eles que são o centro desta festa. Com chuva ou sem chuva, o Acampamento Farroupilha é sempre um sucesso, porque os piquetes têm suas programações, e quem vive este evento não se acanha com as precipitações”, disse ela.


Fonte: Jornal Correio do Povo

 


domingo, 7 de setembro de 2025

 


HÁ 78 ANOS NASCEU A REAL 

CHAMA CRIOULA 


Flagrante da condução da primeira Chama Crioula 
do Parque da Redenção até o colégio Júlio de Castilhos 

No dia 7 de setembro de 1947, à meia noite e antes de extinguir o “Fogo Simbólico da Pátria” que queimava na pira, Paixão Côrtes, Fernando Machado Vieira e Cyro Dutra Ferreira, retiraram a centelha que originou a primeira “Chama Crioula” que ardeu em um candeeiro crioulo até a meia noite do dia 20 de setembro, no Colégio Estadual Júlio de Castilhos, quando foi extinta no primeiro baile gaúcho por eles organizado no Teresópolis Tênis Clube. Unidos pela força de amor à terra e pelo poder do fogo, os gaúchos decidiram manter acessa essa chama ano após ano.

Esta é a verdadeira origem da Chama Crioula. Uma pena que ninguém mais repete este gesto preferindo outras pirotecnias que dão mais visibilidade.  


 

 

POESIAS CLASSIFICADAS  




Saiu a lista dos finalistas do 1º Festival Internacional Virtual da poesia Gaúcha, organizado pela Confederação Norte-americana do Tradicionalismo Gaúcho. Muito obrigado a todos que  participaram desse evento  direto dos Estados Unidos.

Todos os autores serão comunicados individualmente para instruções. As declamações deverão ser enviadas até 31 de outubro de 2025.

Confederação Gaúcha: 20 anos de tradição e cultura na América do Norte.

POESIAS CLASSIFICADAS E SEUS AUTORES

BONIFÁCIO: Júlio César Paim
A PAZ QUE PROCURO: Jadir Oliveira
DE UM TEMPO ANTIGO: Roberto Paines
O SONHO DE CADA UM: Rafael Ferreira
POEMA ALÉM MUNDANO: Edson Marcelo Spode
AS DORES DE UM MANCARRÃO: Juarez Machado de Farias
MISTO DE ÍNDIO E TRONQUEIRA: Joseti Gomes
DÉCIMA REDONDA DA LIDA CAMPEIRA: Kérolin Spagnol
QUANDO A VIDA NOS TIRA COISAS BUENAS: Sebastião Teixeira Correa
O MEDO RONDA A FIGUEIRA: Chico Fontella

Suplentes:
PATIERO: José Luiz dos Santos;
ANDARENGUEANDO: Adriano Medeiros
INDAGAÇÕES: Jeferson Monteiro.


 


REMEMORANDO A HISTÓRIA 




A Independência do Brasil foi o processo de emancipação política do país de Portugal, consolidado em 7 de setembro de 1822 com o "Grito do Ipiranga", proclamado por D. Pedro. Este evento marcou o fim do domínio português e o início da monarquia brasileira, chefiada por D. Pedro I. No entanto, a independência foi resultado de um processo complexo que começou com a Revolução Liberal do Porto em Portugal, a qual forçou D. João VI a voltar para a Europa e tentou restabelecer o controle sobre a colônia, levando a um descontentamento crescente no Brasil.

As Causas da Independência

Revolução Liberal do Porto (1820):

Esta revolução em Portugal exigiu reformas políticas e econômicas, mas também visava reverter a autonomia que o Brasil havia conquistado durante o Período Joanino. As Cortes portuguesas passaram a exigir que D. João VI retornasse a Portugal e o restabelecimento do monopólio comercial.

Conflito de Interesses:

Os interesses entre a metrópole (Portugal) e a colônia (Brasil) tornaram-se irreconciliáveis, impulsionando o movimento pela independência.

Resistência no Brasil:

Havia grande insatisfação no Brasil com as ordens vindas de Portugal, especialmente a partir do retorno da Corte para Lisboa em 1821.

O Processo de Emancipação

Período Joanino:

A transferência da Corte para o Brasil, em 1808, trouxe mudanças significativas que permitiram ao Brasil desenvolver sua própria autonomia e identidade.

Revoltas Regionais:

Movimentos como o Movimento Constitucionalista de 1821 em Pernambuco (a Convenção de Beberibe) foram os primeiros a expulsar os exércitos portugueses, demonstrando uma crescente resistência à autoridade de Portugal.

O "Grito do Ipiranga"

A Proclamação:

Em 7 de setembro de 1822, o Príncipe Regente D. Pedro proclamou a Independência do Brasil às margens do Rio Ipiranga, um ato que, apesar de ter sido envolto em certa dramaticidade e até mitos, simbolizou o rompimento final com Portugal.

O Novo Regime:

A independência consolidou o Brasil como uma nação soberana, com um regime monárquico liderado por D. Pedro I.

A Independência não foi apenas o ato de 7 de setembro, mas sim um longo processo de luta e negociação que culminou na separação formal entre Brasil e Portugal, estabelecendo o Brasil como uma nação independente.




UM GESTO DE VALOR IMENSURÁVEL



O cavalo Crioulo Estupendo Marca dos Santos, conhecido como Loirinho, foi arrematado por R$ 320 mil durante o Leilão Genética Liberdade, realizado na 48ª Expointer, em Esteio. O remate foi promovido pelo ex-lutador e embaixador do UFC, Rodrigo Minotauro Nogueira, e teve todo o valor revertido para a construção de casas destinadas a famílias atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul em 2024.

A compra foi feita pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em parceria com a Estância Liberdade, que dobrou o valor final do lance, e o Instituto Sou de Fazer. O animal se juntará ao Caramelo, símbolo da resiliência gaúcha, na fazenda-escola da instituição. Durante a entrega, Minotauro também presenteou a Ulbra com réplicas de dois cinturões de campeão mundial.

Com 10 anos e 513 quilos, Loirinho acumula conquistas expressivas, como o título do Potro do Futuro da ABCCC em 2018 e participações em competições nos Estados Unidos. “Não vamos apenas reconstruir casas. Queremos criar oportunidades através da educação e do esporte”, destacou Minotauro, que lidera o projeto solidário Fight For Life ao lado do irmão, Rogério Minotouro.


 

TOBIAS DA SILVA

UM HERÓI ESQUECIDO 


A Revolução Farroupilha foi um dos mais significativos movimentos de resistência e afirmação regional da história do Brasil, destacando-se pela luta dos gaúchos por maior autonomia política e justiça fiscal diante do governo imperial. Nesse contexto, surgiram figuras históricas de grande relevância, cujas ações marcaram profundamente a identidade e a memória do povo sul-rio-grandense. 

No panteão dos grandes nomes da Revolução Farroupilha, poucos personagens resplandecem com tanta bravura e honradez quanto Tobias Antônio dos Santos Robalo, mais conhecido como Tobias da Silva. Nascido por volta de 1802, em São José do Norte, e de origem jaguarense, Tobias foi pescador de ofício e comandante por vocação. À frente do curter farrapo "Minuano", uma pequena embarcação de um único mastro, ele escreveu com fogo, coragem e sacrifício uma das páginas mais heroicas da luta farroupilha. 

No dia 28 de fevereiro de 1836, Tobias zarpou de Jaguarão rumo a Pelotas, encarregado de uma missão vital: transportar soldados, armas e mensagens estratégicas para o comando da causa republicana. Jurou aos seus, diante da esposa e dos filhos pequenos, que sua embarcação jamais cairia em mãos inimigas. E cumpriu esse juramento com a dignidade dos que preferem a morte à rendição. 

Quando o Minuano surgiu na boca do Canal São Gonçalo, foi surpreendido por uma armadilha mortal: dez embarcações imperiais, armadas até os dentes, comandadas por Manuel Joaquim de Souza Junqueira, aguardavam em silêncio como predadores à espreita. Tobias, com apenas 18 homens a bordo e uma coragem imensurável no peito, não hesitou. Revidou o ataque com fúria, transformando sua frágil embarcação em símbolo de resistência. A luta desigual durou mais de uma hora sob o rugir dos canhões imperiais.

Mesmo cercado, sem munição e diante do ultimato inimigo, Tobias recusou a rendição. Viu nos olhos de seus companheiros a mesma decisão que ardia no seu coração: a liberdade não se entrega, se defende até o último suspiro. E assim, num gesto final de glória e sacrifício, lançou uma tocha no paiol do barco, fazendo explodir o Minuano em um clarão que ainda hoje ilumina a memória dos que lutaram por um ideal maior. 

Tobias da Silva tombou, mas não foi vencido. Sua morte ecoou como exemplo de lealdade, coragem e amor à liberdade. Foi mais que comandante — foi mártir da Revolução Farroupilha, cujo espírito indomável permanece vivo no coração do povo gaúcho.


Resenha de Cássio Figueiró e Maxsoel Bastos 





sábado, 6 de setembro de 2025

 

UMA FICÇÃO QUE VIROU "VERDADE"

Não se nega a influência da maçonaria na Revolução Farroupilha/Guerra dos Farrapos, em ambos os lados do conflito. Contudo, certas inverdades com o bater na mesma tecla e o passar do tempo, tornaram-se "fatos históricos". É o caso do Balaústre 67 que retrata uma Sessão Maçônica no dia 18 de setembro de 1835 e que teria ditado o início e os rumos da revolta que durou 10 anos.
 
Quem realmente escreveu o tal Balaústre (ata da Sessão), de forma criativa e inteligente, foi o maçom Dante Bósio, que morreu em 2015. Tal peça de arquitetura maçônica não tem mais de 20 anos e foi apresentada na cidade de Camaquã. Quem assistiu gostou, publicaram em jornais da região, posteriormente na internet e a brincadeira viralizou.  
 
Ontem ainda, ouvi uma rádio atestando a presença de maçons na guerra através desta "prova irrefutável".
 
Este é o perigo de não se buscar a veracidade do que se divulga.
 
Vejam, na íntegra, esta peça ficcional que tornou-se "documento comprobatório".   


 

Balaústre nº 67 

Aos 18 dias do mês de setembro de 1835 E.’. V.’. e 5835 V.’. L.’., reunidos em sua sede, sito à Rua da Igreja, nº 67, em lugar Claríssimo, Forte e Terrível aos tiranos, situado abaixo da abóbada celeste do Zenith, aos 30º sul e 5º de latitude da América Brasileira, ao Vale de Porto Alegre, Província de São Pedro do Rio Grande, dependências do Gabinete de Leituras, onde, neste momento, funciona a Loj.’. Maç .’. Philantropia e Liberdade, com o fim de,especificamente, traçarem as metas finais para o início do movimento revolucionário, com que seus integrantes pretendem resgatar os brios, os direitos e a dignidade do povo Riograndense, se reuniram IIr.’. da LOJA.A sessão foi aberta pelo Ven.’. Mestre, Ir.’. Bento Gonçalves da Silva. Registre-se, a bem da verdade, ainda as presenças de nossos IIr.’. José Mariano de Mattos, nosso ex - Ven .’., Ir.’. José Gomes de Vasconcellos Jardim, Ir.’. Pedro Boticário, Ir.’. Vicente da Fontoura, Ir.’. Paulino da Fontoura, Ir.’. Antônio de Souza Neto e deste Ir.’. Domingos José de Almeida, que serviu como Secretário, lavrando o presente Balaústre. Logo de início, o Ven .’. Mestre, depois de tecer breves considerações sobre os motivos da presente reunião, de caráter extraordinário, informou que o nosso movimento revolucionário estava prestes a ser desencadeado. A data escolhida, é dia vinte de setembro do corrente, isto é, depois de amanhã. Nesta data, todos nós, em nome do nosso Rio Grande do Sul, nos levantaremos em luta contra o imperialismo que reina no País. Na ocasião, ficou acertada a tomada da Capital da Província pelas tropas dos IIr.’. Vasconcellos Jardim e Onofre Pires, que deverão se deslocar desde a localidade de Pedras Brancas, quando avisados. Tanto o Ir.’. Vasconcellos Jardim como o Ir.’. Onofre Pires, ao serem informados, responderam que estariam a postos, aguardando o momento para agirem. Também se fez ouvir o nobre Ir.’. Vicente da Fontoura, o qual sugeriu que tomássemos o máximo cuidado, pois que, certamente,Braga, o Presidente da Província, seria avisado do nosso movimento. O Tronco de Beneficência fez a sua circulação e rendeu a medalha cunhada de 421$000, contados pelo Ir.’. Tes.’. Pedro Boticário. Por proposição do Ir.’. José Mariano Mattos, o Tronco de Beneficência foi destinado à compra de uma Carta da Alforria de um escravo de meia idade,no valor de 350$000, proposta aceita por unanimidade. Foi depois realizada uma poderosa Cadeia de União, pela justiça e grandeza da causa, pois em nome do povo Riograndense, lutaríamos pela Liberdade, Igualdade e Humanidade, pedindo a força e proteção do G.’. A.’. D.’. U.’. para todos os IIr.’. e aos seus companheiros, que iriam participar das contendas. Já eram altas horas da madrugada quando os trabalhos foram encerrados, afirmando o Ven.’. Mestre que todos deveriam confiar nas LL .’. do G.’. A.’. D.’. U.’. e depois, como ninguém mais quisesse fazer uso da palavra, foram encerrados nossos trabalhos, do que eu, Ir.’. Domingos José de Almeida, como Secretário, tracei o presente Balaústre, a fim de que nossa História, através dos tempos, possa registrar que um grupo de maçons, homens “livres e de bons costumes”, empenhou-se com o risco da sua própria vida, para restabelecer o reconhecimento dos direitos desta abençoada terra, berço de grandes homens, localizada no extremo sul de nossa querida Pátria. 

Oriente de Porto Alegre, aos dezoito dias do mês de setembro de 1835 da E.’. V.’., 18º dia do sexto mês, Tirsi, da V.’. L.’. do ano de 5835. 

Ir .’. Domingos José de Almeida
 Secretário

 

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

 

NÃO! NÃO É SÓ GAITA,

TRAGO E CHURRASQUEADAS.



Muitas pessoas ainda possuem um conceito errado sobre as comemorações farroupilhas. Por não conhecerem (ou mesmo intencionalmente) resumem os festejos em comunhão de gaita, trago e churrasqueadas. 

Mas as reverências ao decênio épico vão muito além, como é o caso do Piquete Fraternidade Gaúcha, braço tradicionalista da maçonaria do Grande Oriente do Rio Grande do Sul que, no dia de hoje, 05,  forneceu gratuitamente almoço a diversas crianças do Centro Social Marista Irmão Antônio Bortolini localizado no loteamento Santa Terezinha. No dia 10 mais 60 crianças terão a alegria de conhecer o acampamento e almoçar no Fraternidade. 

Além destas filantropias normais a esta entidade a qual tenho orgulho de pertencer, ainda hoje acontecerá a apresentação do projeto cultural, item obrigatório a todos os acampados.  
 





 

SOLDADO LÉO RIBEIRO




Ontem fizemos uma postagem aonde o irmão Everton Branco, um parceiro que entende de IA, me transportou para a Revolução Farroupilha no cargo de coronel. A arte ficou muito bonita.

Na matéria eu comentei que talvez ficasse mais de acordo com minha personalidade se eu fosse apenas um soldado lutando por nossa terra e pela liberdade dos escravos (assim como hoje luto por nossa cultura regional).

Pois, ontem mesmo, outro amigo que andeja com sabedoria por esses modernismos da internet, produtor cultural e leitor assíduo de nosso blog, entendeu meu recado e mandou-me esta nova adaptação. 

Muito obrigado Jeandro Garcia. 

      

    

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

 

CORONEL LÉO RIBEIRO


 

Por vezes eu penso que nasci no tempo errado, de tanto que gosto da história da Revolução Farroupilha. Escrevi um livro sobre o tema.  

Proseando com meu amigo e irmão de uma Ordem Maior Everton Branco, ele me disse: - Me manda uma foto tua que vou te transportar para essa época. 

Dito e feito. Utilizando os recursos da Inteligência Artificial, brotou o coronel Léo Ribeiro. 

Apenas algumas considerações que fogem da IA. Eu deveria estar de chiripá ou com uma calça mais justa. A bombacha chegou por aqui após a Guerra do Paraguai (1864-1870). 

Na minha concepção e de acordo com meu caráter, eu seria um soldado comum mas abolicionista ferrenho.

  

 

EVOLUÇÃO DA INDUMENTÁRIA 

PARTE II


Arte: Léo Ribeiro  

Ontem fizemos uma postagem sobre a evolução da indumentária. É uma visão que consta em livro sobre a temática. Hoje, posto a minha visão mais simplista mas não menos verdadeira. 

 



quarta-feira, 3 de setembro de 2025

 

A EVOLUÇÃO DA INDUMENTÁRIA  




1. A imagem do índio, por estar de esporas, aparenta ser de charrua ou minuano (tribos cavaleiras) embora o laço tenha sido introduzido do Rio Grande do Sul pelos guaranis. O traje é um modelo de chiripa utilizado entre 1620 e 1730.

2. Indumentária utilizada pelos peões na época de 1730 a 1820, principalmente na região das vacarias. Chapéu de palha (de feltro era só para as festividades) lenço atado na cabeça, camisa de algodão, chiripá e botas de garrão-de-potro, retirada diretamente do animal.

3. Aqui o chiripá mudou o estilo passando a ser uma espécie de grande "fralda". É um traje típico do gaúcho farroupilha (1820 a 1865), com chapéu pança-de-burro e ceroula ponta-franjada.

4. Esta quarta imagem pode ser classificada como o típico gaúcho preconizado pelo MTG.

5. Muitos sites colocam esta 5ª indumentária como a do gaúcho atual. 

6. O gaúcho da sexta figura, deve estar de luto (lenço preto). Também foge dos padrões estabelecidos pois aparece de jaleco (tipo de jaqueta), rastra (cinto) e bombacha plissada, tudo de origem espanhola, tão renegada pelos gaúchos de pouca memória mas tão utilizada pelos desavisados...

7. O sétimo e último traje dá uma ideia do peão atual, contudo, também não está de acordo com os regramentos, pois utiliza rastra, esporas chilenas e um lenço colorido (não confundir com carijó).


terça-feira, 2 de setembro de 2025

 

A REVOLUÇÃO FARROUPILHA 

PARTE I 


ANTECEDENTES 



A isenção de impostos ao charque platino, prejudicando os saladeios gaúchos, 
foi um dos motivos da Revolução Farroupilha


Através da criação de gado e da produção de charque, o Rio Grande do Sul integrou-se à economia central de exportação de forma subsidiária, como abastecedor do mercado interno. Com isso, o Rio Grande passava a possuir uma riqueza econômica, deixando de ser considerado apenas como ponto estratégico da defesa do contrabando no Prata.

Além dos sucessivos incidentes de tomada e retomada da Colônia do Sacramento pelos portugueses, o Rio Grande do Sul sofreu três invasões castelhanas em seu território, além de ser palco da chamada "Guerra Guaranítica", que envolveu tropas luso-castelhanas em um combate com os índios missioneiros, tentando obrigá-los a abandonar as reduções em obediência às disposições do Tratado de Madri.

Dentro deste contexto de verdadeiro acampamento militar a que ficara reduzido o Rio Grande, estabeleceu-se um modus vivendi entre a Coroa e os senhores locais. Além da terra que lhes era concedida, os estancieiros passaram a ocupar cargos de chefes e guardas da fronteira. Este poder dos senhores de terras, exercido na maior parte das vezes em defesa de seus interesses privados, entrava seguidamente em choque com a autoridade dos comandantes militares que representavam os interesses da Coroa no Rio Grande.

Desta forma, a apropriação econômica da terra foi acompanhando a apropriação militar: em cada nova área conquistada aos espanhóis, eram distribuídas sesmarias para a criação de gado. No final do século XVIII, o enriquecimento proporcionado pelo charque contribuiu para agravar os pontos de atrito existentes entre a camada senhorial local e os representantes da Coroa. Clãs familiares enriquecidos passaram a pressionar o governo no sentido de obter cada vez mais poder e autoridade, usufruindo dos cargos em proveito da consolidação da sua riqueza.

Paralelamente ao florescimento das charqueadas gaúchas, surgiram estabelecimentos similares no Prata - os saladeiros - que passaram a disputar com o produto rio-grandense o abastecimento do mercado interno brasileiro, além de controlarem o fornecimento para Cuba.

Desde 1778 vigorava o regime de livre comércio, o que permitiu aos saladeiristas, fazendeiros e comerciantes manterem uma atividade de exportação em crescimento.

No mesmo intuito de beneficiar o setor de ponta da economia platina, foi concedida a isenção de direitos de importação sobre o sal de Cádiz (insumo fundamental para a produção do charque) e, pelas Reais Ordens de 10.4.1793 e 20.12.1892, estabeleceu-se a isenção dos direitos de exportação sobre as carnes salgadas. Tais incentivos, concedidos pelas autoridades, acarretavam um menor custo de produção para os saladeiros platinos, permitindo que eles colocassem sua produção a um mais baixo preço nos mercados brasileiros.

O charque rio-grandense, no caso, não era objeto de iguais medidas protecionistas ou de especial atenção das autoridades, uma vez que se tratava de uma economia subsidiária da economia central de exportação.

Entretanto, essas melhores condições de desenvolvimento do charque platino, sob amparo governamental, foram anuladas, em face das perturbações políticas ocorridas na região no início do século XIX. De 1810 a 1820, o Prata esteve envolvido em guerras de independência, que determinaram a crise dos saladeiros locais. Essas perturbações políticas na área, que iniciaram com a independência das Províncias Unidas do Rio da Prata em 1810, sob a hegemonia de Buenos Aires, prosseguiram em disputas internas entre as forças da chamada Banda Oriental (hoje República do Uruguai) contra a supremacia argentina e culminaram com as invasões das tropas de D. João, no Prata. Em 1820, a Banda Oriental foi anexada ao Brasil com o nome de Província Cisplatina, o que terminou por desorganizar totalmente a produção saladeiril da região. O gado uruguaio foi então orientado para as charqueadas rio-grandenses, seus peões incorporados ao exército brasileiro e vários fazendeiros e militares sulinos estabeleceram-se com estâncias em território oriental.

O fortalecimento econômico dos pecuaristas rio-grandenses tendeu a se expressar também no plano político-administrativo. Nos momentos finais do domínio colonial português no Brasil, começaram, assim, a surgir áreas de atrito cada vez maiores entre os representantes da Coroa na região e a camada senhorial sulina, enriquecida pela pecuária em ascensão.