RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Pinheiro Machado, ao centro, sentado, e seu estado maior - Revolução Federalista -

sexta-feira, 26 de abril de 2024

 

MATES DE SAUDADES 

Como homenagem ao Mestre Albino Manique posto esta canção, dentre as tantas que compomos juntos, por ser a que mais me toca neste momento. 

A interpretação, nesta gravação, é do Paquito e do Joia.



MATES DE SAUDADES
 Letra: Léo Ribeiro
Música: Albino Manique
Interpretação: Paquito e Joia




 

SE FOI O ALBINO VELHO


Chegando agora da despedida derradeira ao Albino Manique. Não poderia ser diferente mas foi um momento de muito nostalgia, principalmente quando o gaiteiro Luciano Maia pegou a gaita do Albino e, acompanhado por sublime toque de violino, retrechou a música "saudade". 

Na ocasião eu comentava com o também gaiteiro Daltro Bertussi, que desceu a serra de Caxias, que o Albino, por tudo que fez, pelo legado que construiu e deixou, pelas alegrias que levou a cada rincão deste Rio Grande, merecia um número maior de pessoas lhe prestando o adeus final. O Daltro me falou que o velório de Paulinho Siqueira, acontecido recentemente, também foi assim. Penso que é a correria do dia a dia que rouba o tempo da gente até mesmo para momentos tão significativos. 

E para o mal dos pecados, ao chegar no rancho fiquei sabendo que o meu amigo João Antunes, poeta missioneiro lá da Bossoroca, morreu de um enfarto nesta madruga.

A coisa, este ano, anda osca.


   

     

quinta-feira, 25 de abril de 2024

 

FALECEU ALBINO MANIQUE 



Após algumas informações desencontradas com tristeza confirmamos, através de mensagem de seu irmão, que Albino Batista Manique, mais conhecido como Albino Manique, considerado um dos melhores acordeonistas do Rio Grande do Sul faleceu as 8.30h desta manhã (25) aos 80 anos de idade completados no mês passado. Ele estava internado no Hospital da PUC para tratamento de um câncer no pulmão.  

Albino Manique nasceu em São Francisco de Paula, RS, e suas composições foram inspiradas na sua infância com influências musicais de seu pai, que tocava gaita-ponto em festas populares da região, além de nomes como 
Pedro Raimundo, Osvaldinho e Zé Bernardes, Conjunto Farroupilha, os Irmãos Bertussi, Mário Zan, Luiz Gonzaga, Raul Barboza e Ernesto Montiel.

Por ser autodidata, valia-se das audições dos programas radiofônicos veiculados diariamente, que através da memorização e percepção, desenvolvia as composições. Ainda criança, ao lado de seu grande amigo Francisco Romeu Castilhos, o Chico, desceu a serra para apresentar-se no programa radiofônico o Grande Rodeio Coringa, onde ficaram conhecidos como Os Mirins, grupo que hoje tem mais de 60 anos de existência pontilhada de grandes sucessos.

Tive a honra de, além de ser seu conterrâneo, ter diversas letras musicadas por esse fraterno amigo. 

Vai com Deus, Albino Manique, alegrar com as suas vaneirinhas os encontros musicais do CTG Querência da Eternidade. 


 

POIS É....

ME LEMBREI DO PORCA VÉIA




Ontem cometemos um erro ao compartilhar um acontecimento inverídico sem buscar a fonte correta. Resignados e sentidos reconhecemos o equívoco e nos desculpamos (postagem abaixo). 

Hoje (25) bombeando a contracapa do jornal Zero Hora no quadro Já foi dito, aonde, a cada dia, é repassada uma mensagem através de frases que se tornaram célebres, nos deparamos com o seguinte escrito: "Os homens erram, os grandes homens confessam que erraram". Voltaire, filósofo francês (1694 1778).

Não me considero um grande homem mas, como dizia o Porca Véia, além dos tragos que tomo, confesso os tombos que levo. 



quarta-feira, 24 de abril de 2024

 

BARRIGA 

Barriga, dentro da linguagem jornalística, ocorre quando um profissional de imprensa divulga uma informação equivocada. Nos dias atuais as Barrigas acontecem com normalidade e até de formas propositais. São as chamadas fake News.

Não sou jornalista mas, por manter o presente veículo que é acessado diariamente por centenas e até milhares de pessoas, tento seguir os preceitos do bom jornalismo. Ocorre que, como humano que somos, por vezes falhamos neste sentido, ou seja, o de buscar a veracidade dos fatos antes de postar alguma informação.   

Hoje, influenciado por circulações de notícias sobre a morte do acordeonista Albino Manique, acabei compartilhando o fato e somente após a postagem consegui contato com os familiares sobre o acontecido. Ocorre que a notícia, graças a Deus, era falsa embora a gravidade da enfermidade do nosso querido gaiteiro serrano. 

Nos desculpamos e fica a lição. Desconfie sempre. 


 

     

 

PARABÉNS, 35 CTG


Foto: Léo Ribeiro 


CANTIGA  AO “35” CTG

- Pelo seu aniversário de fundação (24 de abril) -

(Léo Ribeiro)

 

Monumento de madeira

erguido ali na Ipiranga

de frente pr'aquela sanga

que corta avenida inteira.

És entidade pioneira

que vem cruzando estações

gerações pós gerações

mantendo nossos costumes,

servindo de trilha e lume

pros Centros de Tradições.

 

Esta sina madrinheira

vem lá dos tempos antigos

quando um grupo de amigos

se reuniu por vez primeira

trazendo a origem campeira

pras rodas de chimarrão.

Sem ter guarida ou galpão

a Farsul lhes deu um teto

e Antônio da Silva Neto

foi seu primeiro Patrão.

 

Desde então o que se vê

 é o esteio da cultura

 na sua forma mais pura

 transformada em CTG.

 Ali s'entende o porque

 que a gente, longe do pago,

 entre um amargo e um trago

 não sente tanta saudade.

 É o campo na cidade,

 é o abrigo do índio vago.

 

Quantos e quantos farranchos

 naquelas quartas gaudérias!?

 Rádios fazendo matérias

 ali, ao vivo, no rancho...

 Um trovador dava o "gancho"

 outro já vinha rinhando...

 Uns artistas versejando,

 outros dizendo poesias.

 Coisa para as Três Marias

 ficar lá em cima, bailando....

 

 Este é o Trinta e Cinco

 dos cantores, dos poetas,

 dos fundadores, uns profetas,

 dos que labutam com afinco.

 Do santa-fé e do zinco

 protegendo um relicário.

 Somos um só dentre vários 

 eu e tu e sendo assim

 é como fosse pra mim

 este teu aniversário!


Em função do aniversário do 35 CTG, através da Lei Estadual nº 11.929, de 20 de junho de 2003, na data de hoje também se comemora o Dia do Churrasco e o Dia do Chimarrão, comida e bebida símbolos de nosso Estado.



terça-feira, 23 de abril de 2024

 

Foto: Marcelo Cosma - Verso: Léo Ribeiro




 

ÚLTIMA PÁGINA

  



Vida que vai ficando... A encantada paisagem

e os entes que se amou. E as cousas que se quis.

Gestos de amigos leais. Femininos perfis

que deixaram num verso a enternecida imagem.


Dura viagem da vida... A romanceada viagem.

De instante a instante. Aqui e além. Triste ou feliz. 

Com inscrições de bronze e legendas a giz

no roteiro incolor da efêmera passagem.


Poema: Aureliano de Figueiredo Pinto

Gravura: Marciano Schmitz



segunda-feira, 22 de abril de 2024

 

PEÃO FARROUPILHA É DE SANTA MARIA 


Peões Farroupilhas 2024-2025


Fonte: Blog Tradição, Folclore e Cultura Gaúcha / Rogério Bastos

Após três dias de intensa programação, foram conhecidos os representantes masculinos jovens da cultura gaúcha eleitos para o mandato 2024-2025. A festividade foi realizada na região Missioneira, contando com parte das atrações em Entre-Ijuís e outra parte em Santo Ângelo. O 35º Entrevero Cultural de Peões, foi realizado nos dias 18, 19 e 20 de abril.

Desde o início do processo, estiveram envolvidos cerca de 2 mil participantes nas categorias categorias Piá (mirim), Guri (juvenil) e Peão (adulto). Os competidores foram avaliados em conhecimentos históricos e geográficos, habilidades artísticas e conhecimento e desenvoltura nas lides campeiras.

A gestão é composta por nove peões (três em cada categoria). Ao longo do próximo ano, eles têm a responsabilidade de representar o movimento tradicionalista, fomentando a disseminação da cultura, ministrando palestras e marcando presença em eventos oficiais.

"O Entrevero Cultural de Peões é uma tradição importante e uma oportunidade dos concorrentes mostrarem sua dedicação e paixão pelas tradições do nosso estado", afirma a presidente do MTG, Ilva Maria Borba Goulart.

O sábado, último dia da programação, foi marcado por demonstrações práticas aplicadas em Santo Ângelo. As Provas Campeiras, que iniciaram às 8h30min no Parque de Exposições Siegfried Ritter, reuniram competidores e espectadores que mostraram suas habilidades aos julgadores. O dia culminou com um jantar no GTF Cel Aparício Borges, seguido pelo Fandango e divulgação dos resultados no Salão da Comunidade Luterana São Paulo, na Esquina Gaúcha, onde o Grupo Bem Campeiro animou a celebração.

Matheus da Cunha Goggia Neves, do DTG Noel Guarani, de Santa Maria, foi escolhido o Peão Farroupilha

Confira os eleitos:

Categoria: PIÁ

1º Matheus Guiotto Vieira 9a RT - GF Chaleira Preta - Ijuí

2º Pedro Barboza das Neves 6o RT - CCN Sentinela do Rio Grande - Rio Grande

3º Enzo Gustavo Madalóz Romansin 7o RT - CTG Manoel Teixeira - Tapejara 

Categoria: GURI

1º Kauan de Melo Zambruski 11o RT - CTG Querência do Prata - Nova Prata

2º Arthur Portella Martins 17a RT - 35 CTG - Palmeira das Missões

3º Henrique Gehres Moraes 1a RT - CTG Aldeia dos Anjos – Gravataí 

Categoria: ADULTO

1º Matheus da Cunha Goggia Neves 13a RT - DTG Noel Guarani - Santa Maria

2º Thiago Rodrigues Miranda 6a RT - CCN Sentinela do Rio Grande - Rio Grande

3º Luiz Cassol Ferrigo 11a RT -  CTG Os Desgarrados – Guaporé






 

QUE TAL UM ASSADO DE JACARÉ? 




Nós, aqui pelo Sul, apreciamos um bom churrasco de gado, de ovelha, mas jacaré é uma iguaria que não faz parte de nosso cardápio. Isto é, não fazia. 

Esse assado inusitado exalou seu cheiro no Parque da Harmonia, na Capital, no último sábado, 20, por ocasião da 2ª edição do Expochurrasco. Em 42 estações montadas cerca de 5 mil pessoas puderam degustar carnes de mais de 10 países e a cultura do churrasco de 16 Estados. A estimativa é de que 8 toneladas de carnes foram consumidas. 

Chamou a atenção a banca que assava um búfalo inteiro e, dentre, bovinos, ovinos, suínos, bubalinas, aves e pescados, paella venezuelana, mollejas uruguaias, era servido a carne de jacaré. 

Bom proveito. 

         


 

CAVALGADA DE SÃO JORGE 





A Cavalgada de São Jorge ou Cavalgada da Tala como também é conhecida aconteceu ontem, 21, em sua 30ª edição, na zona sul da capital. Sob a coordenação do Templo Universal da Paz Pai Francisco de Luanda - Mestre Tala - a movimentação começou cedo e tomou conta de ruas e avenidas do Bairro Belém Novo.  

São Jorge é o orixá Ogum nas religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé. O evento nasceu por causa de um acidente com cavalo. É o que conta João Diógenes Meira, o médium que participa vestido de São Jorge. 

- Eu tenho uma cabanha, e a filha de um funcionário levou um coice na cabeça, ficou muito mal. Ele fez uma promessa e nós fomos a cavalo até a Igreja São Jorge. Ela ficou bem e hoje é veterinária. E foi assim que começou.

O movimento percorre cerca de 16 quilômetros entre os bairros Belém novo e Lami onde chegam ao Castelo Sagrado do Pai Ogum. O evento faz parte do calendário oficial de Porto Alegre.     


domingo, 21 de abril de 2024

 

QUEM FOI TIRADENTES?


VOCÊ SABIA QUE TIRADENTES TAMBÉM FOI TROPEIRO?



“Tiradentes” era o apelido atribuído a Joaquim José da Silva Xavier, que ficou famoso por ser um dos líderes da Inconfidência Mineira e por ter sido o único, entre os inconfidentes, a receber a pena capital, isto é, a pena de morte, pela forca.
Nascido em 12 de novembro de 1746, na então Capitania de Minas Gerais, durante o Brasil Colonial, Joaquim José desempenhou várias profissões. Entre elas, estava a de dentista amador, por isso foi apelidado como Tiradentes. Além de dentista, Tiradentes também tentou a sorte como tropeiro (condutor de tropas de animais, transportadoras de mercadorias), minerador e mascate (mercador ambulante), mas fracassou em todas. A única profissão que lhe rendeu estabilidade foi o posto de alferes – patente abaixo da de tenente – da cavalaria de Dragões Reais de Minas, a força militar atuante na Capitania de Minas Geras e subordinada à Coroa Portuguesa.
Tiradentes, apesar de não ser um intelectual, interessava-se por escritos políticos, como as leis constitucionais dos Estados Unidos, país que havia conquistado a sua independência em 1776, quando o alferes tinha 30 anos de idade. Os interesses políticos de Joaquim José da Silva Xavier aos poucos foram se divergindo dos interesses de outros habitantes de Vila Rica, que era o centro da atividade mineradora do Brasil na época. Intelectuais como Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga, ambos poetas e conhecedores das ideias filosóficas do Iluminismo Francês, foram algumas das personalidades importantes com as quais Tiradentes se juntou com o objetivo de retirar do poder o então Governador da Capitania de Minas Gerais, nomeado pela Coroa Portuguesa, Visconde de Barbacena. Mas qual era o motivo para tal revolta?
O motivo principal que animava Tiradentes e os outros envolvidos na Inconfidência a se levantarem contra o governo de Visconde de Barbacena e o Império Português era a constante retirada das riquezas da região por meio de impostos excessivos. Do ouro produzido na Capitania de Minas de Gerais, a Coroa Portuguesa cobrava o chamado quinto, isto é, o equivalente a cerca de 20% do total extraído. Ocorreu que, a partir da década de 1760, a extração de ouro regrediu consideravelmente, mas não o valor do imposto. A taxa do quinto continuou a ser exigida dos mineradores locais, e o governador Barbacena, para fazer valer a lei, chegava até a impor agressões físicas.
O problema agravou-se mais ainda quando, para reverter a margem defasada dos quintos recolhidos, a Coroa Portuguesa autorizou a implementação da chamada derrama. A derrama obrigava os mineradores a cobrirem com suas posses, isto é, tudo aquilo que lhes pertencia como objeto de valor, o que faltava na quantia do quinto. Isso significava que o rombo provocado no pagamento do imposto à Coroa, resultante do declínio da mineração, acabou tendo que ser pago com outras formas de obtenção de dinheiro, como pedágios cobrados sobre o uso das estradas, escravos etc. Todos eram forçados a pagar a derrama.
A conspiração dos inconfidentes começou a ser preparada em 1788 para que as ações passassem a se realizar no ano seguinte. Tiradentes, por sua personalidade agitada, ficou conhecido como o mais radical dos inconfidentes, como diz o pesquisador Lucas Figueiredo, em seu livro Boa Ventura! A corrida do ouro no Brasil (1697-1810): 
“Um radical entre moderados, um franco entre dissimulados, ele defendia – publicamente e em qualquer lugar (de bordéis a residências de ricos mercadores) – uma revolução que tornasse Minas Gerais independente de Portugal. ''Era pena'', dizia o alferes, ''que uns países tão ricos como estes [as Minas Gerais] estivessem reduzidos à maior miséria, só porque a Europa, como esponja, lhe estivesse chupando toda a substância''”.
Tiradentes chegou a tramar a morte de Visconde de Barbacena, e isso só não foi concretizado porque Barbacena, por meio da confissão de um dos inconfidentes, José Silvério dos Reis, desmantelou a trama e prendeu todos os envolvidos.
Presos, muitos dos inconfidentes, temendo severas punições, não confessaram seus crimes. O único a fazê-lo foi Tiradentes, que, por isso mesmo, recebeu a pena mais dura, em um processo transcorrido na cidade do Rio de Janeiro, que só teve fim em 21 de abril de 1792. Tiradentes foi “enforcado, decapitado e esquartejado. Para que os súditos da Coroa nunca se esquecessem da lição, a cabeça de Tiradentes foi encravada num estaca e exposta em praça pública em Vila Rica, e seus membros, espalhados pela estrada que levava ao Rio de Janeiro.”
Vale notar que, tanto no período imperial quanto no período republicano, a imagem de Tiradentes passou a ser tomada como um ícone da liberdade e da independência do Brasil, como um herói da nação. Essa imagem foi constantemente reforçada por pinturas e monumentos (como a instalação do primeiro monumento dedicado a ele na cidade de Ouro Preto, em 1867). No ano de 1965, já na primeira fase do Regime Militar no Brasil, o marechal Castelo Branco, então presidente da República, contribuiu para o reforço dessa imagem de Tiradentes, sancionando a Lei Nº 4. 897, de 9 de dezembro, que instituía o dia 21 de abril como feriado nacional e Tiradentes como, oficialmente, Patrono da Nação Brasileira.

sábado, 20 de abril de 2024

 

CAMINHO DAS MISSÕES


Ruínas de São Miguel 


Os Caminhos de Santiago são os percursos dos peregrinos que afluem a Santiago de Compostela desde o século IX para venerar as relíquias do apóstolo Santiago Maior, cujo suposto sepulcro se encontra na catedral de Santiago de Compostela. A peregrinação foi uma das mais concorridas da Europa medieval, cuja importância só era superada pela Via Francigena com destino a Roma e Jerusalém, sendo concedida indulgência plena a quem a fizesse. 

Depois de vários séculos relativamente esquecida, desde os anos 1980 que a popularidade da peregrinação tem crescido substancialmente, embora grande parte das pessoas que fazem o Caminho atualmente não o façam por motivos religiosos. O Caminho tornou-se um itinerário espiritual e cultural de primeira ordem, que é percorrido por dezenas ou centenas de milhares de pessoas todos os anos. Foi declarado Primeiro Itinerário Cultural Europeu em 1987 e Património da Humanidade (na Espanha em 1993 e na França em 1998). 

O Caminho das Missões seria uma versão sul-americana do Caminho de Santiago de Compostella. Na verdade o Caminho das Missões já foi tentado de diversas formas e trajetos sem nunca firmar-se como tal. Os prefeitos dos 26 municípios da região e o Secretário de Turismo do Estado, Luiz Fernando Rodrigues Junior, que acompanha o Governador Eduardo Leite em sua viagem a Europa e no encontro com o Papa Francisco, sonham com a concretização deste projeto.

Para popularizar esta rota, a expectativa é de que o Papa conceda uma indulgência, espécie de certificação de que esse é um caminho de turismo religioso. O tema foi assunto no jantar oferecido pelo embaixador Renato Mosca com diversas autoridades que acompanham a comitiva do governador. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e as conferências episcopais dos demais países do Mercosul tem de aprovar tal indulgência, o que requer um trabalho articuloso junto a estas entidades.   

     



sexta-feira, 19 de abril de 2024

 



Acontece amanhã, 20, em Porto Alegre, mais uma edição do ExpoChurrasco, o Festival Internacional do Churrasco. O evento vai realizar-se no Parque da Harmonia e a promessa é de reunir mais de 300 assadores de diversas partes do Brasil em mais de 40 locais de assados. 

Além de farta gastronomia o evento contará com espetáculos musicais e atrações como uma tirolesa em realidade virtual, espaços Kids e mostra de carros antigos.

Maiores informações e ingressos poderão ser adquiridos em: expochurrasco.com.br 


 

DIA DO ÍNDIO OU DIA DE ÍNDIO? 


ANTIGAMENTE ERA ASSIM...



...MAS HOJE EM DIA É ASSIM!

Foto: Léo RS 



Como diz a letra da bela canção interpretada por Gilberto Gil, "todo dia era dia de índio, mas hoje eles só tem o dia 19 de abril".

Realmente, quem primeiro chegou em nossas terras, quem andejava livre, irmãos do vento, filhos das matas, dos poucos que restaram, dizimados pelas doenças do homem branco, escravizados pelos bandeirantes ou exterminados nas carnificinas como a Guerra Guaranítica, onde Espanha e Portugal uniram-se para banir o povo de Sepé Tiarajú do sul do continente, isto depois de já terem seus hábitos "domesticados" pelos senhores de batina e cruz no peito, pouco restou.

Restou a vergonha de ver mulheres índias, ainda novas, com um monte de filhos, disciplinados, pois passam o dia sentados no mesmo local, sem chorar, sem pedir brinquedos, a clamar, com seu olhar, por uma moeda.

Apesar das perseguições sofridas no período que habitaram o território gaúcho, os índios cultivaram hábitos que acabaram se perpetuando no cotidiano do povo do Rio Grande do Sul como o chimarrão e o fogo de chão. Além disso, o aipim, a farinha de mandioca, a abóbora, a batata-doce, são ingredientes da culinária indígena que acabaram fazendo parte da alimentação gaúcha, além é claro da língua guarani incorporada ao dialeto do povo do sul.

Resta, neste dia, que nossas autoridades, não só políticas, mas também tradicionalistas, voltem seus olhos para o abandono destes primeiros habitantes do Rio Grande do Sul que hoje são castigados pelas doenças, pela fome, pela prostituição.

Andem até o município de Rolante, de Maquiné, pelos beirais das estradas que levam ao sul do Estado, aqui mesmo na volta da capital, no Morro do Osso, e façam alguma coisa pelo que restou de uma raça.


quinta-feira, 18 de abril de 2024

 

PALESTRA SOBRE JAYME CAETANO BRAUN


Cândido Brasil

O poeta Cândido Brasil, presidente da Estância da Poesia Crioula (sociedade literária que compõe a Comissão Estadual dos Festejos Farroupilhas 2024), membro do Piquete Fraternidade Gaúcha e meu Irmão da Loja Maçônica Gaúchos Templários, a pedido da Comissão Municipal dos Festejos Farroupilhas de Porto Alegre ministrou uma importante palestra às entidades que desejam fazer parte do Acampamento Farroupilha da capital nas festividades de setembro, tudo com o intuito de municiá-los com informações sobre a temática deste ano, ou seja, o centenário de nascimento do pajador Jayme Caetano Braun, preparando-os para os projetos que cada entidade deve apresentar.

O teatro Renascença recebeu um grande e atento público. Após a palestra Cândido Brasil ainda ficou mais de hora atendendo às diversas solicitações sobre vida e obra do Tronco Missioneiro, com fatos que até mesmo eu (Léo Ribeiro), um fã de Jayme, desconhecia.      

um grande público se fez presente






FUNDAÇÃO SÃO JOÃO 
ABRE CAMPANHA DO AGASALHO






 

quarta-feira, 17 de abril de 2024

 

VALEU MATTEUS


Sem pacholices ou pataquadas, sem o ufanismo de compará-lo a um herói farroupilha, podemos dizer que o Matteus Amaral Vargas, o Alegrete, mandou bem em sua participação no Big Brother que findou ontem. 

Foi o que é em sua vida aqui fora, ou seja, uma pessoa simples, humilde, educada, emotiva, parceira, coisas raras no mundo em que vivemos. 

Ocorre que ninguém vence um Reality Show direcionado para as brigas, polêmicas e arranca-rabos, tendo um comportamento harmonioso da estirpe do Matteus. O povo quer ver sangue. 

Com certeza a cidade de Alegrete vai recebê-lo com as honrarias merecidas pois nunca, em tempo algum apesar ser berço de grandes nomes da história rio-grandense, Alegrete teve tanta evidência na mídia como agora. Se bem aproveitado pela governança pode tornar-se um "garoto propaganda" do município. 

Quanto a nós devemos agradecê-lo por ter mostrado, a seu modo, um pouco de nossa cultura a nível nacional em uma emissora que, tal como todas as demais, tem seus olhos voltados, culturalmente falando, do Paraná para cima. 


        

terça-feira, 16 de abril de 2024

 

NOSTALGIA 


Gravura de Vasco Machado


Jamais retorne a um lugar em que você foi feliz. 
O tempo não será o mesmo. 
Guarde-o na lembrança. 




segunda-feira, 15 de abril de 2024

 

Matteus Amaral Vargas


Não sou muito fã destes Reality Shows tipo Big Brother, A Fazenda e similares. Tem um até que se chama Largados e Pelados.  

Penso que são programas direcionados sempre com o intuito de encher as tuias, as guaiacas das emissoras através de merchandising, de acessos na internet, de número de telefonemas e tudo mais que o valha em se tratando de arrecadação. 

Na verdade tirando os noticiosos pouco tenho visto na televisão aberta. 

Contudo não se pode ignorar, dar uma de avestruz em relação a repercussão que vem tendo o gaúcho de Alegrete (ou do Alegrete) Matteus Amaral Vargas, 27 anos. Além de promover um viés da cultura gaúcha ele me parece um cara sincero, não faz um personagem como tantos outros concorrentes da "casa mais vigiada do Brasil". Um homem que se emociona ao rever seu cavalo extravasa autenticidade. Além disso tem orgulho de seus costumes.   

Ele é um dos três finalistas do concorrido programa global e faço torcida para que ganhe o cobiçado valor da premiação. 

Alguém me ensina como se vota que vou ajudar o Matteus a voltar para sua terra com uns trocados a mais no bolso da bombacha. Ele merece. 


        

domingo, 14 de abril de 2024

 

ESCOLHIDA IDENTIDADE VISUAL 

DOS FESTEJOS FARROUPILHA 2024


Comissão Estadual dos Festejos Farroupilhas 2024
Foto: Solange Brum/Ascom Sedac

Pelo quarto ano consecutivo faço parte da Comissão Estadual dos Festejos Farroupilhas, mescla de entidades da sociedade gaúcha que tem a missão de nortear os rumos das comemorações de nossa data mais importante, ou seja, o vinte de setembro. Nos três primeiros anos representei o Piquete Fraternidade Gaúcha, da Maçonaria, e nesta ocasião estou a serviço da Estância da Poesia Crioula. 

Em nossas reuniões já deliberamos sobre as escolhas do Patrono (Pedro Ortaça) e a temática (Centenário de Nascimento de Jayme Caetano Braun). Esta semana escolhemos a identidade visual que vai acompanhar todas as atividades oficiais. Agora só está faltando escolher a Música Tema. 

O Presidente da EPC, Cândido Brasil, está com um livro sobre Jayme Caetano Braun já no prelo, pronto para ser lançado. O autor buscou informações sobre o pajador na fonte e seu trabalho em muito tem facilitado ao discorrermos sobre a temática e a sequente divulgação para escolas e Centros de Tradições.   

A identidade visual (abaixo) foi criada por Cintia Matte Ruschel que, através de arte em aquarela procurou recriar o ambiente missioneiro aonde Jayme (e o próprio Pedro) foi criado.     

Identidade Visual dos Festejos Farroupilhas 2024
Cintia Matte Ruschel









sábado, 13 de abril de 2024

 

LAÇADORES RIO-GRANDENSES

Vistos pelo alemão Herrmann Wendroth


 

Alguns anos depois de terminada a Guerra dos Farrapos (1835-1845), o Império do Brasil arregimentava tropas para reforçar o exército nas fronteiras Sul. Uma das preocupações era enfrentar Juan Manuel Rosas, o ditador argentino cujas intenções expansionista assustavam os vizinhos. Entre os mercenários contratados na Alemanha pelo governo brasileiro, chegou ao Rio Grande do Sul em 1851 o alemão Herrmann Rudolf Wendroth. Boêmio, beberrão, esse alemão acabou preso em Pelotas e, logo, revelou sua verdadeira e talentosa vocação: a pintura.

Como desenhista, pintor e agudo observador, Wendroth deixou uma obra fascinante, mostrando como era o Rio Grande do Sul urbano e rural do século 19. A coleção de pinturas d Wendroth, pertencentes ao acervo da Princesa Isabel, foi impressa pelo governo do Estado RS em 1982. A reprodução desta página é uma amostra de como esse pintor-mercenário retratou a vida e o trabalho dos gaúchos. Morreu, provavelmente em Porto Alegre, em 1860.



sexta-feira, 12 de abril de 2024

 

CHICO DIABO GANHA LIVRO


Capa do Livro

Por: Ricardo Chaves/Jornalista

O Cabo José Francisco Lacerda, apelidado de Chico Diabo, se notabilizou durante a Guerra da Tríplice Aliança por ter enfiado uma lança na barriga de Solano López, o "Mariscal", presidente do Paraguai e principal inimigo das forças aliadas de Brasil, Argentina e Uruguai. 

Chico Diabo nasceu em Camaquã, RS, e aos 17 anos alistou-se na cavalaria rio-grandense comandada por Joca Tavares. O cabo gaúcho participou do conflito internacional em dois momentos. No inverno de 1865 juntou-se às tropa que expulsou os invasores paraguaios de Uruguaiana. Mais tarde, no início de 1867, estava entre aqueles que, comandados pelo general Osório, no 3º corpo do Exército, marcharam para reforçar os batalhões que lutavam em terras paraguaias. 

Chico Diabo combaeu na linha de frente. Peleou em Humaitá, Piquissiri, Itororó, Angostura, Lomas, Valentina e Avai, quando as cargas dos lanceiros gaúchas foram decisivas. Ele também acompanhou a tomada de Assunção, capital paraguaia, por Caxias. 

Depois partiu para o confronto em Peribebuí e Campo Grande, até chegar a Cerro Corá. Sempre junto a Joca Tavares, o Cabo Lacerda foi um dos milhares de soldados anônimos que lutaram no Paraguai. Muitos tombaram longe da pátria deixando por lá seus ossos. 

Nosso personagem adquiriu protagonismo ao integrar o destacamento Corrêa de Câmara, que, já quase no final da guerra, sendo um pelotão de elite, perseguiu a última força de Solano Lopez pelos sertões guaranis. 

A fama de Chico Diabo veio ao furar o abdome do Mariscal em Cerro Corá. Não consta que tenha se ferido ou adoecido durante as refregas. Enfrentou a fome, os ataques de insetos, uma epidemia de cólera, a malária, as ciladas do Gran Chaco, as balas dos canhões e as espadas dos inimigos. 

Ao retornar ao Brasil morreu subitamente  em Bagé, aos 45 anos, em circunstâncias misteriosas. Por muito pouco seus restos mortais não desapareceram. 

O livro Chico Diabo o Cabo Francisco Lacerda (Martins Livreiro/Edigal, 164 págs, R$ 50), de autoria do jornalista e mestre em história Nilson Mariano, é mais uma obra desse escritor que se dedica a pesquisar personagens quase obscuros, mas importantes da nossa história. 

         


quinta-feira, 11 de abril de 2024

 

ENQUANTO MUITOS DISCUTEM

 TENTANDO MUDAR A OPINIÃO DE OUTROS


 


 

 

AEROPORTO INTERNACIONAL 

É PARA OS FRACOS 




Lá nas Contendas, local onde nasci, berço de gaúchos tauras, nosso campo de aviação além de ser curto como coice de porco, é torto igual a mim que ando rengueando de uma perna. Além disso tem um declive no meio. O índio tem que ser braço na boleia de um aeroplano para aterrissar na legendária Contendas.




quarta-feira, 10 de abril de 2024

 

DOZE ANOS SEM BEREGA 


Hoje está completando 12 anos que demos o último adeus ao artista Berega. Assim noticiamos sua partida em nosso site, naquela data:   


TERÇA-FEIRA, 10 DE ABRIL DE 2012

MORREU O GRANDE ARTISTA BEREGA

"A família de Berega tristemente informa a seus parentes, amigos, fãs e admiradores que o nosso querido artista faleceu hoje (dia 09), em Uruguaiana. O sepultamento será amanhã, dia 10/04, as 15hs. Quando possível serão dados maiores detalhes. Agradecemos desde já as preces que tem sido dadas nesta longa jornada da sua enfermidade.


QUEM FOI BEREGA 




Luiz Alberto Pont Beheregaray, conhecido por Berega, nasceu em 26 de maio de 1934 em Uruguaiana, Rio Grande do Sul, Brasil, e faleceu em 09 de abril de 2012, na mesma cidade.

Desenvolveu seu gosto e talento pelo desenho ainda na infância mas somente passou a trabalhar profissionalmente como artista plástico no início da década de 70. Sua temática foi recorrente às impressões da cultura de sua terra, sua região e suas impressões de sua infância em meio ao pampa gaúcho: sua gente, sua cultura e suas coisas e o inseparável cavalo. Neste quesito, rompeu fronteiras e o retratou em inúmeras raças, nos infinitos movimentos, usos, culturas e esportes.

Uma das marcas registradas do Berega foi as suas "folhinhas", os disputados calendários da Ipiranga onde, a cada ano, ele expressava na forma de desenho o dia-a-dia do viver interiorano. 

Para minha imensa alegria, certa feita, meados da década passado, ao chegar de uma cavalgada na cidade de Tramandaí, um amigo que eu só conhecia via internet, meu querido Rui Gressler, me aguardava com toda a sua coleção e me brindou com essa verdadeira relíquia a qual estou emoldurando e quero colocar no meu galpão Aconchego dos Gaudérios, lá em São Chico de Paula. 


Adão Bueno, este blogueiro, Rui Gressler  
e sua coleção de "folhinhas" do Berega

Pois não é que mais recentemente outro amigo me presenteou com mais um lote destes preciosos documentários do filho de Uruguaiana!? Trata-se de meu conterrâneo Flavio Camilo, atualmente residindo em Novo Hamburgo. 

Quanta honra para mim ser merecedor de regalos tão importantes. Mil gracias, companheirada. 

Abaixo apenas alguns dos diversos flagrantes que o eterno Berega captou com sua sensibilidade inigualável e que agora chegam as minhas mãos.