RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
VEM AÍ O 32º RONCO DO BUGIO. Dias 30 de agosto e 1 de setembro no CTG Rodeio Serrano, em São Francisco de Paula. Gravura: Léo Ribeiro

sábado, 21 de junho de 2025

 

AQUI ESTOU SENHOR INVERNO

 

Foto: Sylmo Anderson


O Inverno teve início no dia de hoje, 21 de junho, e termina em 23 de setembro com o equinócio da primavera.
No hemisfério Sul o inverno caracteriza-se pelas temperaturas baixas, dias mais curtos e noites mais longas.
As regiões Sudeste e Sul do país são as mais marcadas pelas características típicas do inverno, sendo que no restante do Brasil as temperaturas são mais equilibradas, com pouca variação térmica.
Solstício de Inverno
O começo do inverno é marcado pelo evento astronômico conhecido por Solstício de Inverno, ou seja, o período em que o hemisfério Norte está mais inclinado para o sol.
O solstício de inverno é chamado de solstício de verão no hemisfério Norte, marcando o começo da estação mais quente do ano nos países que ficam acima da linha do equador.
Equinócio de Setembro: fim do inverno no Brasil
O fim do inverno é também marcado por outro fenômeno astronômico: o equinócio de setembro, período quando o sol incide com maior intensidade nas regiões próximas à linha do Equador. No Brasil e em todo o hemisfério Sul, o equinócio acontece em 23 de setembro, marcando o fim do inverno e começo da primavera.
No equinócio, o dia tem a mesma duração no hemisfério Norte e no hemisfério Sul.

AQUI ESTOU SENHOR INVERNO 
Aureliano de Figueiredo Pinto 

Já sei que chegas, Inverno velho!
Já sei que trazes - bárbaro! O frio
e as longas chuvas sobre os beirais.
Começo a olhar-me, como em espelho,
nos meus recuerdos... Olho e sorrio
como sorriram meus ancestrais.

Sei que vens vindo... Não me amedrontas!
Fiz provisões de sábias quietudes
e de silêncios - que prevenido!

Vão-se-me os olhos nas folhas tontas
como simbólicos ataúdes
rolando ao nada do teu olvido.

Aqui me encontras... Nunca deserto
do uivo dos ventos e das matilhas
de angústias vindo sem parcimônias.
Chega ao meu rancho que estou desperto:
- sou veterano de cem vigílias,
sou tapejara de mil insônias.

Aqui estarei... Na erma hora morta,
junto da lâmpada, com que sonho,
não temo estilhas de funda ou arco.
Tuas maretas de porta em porta,
os teus furores de trom medonho
não trazem pânico ao bravo barco.

Na caravela ou sobre a alvadia
terra do pampa - cerros e ondas
meu tino e rumo não mudarão.
No alto da torre que o mar vigia,
ou, sem querência, por longas rondas,
não me estrangulas de solidão.

Tua estratégia de assalto e espera
conheço-a muito, fina e feroz:
de neve matas; matas de mágoa;
derramas nalma um frio de tapera;
nanas ausências a meia voz
e os olhos turvos de rasos d'água.

Comigo, nunca... Se estou blindado!
Resisto assédios, que bem conduzes,
no legendário fortim roqueiro.
Brama as tuas fúrias de alucinado!
- Fico mais calmo que as velhas cruzes
braços abertos para o pampeiro.

Os meus fantasmas bem sei que animas
para, num pranto de vãs memórias,
virem num coro de procissão
trazer-me o embalo de velhas rimas.
- À intimidade dessas histórias
tenho aço e bronze no coração.

Então soluças pelas janelas,
gemes e imprecas pelos oitões,
galopas louco sobre as rajadas,
possesso, ululas entre procelas.
E ébrio, nas noites destes rincões
lampejas brilhos de punhaladas.

Inútil tudo! Vê que estou firme.
Nenhum receio me turba o aspeto,
nenhuma sombra me nubla o olhar.
Contigo sempre conto medir-me
frio, impassível, bravo e correto
como um guerreiro que ia a ultramar.

Reconciliemo-nos, velho Inverno!
Nem és tão rude! Tão frio não sou...
Venha um abraço muito fraterno.
Olha...
Esta lágrima que rolou
não a repares...
É de homenagem
a alguém que aos céus se fez de viagem,
e nunca... nunca! Nunca mais voltou...



sexta-feira, 20 de junho de 2025

 


10ª TERTÚLIA MAÇÔNICA 

DA POESIA CRIOULA





REGULAMENTO 

DOS OBJETIVOS

A Tertúlia Maçônica da Poesia Crioula, promovida e organizada pelo Piquete Fraternidade Gaúcha (braço tradicionalista do Grande Oriente do Rio Grande do Sul), é um festival que tem por objetivo integrar através da arte os membros da Ordem Maçônica com os demais vates, recitadores, músicos, enfim, cultores da seara regionalista de nosso Estado. A proposta do evento é preservar e divulgar o folclore e os costumes nativos do Rio Grande do Sul.

Por sua importância no cenário cultural Rio-grandense, sendo o único festival poético/musical de viés gauchesco da capital, tal sarau telúrico foi incluído no Calendário de Eventos da Cidade de Porto Alegre. 

DA PARTICIPAÇÃO

Art. 1º - A 10ª Tertúlia Maçônica da Poesia Crioula será dividida em duas linhas específicas.

a) Linha Maçônica. Os poetas participantes desta categoria deverão ser Maçons Ativos, vinculados a uma Potência Regular e Reconhecida. Esta regularidade não se aplica ao trabalho de palco, ou seja, aos declamadores e amadrinhadores maçons.

b) Linha Não Maçônica. Esta categoria é livre não existindo a obrigatoriedade do item A deste artigo.

Art. 2º - As Linhas citadas no Art. 1º não concorrerão entre si.

Art. 3º - Os poemas concorrentes deverão ser inéditos (não editados ou gravados em livros e CDs). 

DA TEMÁTICA

Art. 4º - A temática para as duas linhas deverá versar sobre os costumes, a cultura, a história, o regionalismo, as tradições de nosso Estado.

Parágrafo Único: Para a Linha Maçônica os poemas poderão ser acrescidos de focos inerentes a Maçonaria.

Art. 5º - Haverá um prêmio para o MELHOR TEMA MAÇÔNICO.

Art. 6º - O prêmio ao Melhor Tema Maçônico está aberto para as duas Linhas pois interessa a Ordem Maçônica a visão do mundo sobre a Instituição. 

DA INSCRIÇÃO

Art. 7º - As inscrições acontecerão exclusivamente pelo e-mail  tertulia@fraternidadegaucha.com.br com o envio da poesia e a respectiva ficha de inscrição (impressa no final deste regulamento). 

Art. 8º - Cada autor poderá inscrever o máximo de 03 (três) poemas.

Parágrafo único -  Caso as inscrições por autor ultrapasse o número estipulado no artigo anterior, a Comissão vai considerar como válidos os três primeiros poemas inscritos. 

DOS PRAZOS

Art. 9º -  O prazo limite para o envio das poesias será o dia 31 de julho de 2025. 

DA CLASSIFICÇÃO

Art. 10º - Serão classificados 10 poemas sendo cinco de cada linha (maçônica e não maçônica). 

DA AJUDA DE CUSTO E PREMIAÇÕES

Art. 11º - Cada poema classificado receberá, a título de ajuda de custo, ao final de sua apresentação, o valor de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais). 

Art. 12º - Receberão troféus alusivos para cada Linha do Festival:

Primeiro Lugar (Conjunto da Obra)

Segundo Lugar (Conjunto da Obra)

Melhor Poesia

Melhor Declamador

Melhor Amadrinhador 

Parágrafo Único: O MELHOR TEMA MAÇÔNICO e a MELHOR INDUMENTÁRIA também farão jus a um troféu. 

DA APRESENTAÇÃO

Art. 13º - Os dez poemas classificados deverão subir ao palco no local, data e hora aprazados.

Parágrafo único - As apresentações ocorrerão no dia 27 de setembro  de 2025, às 18h, no Teatro do SESC, av. Alberto Bins nº 665, no Centro Histórico de Porto Alegre.

Art. 14º - Cada declamador poderá defender no máximo um poema. O amadrinhador poderá subir ao palco duas vezes.

Art. 15º - O declamador e o amadrinhador da Linha Maçônica deverão pertencer a Ordem Maçônica não sendo necessário, no entanto, estarem em situação Ativa em suas Oficinas. 

DA FILMAGEM E PUBLICAÇÕES DE IMAGENS 

Art. 16º - Na data do evento, além dos meios de comunicação do Grande Oriente do Rio Grande do Sul (GORGS), somente poderão realizar transmissões, filmagens, fotos e outros, os veículos de comunicação previamente autorizados; 

Art. 17º - Fica proibida a publicação de filmagens, imagens e outros em canais de comunicação próprios ou de terceiros sem a previa autorização do GORGS; 

Parágrafo único: A prévia solicitação de autorização deverá ser realizada via e-mail diretamente ao departamento de comunicação do GORGS, e este poderá autorizar, ou não em um prazo de 30 (trinta) dias. 

Art. 18 – Os artistas participantes da tertúlia, possuem autorização expressa do GORGS, para realizarem a publicação de suas poesias e declamações, desde que mantenha as propriedades da filmagem, sem realização de montagens descaracterizando o vídeo, ou ocultando a imagem do produtor do evento; 

Parágrafo Único: Nas filmagens, e imagens utilizadas deverá constar e, citar na descrição do vídeo que a tertúlia é produzida e, organizada pelo GORGS através de seu braço cultural Piquete Fraternidade Gaúcha. 

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 19º - Todo concorrente com poema selecionado na 9ª Tertúlia Maçônica da Poesia Crioula estará automaticamente cedendo aos promotores os direitos de comercialização dos trabalhos inscritos e autorizando a gravação em CD e/ou DVD.

Parágrafo único: Todos os participantes que subirem ao palco estarão automaticamente cedendo seus direitos de imagem ao evento.  

Art. 20° - Quaisquer dúvidas a respeito do evento ou deste Regulamento poderão ser sanadas pelo fone (51) 991245851 com Léo Ribeiro de Souza, Diretor Cultural do Piquete Fraternidade Gaúcha e Coordenador Geral da TERTÚLIA MAÇÔNICA DA POESIA CRIOULA.

 

COMISSÃO ORGANIZADORA

 

PRESIDENTE DE HONRA:

Marcus Vinícius Bortolotto

Grão-Mestre do GORGS

 

VICE-PRESIDENTE DE HONRA:

Cássio Fernando Willrich

Grão-Mestre Adjunto do GORGS

 

PRESIDENTE:

Charles Torres Zanchet

Patrão do Piquete Fraternidade Gaúcha

 

COORDENADOR GERAL:

Léo Ribeiro de Souza

Diretor Cultural do Piquete Fraternidade Gaúcha

 

REALIZAÇÃO

FRATERNIDADE GAÚCHA

Grupo Tradicionalista e Piquete 


APOIO

Mérito Propaganda 

 

INSCRIÇÕES

 

 

FICHA DE INSCRIÇÃO

 

LINHA MAÇÔNICA



AUTOR

 

NOME DA POESIA

 

Endereço

 

e-mail

 

telefone

 

Loja e Potência

 

Declamador

 

Loja do Declamador

 

Amadrinhador

 

Loja do Amadrinhador

 

 

 

RESPONSÁVEL

PELA INSCRIÇÃO

 

  

 

FICHA DE INSCRIÇÃO

 

LINHA NÃO MAÇÔNICA



AUTOR

 

NOME DA POESIA

 

Endereço

 

e-mail

 

telefone

 

Declamador

 

Amadrinhador

 

RESPONSÁVEL

PELA INSCRIÇÃO

 




quinta-feira, 19 de junho de 2025

 

MARIANITA ORTAÇA

EMBAIXADORA DOS 400 ANOS 

DAS MISSÕES JESUÍTICAS NO RS


Irmão Celso João Schneider, Marianita Ortaça e Pajé Floriano.  

Marianita Ortaça, foi oficialmente nomeada embaixadora dos 400 anos das Missões Jesuíticas Guarani, a convite do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

Durante a cerimônia realizada no Palácio Piratini, em Porto Alegre, Marianita foi designada, ao lado do Irmão Celso João Schneider e do Pajé Floriano, para representar os protagonistas dessa história: os povos indígenas, os jesuítas e a cultura missioneira.

Marianita carrega a força de uma história que pulsa até os dias atuais e sua nomeação como embaixadora é o reconhecimento de uma trajetória marcada por amor à terra, à arte e às origens.



 

REPONTANDO DATAS / 19 DE JUNHO


Dona Carminha e Gildo de Freitas


GILDO DE FREITAS Nasceu em 19 de junho de 1919 no Bairro do Passo d'Areia, Porto Alegre, era filho de Vergílio José de Freitas e Georgínia de Freitas.

Consagrado na tradicional “Mi Maior de Gavetão”, em versos de sextilhas, acabou criando um estilo próprio, nos dias de hoje muito difundido pelos trovadores do Rio Grande do Sul. Foi, também, compositor de grande talento e algumas de suas obras tornaram-se verdadeiros clássicos do cancioneiro gaúcho, como é o caso de “Eu Reconheço que Sou Grosso”.

Cronologia de Gildo de Freitas

1931 - Gildo foge de casa pela primeira vez, aos 12 anos.

1937 - É tido como desertor, por não ter se apresentado à convocação militar. Envolve-se na primeira briga séria, onde morre um jovem amigo. Primeira prisão. Cria ódio da polícia.

1941 - Casamento com dona Carminha. Passa a ter morada fixa no bairro de Niterói, em Canoas, Grande Porto Alegre. Continuam os contratempos com a polícia.

1944 - Nasce o primeiro filho depois de dois perdidos. Gildo começa a viajar bastante e a ser reconhecido como trovador.

1949 - Trovador com fama ascendente em todo o Rio Grande do Sul, desaparece de casa e reaparece na fronteira gaúcha. Em longa temporada passada no Alegrete, mal consegue caminhar, com problema de paralisia nas pernas.

1950/51 - Em São Borja, conhece Getúlio Vargas e entra em sua campanha política. Param as perseguições policiais. Primeira viagem ao Rio de Janeiro.

1953/54 - Faz fama como trovador nos programas de rádio ao vivo em Porto Alegre. Volta à viver no Passo d`Areia, com a família.

1955 - Encontro e identificação como Teixeirinha. Muitas viagens. Mudança para o bairro Passo do Feijó e abertura do primeiro bolicho.

1956/60 - Maior atração do programa Grande Rodeio Coringa dos domingos à noite. Mais viagens com Teixeirinha.

1961/62 - Declínio dos programas de rádio ao vivo, televisão começando. Gildo resolve largar de mão a "cantoria" e inventa de criar porcos.

1963 - Viagem a São Paulo para gravar o primeiro disco.

1964 - É lançado o primeiro LP. Em meados do ano é "convidado" a prestar depoimento sobre suas ligações com o trabalhismo.

1965 - Início da célebre disputa com Teixeirinha através dos discos. Jango o convida para viver no Uruguai e ele não aceita.

1970/77 - Várias internações em hospitais, sucesso popular das gravações, muitas viagens. A "briga" com Teixeirinha chega ao auge. Mudança para Viamão.

1978 - Inaugura em Viamão a Churrascaria Gildo de Freitas e dá início aos bailões.

1982 - Grava o último disco, para a mesma gravadora dos outros todos, Continental. Última internação em hospital, últimas aparições públicas em programas de TV. Morte em 4 de dezembro.



 

CORPUS CHRISTI - O CORPO DE CRISTO

 

tapete de serragem


Corpus Christi (expressão latina que significa Corpo de Cristo) é uma festa que celebra a presença real e substancial de Cristo na Eucaristia.

É realizada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade que, por sua vez, acontece no domingo seguinte ao de Pentecostes. É uma festa de 'preceito', isto é, para os católicos é de comparecimento obrigatório participar da Missa neste dia, na forma estabelecida pela Conferência Episcopal do país respectivo.

A procissão pelas vias públicas, quando é feita, atende a uma recomendação do Código de Direito canônico (cân. 944) que determina ao Bispo diocesano que a providencie, onde for possível, "para testemunhar publicamente a veneração para com a santíssima Eucaristia, principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo." É recomendado que nestas datas, a não ser por causa grave e urgente, o bispo não se ausente da diocese (cân. 395).

No Rio Grande do Sul, principalmente na região serrana, de colonização italiana, como Flores da Cunha, a comunidade se une na confecção de tapetes de serragem por onde passará, em procissão. Em virtude das fortes chuvas que assolam nosso Estado muitas destas atividades alusivas foram canceladas.


 



quarta-feira, 18 de junho de 2025

 

PRENDA XIITA


Lá vem eu falar de conflitos novamente. Tenho que parar de me deixar influenciar. Mas tem certas coisas que não consigo entender. 

Hoje li uma postagem de uma amiga minha, excelente recitadora, criticando Israel, seu povo, seu modo de vida, e defendendo o Irã. Eu respeito seu posicionamento pois cada um tem o direito de manifestar sua opinião. Também não gosto do modo belicoso que o Estado Judeu trata outros países.

Mas daí a defender o Irã e sua cultura vai uma distância muito longa. 

Vocês sabem como o governo Islâmico dos aiatolás tratam as suas mulheres?

Com certeza esta declamadora jamais subiria num palco de festival e, se o fizesse, seria vestida de prenda como na foto abaixo sem aparecer um fio de seus lindos cabelos.  



   

terça-feira, 17 de junho de 2025

 


QUAL A SUA OPINIÃO? 



O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, fez uma brincadeira cogitando separar a região Sul do restante do país. A fala, que repercutiu nas redes sociais, foi feita ao lado dos chefes do Executivo do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). O comentário fez referência ao movimento separatista "O Sul é o Meu País", que propõe a secessão desses mesmos estados.

"Temos dois candidatos à Presidência da República aqui. Daqui a pouco, se o negócio não funcionar muito bem lá para cima, nós passamos uma trena para o lado de cá e fazemos 'o Sul é nosso país', né?", disse o gestor durante o Construa Sul, realizado pela indústria da construção civil, em Curitiba, na última quinta-feira.

E você, caro leitor de nosso blog? Seria a favor ou contra tal separação? Isto já foi motivo para uma guerra que durou 10 anos.  


 

 


OS MUARES E O TROPEIRISMO





Embora a mula e o burro sejam animais cheios de problemas em relação á docilidade, em face de que seus pais são de espécie diferente cujos descendentes são estéreis, (a mãe é uma égua e o pai um jumento) a mistura acaba dando certo proporcionando um animal forte e de ótimo cômodo para a andadura. A mula (ou burro, se for macho, já que mulo não existe) é resistente e boa para o serviço, mas não se reproduz. A união entre o jumento e a égua é estimulada porque o burro é um animal apropriado para trabalho pesado.

Foram através destes animais, principalmente da mula, que o tropeirismo se desenvolveu abrindo picadas em lugares inóspitos e de difícil acesso: No lombo da mula começa nossa história mais recente.

Do cruzamento entre o burro e a égua (ou da besta com o cavalo) nasceram as mulas. Da união entre as mulas e o homem, surgiu o tropeirismo, que deu suporte para a economia aurífera até o desenvolvimento das estradas de ferro. A explosão do ouro na região onde hoje é o Estado de Minas Gerais, em meados do século 18, fez com que aumentasse a necessidade de levar mantimentos para abastecer os pequenos povoados que começavam a crescer Brasil adentro. É aí que entra o tropeiro: espécie de caminhoneiro sem motor, que transportava mercadorias e alimentos para a região das minas, onde a agricultura e a criação de gado haviam sido proibidas pela Coroa para não dispersar a mão-de-obra do ouro.

Seguindo as trilhas dos índios ou desbravando novas rotas, as caravanas propiciaram o desenvolvimento de cidades e abriram caminhos do Sul ao Nordeste do Brasil. Mas, para que as mulas cortassem o centro do País em busca do ouro mineiro, era preciso buscá-las no Rio Grande do Sul. Só aqui havia criações dos resistentes animais, trazidos ilegalmente de Montevidéu.

Numa dessas viagens pelo Sul, um tropeiro ganhou fama por sua bravura: Reinaldo Silveira. Ele saiu com mais sete peões de Ponta Grossa, no Paraná, rumo a Cruz Alta, no Rio Grande do Sul, para buscar uma tropa de 550 mulas. A viagem começou no dia 28 de julho de 1891 e acabou em 19 de novembro do mesmo ano. As estreitas estradas que beiravam abismos em que caminharam, os mais de 12 rios que atravessaram a nado e as canoas que construíram foram só algumas das agruras pelas quais os tropeiros passaram. Mas, 56 dias depois, voltavam sãos e salvos para casa. Tinham 22 mulas e 3 milhões de réis a menos. Os animais foram mortos ou perdidos. O dinheiro foi extorquido pelo governo em barreiras colocadas nas rotas das tropas, espécie de pedágio da época.


segunda-feira, 16 de junho de 2025


"SAUDADES" DAQUELES TEMPOS 
DAS GUERRAS CONVENCIONAIS

Agora estamos nas mãos de loucos com um botão pela frente 

UMA SEMANA DE MUITA PAZ A TODOS





 

 

VENCEDORA DA 31ª SAPECADA

Terminou nesta madrugada a 31ª Sapecada da Canção Nativa de Lages, SC, o maior festival nativista fora do eixo Rio-grandense.

A música vencedora foi Poncho Miliqueiro, uma milonga com letra de Evair Gomez e melodia de Juliano Gomes na interpretação de Pirisca Grecco e grupo.



 

domingo, 15 de junho de 2025

 


PRACINHAS EX-COMBATENTES


Pracinhas desfilando no 7 de setembro


Nossa postagem deste domingo não tem muito a ver com a cultura regional gaúcha, embora fale de bravura de muitos rio-grandenses que estiveram na segunda grande guerra, principalmente na tomada do Monte Castelo, na Itália, em 21 de fevereiro de 1945. 

Uma guerra nunca traz coisas boas para ninguém. Ao contrário, todos perdem, principalmente vidas. E nós, atualmente, estamos rumando para um destino incerto perante o que o mundo radicalizado nos apresenta. 

Mas por que tocamos nesta prosa? 

Eu sempre admirei, nos desfiles de setembro, o garbo, o entono, o orgulho dos nossos pracinhas que pelearam em solo estrangeiro. Meu pai, Bernardino Souza, já estava embarcado em um navio no Rio de Janeiro pronto para rumar para a Europa quando chegou a notícia do fim do conflito (graças a Deus).

Pois agora vejo a notícia que um dos últimos quatro veteranos gaúchos ainda vivos da Força Expedicionária Brasileira (FEB) morreu aos cem anos de idade nesta sexta-feira. O tenente Oudinor Willadino, natural de Santa Maria, residia em Caxias do Sul quando alistou-se como voluntário servindo como soldado atirador em um dos pelotões de fuzileiros que atuaram na Itália. 

Vamos orar para que tais conflitos não se repitam pois, agora, com armas nucleares, o buraco é mais em baixo. 

Pracinhas brasileiros na Itália - 1945