RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
A tomada da Ponte da Azenha, do pintor Augusto Luiz de Freitas (Instituto de Educação General Flores da Cunha, Porto Alegre/RS)

domingo, 15 de setembro de 2024

 

VIKINGS DE BOMBACHA 


Foto Divulgação

Por: Kassiane Michel 

Um acampamento farroupilha ocorreu a mais de 11 mil quilômetros de Porto Alegre. O Acampamento Farroupilha Mais ao Norte do Mundo chega em sua quinta edição e reunio gaúchos neste sábado (14) em Oslo, capital da Noruega. A cidade do Ártico é conhecida pela frequência com que registra aurora boreal, fenômeno que colore o céu de verde à noite.

Foi durante a pandemia que uma pequena reunião entre amigos deu origem ao evento, no dia 20 de setembro de 2020. "Assamos um costelão 12 horas e celebramos essa data tão importante para nós gaúchos, fazendo um churrasco numa churrasqueira improvisada no pátio do condomínio do meu prédio", conta Herbert Meregali, que nasceu em Santo Antônio da Patrulha e mora em Oslo.

O nome do grupo (Vikings de Bombacha) surgiu a partir de um vídeo feito pelo músico gaúcho Jadir Filho.

O evento cresceu e contou com mais de 120 participantes de diferentes "querências", incluindo gaúchos que moram na Alemanha, em Portugal, na Itália, na Inglaterra e na Irlanda. "A gente teve a possibilidade de realizar essa abertura após a tamanha repercussão que a edição do ano passado tomou, em que a nossa história rodou o mundo. Então, agora gaúchos e gaúchas espalhados pela Europa queriam muito estar aqui conosco", destaca o organizador.

O acampamento teve tudo o que é típico de um festejo farroupilha: churrasco, chimarrão e fandango. "A gente faz o assado em fogo de chão, prepara a maionese, prepara saladas, sobremesas típicas como cuca e sagu. Realizamos diversas atividades durante o dia voltados à tradição e à cultura gaúcha."

A festa teve ainda o Campeonato Mundial de Rena Parada, que é uma adaptação da competição Vaca Parada, mas com uma rena, que é um animal típico do Ártico, de madeira para ser laçada. "A gente também incentivou o pessoal a aprender um pouquinho da cultura do laço, e várias outras atividades que a gente desenvolve durante todo o dia, tentando reproduzir muito da nossa essência, da nossa infância, dos nossos costumes e da tradição gaúcha."

A celebração farroupilha não se limita aos nascidos em solo rio-grandense. Herbert explica que há participantes de outros estados do Brasil e também noruegueses. "Há pessoas que estão aqui em Oslo já faz mais de uma década. Então já constituíram família, já casaram, por exemplo, com noruegueses, já tiveram filhos aqui."

Com a participação de pessoas de diferentes lugares, o grupo consegue compartilhar a cultura gaúcha. "Eles saem encantados e apaixonados pelo nosso amor ao Rio Grande do Sul. A forma como a gente trata carne, como a gente escuta as nossas músicas tradicionais e as nossas danças típicas", destaca.


Foto: Divulgação