NAQUELES TEMPOS
No flagrante acima vemos três serranos, meus conterrâneos, dando uma volteada pela capital ali pelas dependências da Galeria Chaves, ao final da década de 50. É mais ou menos naqueles tempos de que Paixão Côrtes falava que o gaúcho interiorano chegava na "estação" rodoviária, tirava as bombachas e colocava uma "calça corrida" para não virar chacota no centro da cidade.
Notem que as pessoas ficam admirando aqueles cernes de guajuvira passeando normalmente como se em São Chico de Paula estivessem.
Ainda bem que nos tempos hoje andar de bombachas pelas alamedas da capital é algo rotineiro (pelo menos para mim).
"Naqueles tempos, sim
Naqueles tempos
As portas eram altas
E alto o pé-direito das salas dessas casas
Mas eram simples as pessoas que as casas abrigavam
Os homens chamavam-se Bento, Honorato, Deoclécio
As mulheres eram Carlinda, Emerenciana, Vicentina
Os homens usavam barbas e picavam fumo em rama
As mulheres faziam filhos, bordados e rosquinhas
Os homens iam ao clube, as mulheres À missa
E homens e mulheres aos velórios
Morriam discretamente e ficavam nos retratos"
Resenha do poema Herança, de Apparício da Silva Rillo